A lição além de Wallace

A punição ao jogador de vôlei Wallace, e que pode se estender para toda modalidade podendo deixar o Brasil fora do pré-olímpico e, consequentemente, da próxima Olimpíada, pode dividir opiniões e parecer correta para uns e exagerada para outros.

O que quero trazer aqui não se trata do afastamento e nem do tamanho que representaria para o esporte brasileiro caso se confirme a extensão dessa decisão institucional por parte do Conselho de Ética do Comitê Olímpico Brasileiro.

O alerta que faço é para o cuidado que precisamos ter para toda e qualquer ação inconsequente nesse universo paralelo de mundo que vive a Internet. Quando falamos de milhares de seguidores, milhões de engajamento, alcance que surpreende pela magnitude de pessoas atingidas… precisamos entender que pequenos mundos também são grandes mundos de influência.

Não somos mais nós e nossas opiniões em lugar algum. Somos públicos com plateia cada vez mais exigente. O nosso comportamento diante das telas, o que teclamos e o que colocamos para publicar… não é mais brincadeira de rede social ou diversão para um grupo seleto de pessoas que nos conhecem. É compromisso, é responsabilidade, é papel social o que fizemos quando temos do outro lado dos nossos atos alguém que nos acompanha e nos admira.

Você pode ser um anônimo na multidão de pessoas famosas que conhece. Mas ali no teu círculo de "seguidores", o que você diz e posta chega a uma plateia, seja do tamanho que ela for. Se você tem 50 seguidores, é uma sala cheia de gente. Se tem 100 seguidores, é um salão de eventos lotado. Tem 200? Uma sala de cinema cheia te prestigia nas redes… ou seja: o que você faz ali, ou valida ou opina, vai sim impactar pessoas que você talvez nem imagina que estejam te acompanhando.

Walace já reconheceu o erro e reivindica a oportunidade de poder trabalhar. E nós, quando vamos reconhecer que nosso olhar e nossas ações também precisam ser bem pensadas, antes de compartilhadas?!