MERCADO
A febre dos summits
O inventor ou captador da palavra summit merece uma condecoração de competência pública
Última atualização: 30/04/2024 19:47
A indústria da atualização vem sofrendo abalos todo dia em que há um summit. Incapazes que somos de acompanhar mentalmente todas as evoluções que a tecnologia digital nos impulsiona a apreender, voltamos ao ciclo anterior, o das palestras ao vivo, dos webinars em carne e osso, e das múltiplas reuniões com gentes de todos os lados, e preferencialmente presenciais, como que compensando o tempo que a pandemia nos surrupiou da agenda de contato e da massiva fricção humana. Tudo é cíclico.
Faltar ao trabalho hoje tem um álibi perfeito: "o colaborador foi ao summit", tudo certo. Aliás, o inventor ou captador da palavra summit merece uma condecoração de competência pública. Tratou de envelopar com um nome diferente - cume, topo, cúpula -, com o charme que o inglês acrescenta, os eventos de recuperação do conhecimento perdido entre os fartos, velozes e massificados cortes de educação, que as plataformas disponibilizam aos borbotões 24/7, 24 horas, a cada dia da semana.
Nesses encontros de milhões, você se depara com um shopping de speakers, palavra que era usada em 1950 para nomear locutores, cada um entendendo que o seu tema é vital para o desenvolvimento da audiência. Não faltam startups sedentas de alavancagem financeira, gestores, RHs, marketeiros, estrategistas, empresários, todos ávidos por compartilharem experiências e, muitas vezes mesmo sem experiência, ensinar o povo a rezar a missa.
Você se sente convocado a dar um pause no corre e focar no palco ou telão, com a promessa de que não sairá igual como entrou. Mas sem a garantia de que sairá melhor.
Faltar ao trabalho hoje tem um álibi perfeito: "o colaborador foi ao summit", tudo certo. Aliás, o inventor ou captador da palavra summit merece uma condecoração de competência pública. Tratou de envelopar com um nome diferente - cume, topo, cúpula -, com o charme que o inglês acrescenta, os eventos de recuperação do conhecimento perdido entre os fartos, velozes e massificados cortes de educação, que as plataformas disponibilizam aos borbotões 24/7, 24 horas, a cada dia da semana.
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Faltar ao trabalho hoje tem um álibi perfeito: "o colaborador foi ao summit", tudo certo. Aliás, o inventor ou captador da palavra summit merece uma condecoração de competência pública. Tratou de envelopar com um nome diferente - cume, topo, cúpula -, com o charme que o inglês acrescenta, os eventos de recuperação do conhecimento perdido entre os fartos, velozes e massificados cortes de educação, que as plataformas disponibilizam aos borbotões 24/7, 24 horas, a cada dia da semana.