ENTENDA A HISTÓRIA

Filmagens e abusos: Vítima de tráfico sexual faz acordo para escapar de prisão perpétua pela morte de estuprador

Três meses antes do crime, a polícia encontrou vídeos do homem abusando da jovem e de outras meninas menores de idade e continuou livre - até ela matar ele, nos EUA

Publicado em: 21/08/2024 11:18
Última atualização: 21/08/2024 11:22

Chrystul Kizer tinha 16 anos quando conheceu um homem de 33 anos que, além de abusar sexualmente dela, começou a vendê-la para que outros pudessem fazer o mesmo. Aos 24 anos, ela foi condenada a mais de uma década de prisão pelo assassinato dele. O caso aconteceu no estado de Winsconsin, nos Estados Unidos.


Chrystul Kizer foi condenada a 11 anos de prisão após matar Randall Volar, que abusou e traficou ela sexualmente Foto: Kenosha County Sheriff

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Nesta segunda-feira (19), após 6 anos em custódia, Chrystul ouviu de um juiz do Condado de Kenosha a sentença: 11 anos de prisão pela morte de Randall Volar, de 34 anos.

Essa sentença vem meses após a jovem se declarar culpada por homicídio imprudente, quando os atos de uma pessoa podem levar outra à morte, mas ela age mesmo assim. Assumir a culpa fazia parte do acordo que fez com a promotoria para evitar a sentença de prisão perpétua.

Abusada e traficada sexualmente - e não era a única

Mas a decisão do juiz não agradou muito o público, que protestava fora da corte a favor da jovem. Até matar Volar, Chrystul contou que foi abusada por ele e, depois, passou a ser traficada sexualmente.

Cerca de três meses antes do assassinato, a polícia havia tido acesso a filmagens onde ele aparecia abusando da jovem. E ela não era a única.

As imagens mostravam Volar com pelo menos uma dúzia de outras meninas parecidas com Chrystul: menores de 18 anos e negras.

Dias antes de ser morto, com as filmagens em mãos, a polícia prendeu Volar por abuso sexual, mas ele não permaneceu na prisão. O homem pagou fiança e saiu da delegacia de volta à liberdade. Até a jovem encontrá-lo naquela noite, três meses depois.

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Atirou duas vezes e botou fogo no corpo

Randall Volar estava em casa em uma noite de junho de 2018 quando pagou um uber para que uma Chrystul Kizer, de 17 anos na época, fosse até a residência. Lá, ela tirou uma arma calibre 38 da bolsa e atirou duas vezes na cabeça dele. Depois, botou fogo no corpo e roubou o carro da garagem, dirigindo até a cidade onde morava e depois abandonando o veículo.

Pouco após 5 horas da manhã do dia 5, uma vizinha ligou para o 911 (190 nos EUA), afirmando que uma casa estava pegando fogo. Quando os agentes chegaram e o fogo foi apagado, encontraram o corpo de Volar morto, caixas de pizza e garrafas de bebida.

Chrystul foi encontrada após uma série de fatos e, principalmente, depois de postar nas redes sociais coisas relacionadas ao crime, incluindo uma foto em que as cortinas da casa de Randall apareciam ao fundo. Ela foi levada para a delegacia e confessou o assassinato ainda em 2018.

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Acusado de abusar sexualmente de outra adolescente três meses antes da morte

Em fevereiro daquele ano, uma adolescente de 15 anos ligou da casa de Volar para a polícia afirmando que ele havia drogado ela e estava tentando matá-la. Então, ela desligou.

Ela foi encontrada pelos oficiais andando pela rua apenas de sutiã e uma jaqueta aberta. A adolescente disse ter tomado LSD, uma droga alucinógena.

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A garota havia conhecido Volar um ano antes, em 2017, quando ele entrou em contato com ela através de um anúncio de prostituição em um dos maiores sites de tráfico sexual do país, depois derrubado pela justiça norte-americana. Volar contratou a menina, de 14 anos na época.

Pouco depois, ela fugiu de casa e foi morar com ele, chegando a ser apresentada para a mãe de Volar. Ela contou que ele abusava de outras adolescentes e filmava. Com isso, a polícia conseguiu um mandado e, enquanto fazia uma busca pela casa do homem que tinha mais de 30 anos de idade, encontrou as filmagens.

Ele foi preso, pagou a fiança e nunca foi processado pelo crime.

"Eu disse que ia parar de falar com ele e ele afirmou que, se eu fizesse isso, me mataria", ela disse em uma entrevista ao Washington Post, em 2019. Agora, ela deve ficar presa até por volta de 2033, já que o juiz reduziu a pena dela em pouco mais de um ano pelo tempo que passou sob custodia.

*Com informações dos jornais internacionais Washington Post, USAToday, BBCNews e The Guardian.

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