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ASTRONOMIA

"Tipo de descoberta que se faz uma vez na vida": Astrônomos encontram maior buraco negro estrelar da Via Láctea

Buraco negro tem o tamanho de 33 massas solares e está a apenas 2000 anos-luz de distância da Terra

Nadine Funck
Publicado em: 17/04/2024 às 13h:27
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Astrônomos descobriram, por acaso, o maior buraco negro da Via Láctea. O fenômeno está no centro da galáxia e tem o tamanho de 33 massas solares, algo considerado “verdadeiramente excepcional” aos estudiosos.

Buraco negro, denominado Gaia BH3 ou BH3, encontra-se também extremamente próximo da Terra | abc+
Buraco negro, denominado Gaia BH3 ou BH3, encontra-se também extremamente próximo da Terra

Foto: ESO

Conforme o European Southern Observatory (ESO), o buraco negro, denominado Gaia BH3 ou BH3, encontra-se também extremamente próximo da Terra, a apenas 2000 anos-luz de distância na constelação da Águia. Este é o segundo buraco negro mais próximo da Terra que se tem conhecimento. O estudo foi publicado na terça-feira (16) pela revista Astronomy & Astrophysics.

O fenômeno foi encontrado por acaso, enquanto uma equipe analisava as observações de Gaia em preparação para uma próxima publicação de dados. “Ninguém estava à espera de encontrar um buraco negro de grande massa nas proximidades do Sol, que não tivesse sido ainda detectado”, disse Pasquale Panuzzo, membro da colaboração Gaia, astrônomo do Observatório de Paris, do Centro Nacional de Investigação Científica (CNRS) francês. “Este é o tipo de descoberta que se faz uma vez na vida.”

Ainda segundo o ESO, os astrônomos já tinham encontrado buracos negros igualmente massivos fora da Via Láctea. “Pensa-se que estas estrelas, pobres em metais, perdem menos massa ao longo da sua vida e, portanto, possuem mais matéria, o que dará origem, após a sua morte, a buracos negros de elevada massa. No entanto, e até agora, não existiam provas que ligassem diretamente estrelas pobres em metais a buracos negros de elevada massa”, explica a ESO.

Pistas na via láctea

As estrelas em pares tendem a ter composições químicas semelhantes. Isso significa que a companheira de BH3 contém pistas importantes sobre a estrela que colapsou e formou este buraco negro considerado excepcional pelos astrônomos.

Os dados do Ultraviolet and Visual Echelle Spectrograph (UVES) mostraram que o par de BH3 é uma estrela muito pobre em metais, o que sugere que a estrela que colapsou para formar o buraco negro seria da mesma forma, como previsto pela teoria.

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