MAGNITUDE 7,8
Terremoto mais letal em 80 anos mata milhares na Síria e na Turquia
Centenas de casas e edifícios foram destruídos. Mais de 3 mil pessoas morreram
Última atualização: 28/12/2023 17:16
Um forte terremoto de magnitude 7,8 atingiu ontem o sudeste da Turquia e o norte da Síria, o pior em mais de 80 anos. Mais de 3 mil pessoas morreram. Centenas de casas e edifícios foram destruídos. Equipes de socorristas correm contra o tempo para encontrar sobreviventes embaixo dos escombros, mas o frio do inverno diminui a janela para o resgate.
O número de vítimas deve aumentar à medida que voluntários e bombeiros vasculham os destroços em cidades e vilas da região. "Foi o pior desastre desde o terremoto de Erzincan, em 1939", disse o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, em referência ao tremor que matou 33 mil pessoas no século passado. Erdogan revelou ter recebido oferta de ajuda de mais de 45 países.
A tragédia aconteceu às 4h10 no horário local (22h10 em Brasília, no domingo (5)). O epicentro foi próximo a Gaziantep, cidade turca de 2 milhões de habitantes, perto da fronteira com a Síria. O terremoto, que durou cerca de um minuto, segundo testemunhas, foi seguido de mais de 40 réplicas, algumas poderosas, de magnitude maior que 6.
Estragos
A força do abalo foi sentida em países vizinhos, como Líbano, Iraque e Chipre. Imagens publicadas nas redes sociais mostraram os primeiros efeitos do terremoto, com o desabamento de algumas construções. A transmissão da rede de TV estatal TRT mostrou moradores de Gaziantep saindo às ruas sob neve para avaliar os prejuízos.
A região de Gaziantep é um importante centro industrial da Turquia. Atravessado por grandes falhas geológicas, o país está entre os mais propensos a tremores do mundo. Em 1999, um sismo de magnitude 7,4 atingiu a cidade de Izmit, deixando mais de 17 mil mortes e 500 mil desabrigados.
Castelos
O terremoto não poupou marcos históricos da região. A cidadela de Aleppo - que abriga um dos maiores e mais antigos castelos medievais do mundo - e outros sítios arqueológicos na Síria foram parcialmente destruídos
De acordo com a Direção-Geral de Antiguidades e Museus da Síria, a perda de patrimônio é inestimável. "Partes do moinho otomano dentro da cidadela de Aleppo desmoronaram, e muralhas racharam e se partiram", disse o órgão. "Também caíram grandes partes da cúpula do minarete da mesquita de Ayyubid, ncluindo a entrada da torre de Mamluk."
O castelo de Gaziantep, construído pelos romanos no século 2.º, também foi severamente danificado. A fortificação de 12 torres, que resistiu a várias invasões ao longo do tempo, foi quase completamente destruída pelo terremoto.
Pânico
O desespero causado pelo terremoto foi relatado por atletas de várias partes do mundo que vivem na Turquia. Ana Beatriz Corrêa, ex-jogadora da seleção brasileira de vôlei, foi retirada do prédio onde mora no meio da madrugada. "Era umas 4h20. Eu acordei e estava balançando. Eu não entendi bem o que estava acontecendo", disse. "Pediram para a gente sair do prédio e ficar dentro dos carros."
De acordo com a imprensa turca, os jogadores do Belediyespor, um time de vôlei da segunda divisão, estavam em um hotel que desabou em Anatólia. Somente três atletas foram resgatados. Também há relatos de que 14 jogadoras do Hatay, um time feminino também da segunda divisão, estavam em um prédio que desabou em Malatya.
Na cidade de Kahramanmaras, um ginásio desabou com cerca de 40 lutadores dentro. o goleiro Eyup Turkaslan, do Malatyaspor, da segunda divisão do futebol turco, morreu no terremoto.
Resgate
O meio-campista ganês Christian Atsu, ex-jogador do Chelsea, também viveu um drama. O jogador, de 31 anos, que atua no Hatayspor, ficou soterrado nos escombros de sua casa. Mustafa Özat, vice-presidente do clube, disse que os bombeiros fizeram de tudo para retirá-lo com vida. Na madrugada, bombeiros conseguiram resgatá-lo. Atsu foi levado para um hospital com ferimentos no pé.
(COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
Um forte terremoto de magnitude 7,8 atingiu ontem o sudeste da Turquia e o norte da Síria, o pior em mais de 80 anos. Mais de 3 mil pessoas morreram. Centenas de casas e edifícios foram destruídos. Equipes de socorristas correm contra o tempo para encontrar sobreviventes embaixo dos escombros, mas o frio do inverno diminui a janela para o resgate.
O número de vítimas deve aumentar à medida que voluntários e bombeiros vasculham os destroços em cidades e vilas da região. "Foi o pior desastre desde o terremoto de Erzincan, em 1939", disse o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, em referência ao tremor que matou 33 mil pessoas no século passado. Erdogan revelou ter recebido oferta de ajuda de mais de 45 países.
A tragédia aconteceu às 4h10 no horário local (22h10 em Brasília, no domingo (5)). O epicentro foi próximo a Gaziantep, cidade turca de 2 milhões de habitantes, perto da fronteira com a Síria. O terremoto, que durou cerca de um minuto, segundo testemunhas, foi seguido de mais de 40 réplicas, algumas poderosas, de magnitude maior que 6.
Estragos
A força do abalo foi sentida em países vizinhos, como Líbano, Iraque e Chipre. Imagens publicadas nas redes sociais mostraram os primeiros efeitos do terremoto, com o desabamento de algumas construções. A transmissão da rede de TV estatal TRT mostrou moradores de Gaziantep saindo às ruas sob neve para avaliar os prejuízos.
A região de Gaziantep é um importante centro industrial da Turquia. Atravessado por grandes falhas geológicas, o país está entre os mais propensos a tremores do mundo. Em 1999, um sismo de magnitude 7,4 atingiu a cidade de Izmit, deixando mais de 17 mil mortes e 500 mil desabrigados.
Castelos
O terremoto não poupou marcos históricos da região. A cidadela de Aleppo - que abriga um dos maiores e mais antigos castelos medievais do mundo - e outros sítios arqueológicos na Síria foram parcialmente destruídos
De acordo com a Direção-Geral de Antiguidades e Museus da Síria, a perda de patrimônio é inestimável. "Partes do moinho otomano dentro da cidadela de Aleppo desmoronaram, e muralhas racharam e se partiram", disse o órgão. "Também caíram grandes partes da cúpula do minarete da mesquita de Ayyubid, ncluindo a entrada da torre de Mamluk."
O castelo de Gaziantep, construído pelos romanos no século 2.º, também foi severamente danificado. A fortificação de 12 torres, que resistiu a várias invasões ao longo do tempo, foi quase completamente destruída pelo terremoto.
Pânico
O desespero causado pelo terremoto foi relatado por atletas de várias partes do mundo que vivem na Turquia. Ana Beatriz Corrêa, ex-jogadora da seleção brasileira de vôlei, foi retirada do prédio onde mora no meio da madrugada. "Era umas 4h20. Eu acordei e estava balançando. Eu não entendi bem o que estava acontecendo", disse. "Pediram para a gente sair do prédio e ficar dentro dos carros."
De acordo com a imprensa turca, os jogadores do Belediyespor, um time de vôlei da segunda divisão, estavam em um hotel que desabou em Anatólia. Somente três atletas foram resgatados. Também há relatos de que 14 jogadoras do Hatay, um time feminino também da segunda divisão, estavam em um prédio que desabou em Malatya.
Na cidade de Kahramanmaras, um ginásio desabou com cerca de 40 lutadores dentro. o goleiro Eyup Turkaslan, do Malatyaspor, da segunda divisão do futebol turco, morreu no terremoto.
Resgate
O meio-campista ganês Christian Atsu, ex-jogador do Chelsea, também viveu um drama. O jogador, de 31 anos, que atua no Hatayspor, ficou soterrado nos escombros de sua casa. Mustafa Özat, vice-presidente do clube, disse que os bombeiros fizeram de tudo para retirá-lo com vida. Na madrugada, bombeiros conseguiram resgatá-lo. Atsu foi levado para um hospital com ferimentos no pé.
(COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)