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Surto de bactéria que pode até afetar os rins após consumo de lanche do McDonald's tem causa anunciada pelas autoridades

Bactéria E. coli é mais grave em crianças e idosos e pode levar à Síndrome Hemolítica Urêmica (SHU); entenda

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Publicado em: 04/12/2024 às 14h:17 Última atualização: 04/12/2024 às 14h:18
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Autoridades federais de saúde dos Estados Unidos concluíram a investigação sobre o surto de bactéria E. coli associado ao lanche Quarter Pounder do McDonald’s, determinando que as cebolas fatiadas foram provavelmente a causa do problema.

Surto de bactéria E. coli está associado a cebola usada no lanche Quarter Pounder do McDonald's | abc+



Surto de bactéria E. coli está associado a cebola usada no lanche Quarter Pounder do McDonald’s

Foto: Reprodução

De acordo com eles, uma amostra de cebolas amarelas recolhidas da rede e outra amostra ambiental de um produtor testaram positivo para E. coli, embora nenhuma correspondesse à cepa ligada às doenças relatadas.

Segundo a Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA, na sigla em inglês), 104 pessoas foram infectadas em 14 Estados, com 34 hospitalizações e uma morte.

A FDA citou evidências epidemiológicas e de rastreamento que indicam que as cebolas amarelas recolhidas foram a provável causa do surto.

Autoridades de saúde estaduais e locais entrevistaram pessoas infectadas e relataram que a maioria se lembrava de ter consumido itens do McDonald’s com cebolas fatiadas.

A Taylor Farms, fornecedora de cebolas ligada ao surto, iniciou um recall voluntário de suas cebolas amarelas pouco depois que a notícia sobre o surto foi divulgada.

O McDonald’s afirmou que parou de adquirir cebolas da instalação envolvida e de uma fazenda relacionada.

A rede de fast food não detalhou como o surto de E. coli afetou as vendas ou o fluxo de clientes, nem comentou sobre possíveis ações judiciais. No início deste mês, o McDonald’s anunciou um investimento de US$ 100 milhões para acelerar sua recuperação do surto e apoiar restaurantes franqueados afetados.

A E. coli O157:H7

A E. coli enterohemorrágica possui diversos sorotipos, como O157:H7, bastante conhecido e o responsável pela morte e hospitalizações nos EUA.

Este sorotipo pode ser encontrado tanto no intestino de animais selvagens quanto domésticos, mas principalmente no trato gastrointestinal de bovinos, caprinos e ovinos.

Principais sintomas da E. coli

Os principais sintomas da doença provocada pela E. coli enterohemorrágica são:

  • cólicas abdominais severas;
  • forte diarréia, inclusive com presença de sangue;
  • vômitos;
  • febres.

O período de incubação, da transmissão até o aparecimento dos sinais, é de três a oito dias. A pessoa infectada, na maioria dos casos, se recupera em até dez dias.

Embora não haja um tratamento específico para a infecção de E. coli, o recomendado é consultar um profissional de saúde para que ele possa indicar a melhor forma de manejar os sintomas.

E. coli é perigosa para crianças e idosos

Porém, a infecção por E. coli pode ser extremamente perigosa em pessoas mais vulneráveis, como idosos e crianças, alerta o Ministério da Saúde.

Isso porque ela se agravar e levar à Síndrome Hemolítica Urêmica (SHU), caracterizada pela falência dos rins, por exemplo.

No Brasil, entre 2014 e 2023, foram notificados 310 casos de SHU e, deles, 55,3% eram na faixa etária de 1 a 4 anos, de acordo com dados do Ministério da Saúde.

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O que é a Síndrome Hemolítica Urêmica (SHU)

A SHU tem como principais características a falência renal aguda e a anemia hemolítica, que é decorrente da destruição anormal das hemácias do sangue.

Além delas, a SHU também é caracterizada pela trombocitopenia, que é a redução no número de plaquetas, responsáveis pela coagulação do sangue.

Enquanto a maioria das pessoas diagnosticadas com a síndrome se recupera após receber o tratamento adequado, de 2% a 5% acaba falecendo e, aproximadamente, de 12% a 30% podem sofrer complicações graves.

Dentre as complicações citadas pelo Ministério da Saúde, estão a insuficiência renal, hipertensão ou sequelas permanentes relacionadas ao sistema nervoso central.

Fonte: Dow Jones Newswires

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