Autoridades federais de saúde dos Estados Unidos concluíram a investigação sobre o surto de bactéria E. coli associado ao lanche Quarter Pounder do McDonald’s, determinando que as cebolas fatiadas foram provavelmente a causa do problema.
De acordo com eles, uma amostra de cebolas amarelas recolhidas da rede e outra amostra ambiental de um produtor testaram positivo para E. coli, embora nenhuma correspondesse à cepa ligada às doenças relatadas.
Segundo a Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA, na sigla em inglês), 104 pessoas foram infectadas em 14 Estados, com 34 hospitalizações e uma morte.
A FDA citou evidências epidemiológicas e de rastreamento que indicam que as cebolas amarelas recolhidas foram a provável causa do surto.
Autoridades de saúde estaduais e locais entrevistaram pessoas infectadas e relataram que a maioria se lembrava de ter consumido itens do McDonald’s com cebolas fatiadas.
A Taylor Farms, fornecedora de cebolas ligada ao surto, iniciou um recall voluntário de suas cebolas amarelas pouco depois que a notícia sobre o surto foi divulgada.
O McDonald’s afirmou que parou de adquirir cebolas da instalação envolvida e de uma fazenda relacionada.
A rede de fast food não detalhou como o surto de E. coli afetou as vendas ou o fluxo de clientes, nem comentou sobre possíveis ações judiciais. No início deste mês, o McDonald’s anunciou um investimento de US$ 100 milhões para acelerar sua recuperação do surto e apoiar restaurantes franqueados afetados.
A E. coli O157:H7
A E. coli enterohemorrágica possui diversos sorotipos, como O157:H7, bastante conhecido e o responsável pela morte e hospitalizações nos EUA.
Este sorotipo pode ser encontrado tanto no intestino de animais selvagens quanto domésticos, mas principalmente no trato gastrointestinal de bovinos, caprinos e ovinos.
Principais sintomas da E. coli
Os principais sintomas da doença provocada pela E. coli enterohemorrágica são:
- cólicas abdominais severas;
- forte diarréia, inclusive com presença de sangue;
- vômitos;
- febres.
O período de incubação, da transmissão até o aparecimento dos sinais, é de três a oito dias. A pessoa infectada, na maioria dos casos, se recupera em até dez dias.
Embora não haja um tratamento específico para a infecção de E. coli, o recomendado é consultar um profissional de saúde para que ele possa indicar a melhor forma de manejar os sintomas.
E. coli é perigosa para crianças e idosos
Porém, a infecção por E. coli pode ser extremamente perigosa em pessoas mais vulneráveis, como idosos e crianças, alerta o Ministério da Saúde.
Isso porque ela se agravar e levar à Síndrome Hemolítica Urêmica (SHU), caracterizada pela falência dos rins, por exemplo.
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No Brasil, entre 2014 e 2023, foram notificados 310 casos de SHU e, deles, 55,3% eram na faixa etária de 1 a 4 anos, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
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O que é a Síndrome Hemolítica Urêmica (SHU)
A SHU tem como principais características a falência renal aguda e a anemia hemolítica, que é decorrente da destruição anormal das hemácias do sangue.
Além delas, a SHU também é caracterizada pela trombocitopenia, que é a redução no número de plaquetas, responsáveis pela coagulação do sangue.
Enquanto a maioria das pessoas diagnosticadas com a síndrome se recupera após receber o tratamento adequado, de 2% a 5% acaba falecendo e, aproximadamente, de 12% a 30% podem sofrer complicações graves.
Dentre as complicações citadas pelo Ministério da Saúde, estão a insuficiência renal, hipertensão ou sequelas permanentes relacionadas ao sistema nervoso central.
Fonte: Dow Jones Newswires
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