INVESTIGAÇÃO

Síndrome de Havana pode ter sido causada pela Rússia, dizem jornais; entenda a doença misteriosa

Sintomas foram relatados por diplomatas norte-americanos

Publicado em: 03/04/2024 16:00
Última atualização: 03/04/2024 16:01

Uma investigação de cinco anos, comandada pelo programa 60 Minutos, da CBS, em parceria com a revista alemã Der Spiegel e o site investigativo The Insider, aponta que a Rússia pode estar por trás da Síndrome de Havana, doença misteriosa relatada por funcionários dos Estados Unidos.

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Embaixada dos Estados Unidos em Havana Foto: Wikimedia Commons

Os sintomas incomuns foram notificados pela primeira vez em 2016, em Cuba. Conforme a CNN Brasil, as vítimas relataram que sentiam enxaquecas, náuseas, lapsos de memória e tonturas. Os mesmos sinais se manifestaram, posteriormente, em pessoas em outros países, incluindo os EUA.

Indícios mostram uma ligação suspeita entre casos da síndrome em Tbilissi, na Geórgia, e uma unidade secreta russa. Uma fonte confiável teria chamado as novas evidências de um "recibo" de testes de armas sônicas feitas por esse local. No mesmo caso, vítimas ouvidas pela investigação falaram sobre terem ouvido sons "muito altos" antes dos sintomas aparecerem.

Conforme o jornalista investigativo Christo Grozev, o centro de inteligência foi identificado como Unidade 29155, onde teria assassinos e sabotadores que usariam explosivos, venenos e equipamentos com tecnologia avançada contra os alvos.

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Um documento que pode ligar essa unidade de inteligência a uma arma de energia acústica pode ter sido encontrado, de acordo com Grozev. A prova seria um e-mail que relatava os serviços prestados por um membro do grupo ao governo russo, falando sobre "as capacidades potenciais de armas acústicas não letais".

Albert Averyanov é um dos supostos membros da unidade e é alvo de uma investigação sobre a Síndrome de Havana em Tbilissi. Segundo fontes contaram ao 60 Minutos, há evidências de que o e-mail pessoal de Averyanov tenha sido acessado durante os incidentes que ocorreram na cidade. Grozev acredita que tenha sido o próprio Averyanov. 

“Acreditamos que os membros da Unidade 29155 estavam lá para facilitar, supervisionar ou talvez até implementar pessoalmente ataques a diplomatas americanos, a funcionários do governo americano, usando uma arma sônica”, afirmou o jornalista à CBS.

Contudo, o jornal reforça que, apesar das descobertas, “não há uma resposta clara sobre quem ou que país esteve por trás destes incidentes”. Em 2022, a CIA disse que era improvável que a Rússia ou outro “ator estrangeiro” tivesse causado a maioria dos incidentes.

O que diz a Rússia

Nesta segunda-feira (1º), o Kremlin rejeitou um relatório que apontava que a inteligência militar russa poderia estar por trás da misteriosa doença que afligiu diplomatas e espiões dos EUA em todo o mundo. O porta-voz Dmitry Peskov disse que nenhuma evidência havia sido apresentada para sustentar tal afirmação, afirmando que as acusações na mídia eram infundadas.

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