Para evitar a atenção não solicitada dos sapos machos, um estudo publicado nesta quarta-feira (11), no jornal The Royal Society, mostrou que as fêmeas adotam estratégias inusitadas: elas fingem que estão mortas.
Os pesquisadores investigaram sapos comuns da Europa, cientificamente chamados Rana temporaria. Eles colocaram um macho e duas fêmeas, uma grande e uma pequena, em uma caixa com 5cm de água, os deixando livres para se movimentar por uma hora. Os resultados saíram de análises de vídeos da interação, gravados por uma webcam.
O estudo identificou três comportamentos que elas demonstram para evitar o acasalamento, chamados de “rotação”, “gritos de liberação” e “imobilidade tônica”.
A estratégia de “rotação” foi definida pela atitude da sapa em girar o corpo quando o macho a abraça para acasalar, que também é o momento em que elas emitem os “gritos de liberação”. Dois sons foram percebidos: o grunhido e o chiado. A imobilidade tônica é o que chamamos de “fingir de morto”, quando animais ficam paralisados temporariamente e não respondem a estímulos externos.
Um total de 54 fêmeas foram abordadas pelos machos durante o experimento. Havia a suposição de que elas não costumavam evitar as investidas durante a reprodução explosiva. Entretanto, foi observado na publicação que as sapas não são tão passivas quanto se pensava.
A estratégia de se fingir de morta, onde as fêmeas se deitam com as pernas e braços esticados enquanto permanecem completamente imóveis foi percebida em 33% de todas, mais vezes combinado com a rotação e os gritos de liberação. Há pequenas diferenças de combinações entre as maiores e as menores.
Já 83% utilizou da rotação para evitar a copulação e 48% emitiram sons.
Os resultados mostram que 46% de todas as sapas conseguiram escapar das investidas do sexo oposto após demonstrar algum ou todos os três comportamentos.
Os cientistas especulam que a explicação para a imobilidade tônica possa estar na idade ou experiências das fêmeas. Já a duração pode estar relacionada ao aumento de liberação de corticosterona, um hormônio, em momentos de estresse, que pode inibir o comportamento sexual.
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