IMPORTUNAÇÃO SEXUAL

Professora vê homem se masturbando em voo e suspeito nega: "Ele se ajoelhou e disse que era cristão"

Caso aconteceu dentro de um avião da Emirates, durante voo de Dubai para São Paulo

Publicado em: 25/08/2023 19:20
Última atualização: 17/10/2023 19:49

A professora Carol Magalhães foi vítima de importunação sexual dentro de um avião que viajava de Dubai para São Paulo. O caso ocorreu quando ela voltava de uma viagem de trabalho no Japão, dentro de um avião da Emirates, no último dia 8. 


Avião da Emirates Foto: Reprodução/Redes sociais

No voo de 14 horas, a docente da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) ficou no assento do meio, entre o marido e um homem. Em entrevista à Universa, Carol disse que este segundo indivíduo estava coberto, assistindo a um filme, quando ela percebeu uma movimentação estranha. "Percebi que ele estava manuseando a genitália com movimentos verticais", contou.

O marido da professora estava dormindo no assento da janela, enquanto o suposto importunador estava na cadeira do corredor. Ela explica que levou alguns minutos para assimilar a situação até que acordou o companheiro e pediu para que ele observasse o movimento que estava sendo feito pelo outro passageiro.

O homem confirmou as suposições da vítima e, sem falar com o suspeito, foi procurar ajuda com uma comissária de bordo. O suposto importunador chegou a perguntar para a professora o que estava acontecendo, mas ela, assustada, não respondeu. Em seguida, os dois foram até a equipe da aeronave, onde o marido de Carol estava.

"Ele se ajoelhou e disse que era cristão. Ele negou que estivesse se masturbando, disse que estava manipulando pílulas e mostrou duas pílulas azuis", disse a vítima. Ela não acreditou na versão do passageiro.

A comissária, então, acionou um superior da equipe, que não teria levado a denúncia a sério. Segundo a professora, o funcionário da Emirates ainda deu razão para o passageiro, disse que o relato do homem era "muito convincente" e o deslocou de assento. "Disse que o rapaz se sentiu agredido por meu marido, que estava nervoso. Ele ainda perguntou ao homem se ele queria denunciar a gente para a polícia. Eu disse a ele: 'Depois do pesadelo que passei, você acolhe o rapaz? É isso mesmo?'"

O comissário ainda pediu para Carol e o marido mantivessem distância do homem e não se dirigirem a ele. "Perdi minha estrutura de maneira física e psicológica. Entrei num quadro que nós mulheres sempre entramos quando somos duvidadas, um quadro de inércia, impotência, descredibilidade", desabafou. 

Assunto seria esquecido, mas...

Após o desconforto dentro do avião, Carol se sentiu obrigada a tentar esquecer o assunto, mas, após conversar com a filha e um amigo, decidiu formalizar a denúncia na Polícia Civil de São Paulo e na própria Emirates. A docente também decidiu compartilhar o relato e apareceu nas redes sociais no último domingo (20).

"Pensei: 'Que exemplo vou deixar para minha filha e para as mulheres que sofrem com isso?'", disse.

Posicionamento

Por meio de nota enviada à Universa, a Emirates disse que não há registro da denúncia na empresa. "A Emirates tem como prioridade a segurança e o bem-estar de seus passageiros e todos os membros de sua tripulação são treinados para lidar com qualquer forma de comportamento inadequado a bordo. Até o presente momento a Emirates não recebeu nenhum tipo de pedido da passageira ou das autoridades brasileiras, mas permanece à disposição para fornecer qualquer informação ou esclarecimento sobre os fatos alegados".

A Polícia informou que o caso foi encaminhado à Polícia Federal.

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