Cerca de 200 produtores de carne de cachorro estão ameaçando soltar 2 milhões de cães em Seoul, capital da Coreia do Sul. A ameaça foi feita durante um protesto contra um Projeto de Lei que tenta banir a prática no país, perto do gabinete presidencial, nesta terça-feira (1º). O ato gerou confusão e três pessoas foram presas.
Os afiliados da Associação de Produtores de Carne de Cachorro da Coreia tentaram chegar no prédio dirigindo caminhões com gaiolas cheias dos animais, os quais pretendiam soltar durante o protesto. A polícia, no entanto, conseguiu conter as pessoas com barricadas e impedir que os veículos pudessem chegar ao local, segundo o portal Reuters.
Os animais não seriam libertados apenas na cidade, ou no momento do ato. O plano era deixá-los em pontos estratégicos, como em marcos do governo e nas casas de quem propôs o projeto de lei, motivo da confusão.
“Se você perguntar o quão grande a oposição é, nós estamos falando sobre soltar2 milhões de cães que criamos”, afirmou Joo Young-bong, líder da associação, a um programa de rádio, na semana passada, de acordo com a revista Time. Ele ainda listou todos os locais alvo, que incluíam até a casa do Ministro da Agricultura do país. Ele está entre os detidos durante o ato.
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Carne de cachorro banida
Em Seoul, é liberado o consumo da carne de cachorro. Pelo menos, era. Um projeto, anunciado em 17 de novembro, propõe banir a prática até 2027. Assim, negócios, como fazendas de criação de cachorros, açougueiros, vendedores e restaurantes, precisariam apresentar um plano de extinção do consumo para as autoridades.
O prazo para isso seria de três anos e eles ganhariam auxílio financeiro do governo para ajudar na transição. Caso eles se recusassem, a pena sugerida pelos autores do projeto é de prisão por no máximo cinco anos, além de uma multa de 50 milhões de won, cerca de R$ 187.252.
O projeto é resultado de um apoio bipartidário, depois de 44 legisladores formarem um grupo para discutir o assunto, no mês passado. Entre eles, um dos defensores do banimento da prática está a primeira dama Kim Keon-hee, que tem cinco gatos e seis cachorros com o presidente da Coreia Yoon Suk Yeol. Ele até propôs chamar a lei pelo nome dela.
Existem mais de mil fazendas de criação e 34 açougues de carne de cachorro. Além disso, cerca de 1.600 restaurantes servem pratos de cão, de acordo com as autoridades sul-coreanas. Entretanto, os representantes industriais afirmam que o números são maiores, sendo 3.500 fazendas e 3.000 estabelecimentos.
Consumo de carne de cachorro
O consumo de carne de cachorro é uma prática centenária na Coreia do Sul. Porém, de acordo com uma pesquisa Nielsen da Sociedade Humana Internacional, de 2023, sobre o assunto, mais da metade da população apoia que a prática seja banida. Veja alguns dados:
- 86% da população sul-coreana diz que provável ou definitivamente não vai consumir o produto no futuro;
- 54% afirma que nunca comeu – e nem pretende;
- 57% apoia que a indústria de carne de cachorro seja banida;
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