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SOLTANDO A CACHORRADA

Produtores de carne de cachorro ameaçam soltar 2 milhões de cães em Seoul; entenda por quê

Ameaça foi feita durante protesto contra um Projeto de Lei que tenta banir a prática no país

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Publicado em: 01/12/2023 às 12h:47 Última atualização: 01/12/2023 às 12h:47
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Cerca de 200 produtores de carne de cachorro estão ameaçando soltar 2 milhões de cães em Seoul, capital da Coreia do Sul. A ameaça foi feita durante um protesto contra um Projeto de Lei que tenta banir a prática no país, perto do gabinete presidencial, nesta terça-feira (1º). O ato gerou confusão e três pessoas foram presas.

Projeto de Lei visa banir o consumo de carne de cachorro no país | Jornal NH



Projeto de Lei visa banir o consumo de carne de cachorro no país

Foto: Freepik

Os afiliados da Associação de Produtores de Carne de Cachorro da Coreia tentaram chegar no prédio dirigindo caminhões com gaiolas cheias dos animais, os quais pretendiam soltar durante o protesto. A polícia, no entanto, conseguiu conter as pessoas com barricadas e impedir que os veículos pudessem chegar ao local, segundo o portal Reuters.

Os animais não seriam libertados apenas na cidade, ou no momento do ato. O plano era deixá-los em pontos estratégicos, como em marcos do governo e nas casas de quem propôs o projeto de lei, motivo da confusão.

“Se você perguntar o quão grande a oposição é, nós estamos falando sobre soltar2 milhões de cães que criamos”, afirmou Joo Young-bong, líder da associação, a um programa de rádio, na semana passada, de acordo com a revista Time. Ele ainda listou todos os locais alvo, que incluíam até a casa do Ministro da Agricultura do país. Ele está entre os detidos durante o ato.

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Carne de cachorro banida

Em Seoul, é liberado o consumo da carne de cachorro. Pelo menos, era. Um projeto, anunciado em 17 de novembro, propõe banir a prática até 2027. Assim, negócios, como fazendas de criação de cachorros, açougueiros, vendedores e restaurantes, precisariam apresentar um plano de extinção do consumo para as autoridades.

O prazo para isso seria de três anos e eles ganhariam auxílio financeiro do governo para ajudar na transição. Caso eles se recusassem, a pena sugerida pelos autores do projeto é de prisão por no máximo cinco anos, além de uma multa de 50 milhões de won, cerca de R$ 187.252.

O projeto é resultado de um apoio bipartidário, depois de 44 legisladores formarem um grupo para discutir o assunto, no mês passado. Entre eles, um dos defensores do banimento da prática está a primeira dama Kim Keon-hee, que tem cinco gatos e seis cachorros com o presidente da Coreia Yoon Suk Yeol. Ele até propôs chamar a lei pelo nome dela.

Existem mais de mil fazendas de criação e 34 açougues de carne de cachorro. Além disso, cerca de 1.600 restaurantes servem pratos de cão, de acordo com as autoridades sul-coreanas. Entretanto, os representantes industriais afirmam que o números são maiores, sendo 3.500 fazendas e 3.000 estabelecimentos.

Consumo de carne de cachorro

O consumo de carne de cachorro é uma prática centenária na Coreia do Sul. Porém, de acordo com uma pesquisa Nielsen da Sociedade Humana Internacional, de 2023, sobre o assunto, mais da metade da população apoia que a prática seja banida. Veja alguns dados:

  • 86% da população sul-coreana diz que provável ou definitivamente não vai consumir o produto no futuro;
  • 54% afirma que nunca comeu – e nem pretende;
  • 57% apoia que a indústria de carne de cachorro seja banida;
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