“Até que enfim vão parar os sons de bombas”. A declaração de Karla Araújo Cardoso vem acompanhada de um olhar que conjuga o sentimento de deixar para trás uma história construída por sete anos longe do Brasil e a felicidade de sair de uma zona de guerra.
O KC-30 do governo federal pousou às 10h25 deste domingo (6) na Base Aérea de Guarulhos com 228 passageiros, entre brasileiros e familiares, e três animais domésticos repatriados do Líbano.
A chegada, acompanhada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Base Aérea de São Paulo, conclui a primeira escala da Operação Raízes do Cedro. “Estou indo para a minha casa”, resumiu Mariam Sadek. “Muito gratos ao governo brasileiro, que sempre está cuidando dos seus cidadãos”, afirmou, emocionada, Raghida Hammout.
O voo priorizou mulheres, idosos e crianças, dez delas de colo. Um trabalho de articulação que envolve equipes do Ministério das Relações Exteriores em Brasília e na Embaixada do Brasil em Beirute e a ação operacional da Força Aérea Brasileira.
Na tarde do sábado, o ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores) telefonou ao embaixador do Brasil no Líbano, Tarcísio Costa, para agradecer pelo trabalho do time libanês no diálogo com a comunidade brasileira, de cerca de 20 mil pessoas, e no planejamento e organização da repatriação.
Cerca de 3 mil manifestaram interesse em voltar ao Brasil. Diplomatas e funcionários da área consular apoiam a confecção das listas e conferem documentações.
Tarcísio, inclusive, acompanhou os brasileiros até a entrada no avião em Beirute. “Gostaria de desejar a todos e a cada um de vocês uma feliz viagem ao nosso país. Que tenham um trajeto tranquilo”, desejou, usando o sistema de comunicação do KC-30 com os 228 embarcados.
O esforço foi notado por Sônia Luiza da Silva, uma das repatriadas. “Quero agradecer a todos que participaram direta e indiretamente para que esse voo pudesse acontecer, porque não foi fácil, exigiu muitos colaboradores”, disse. “Quero agradecer primeiro a Deus e depois ao nosso presidente. Ele tirou a gente da guerra. Estávamos debaixo da guerra”, completou Maria Hussein Hindi.
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