Parte da Antártida registrou temperaturas quase 30°C acima do normal nos últimos dias. Mesmo que não faça calor nesta região do planeta, os cientistas descrevem o fenômeno como uma “onda de calor”. Essa é a segunda vez que o evento raro e de longa duração ocorre em dois anos.
A MetSul Meteorologia diz que o evento de aquecimento na Antártida vai impactar o clima no Brasil. As temperaturas atípicas ocorrem em pleno inverno antártico, quando a região costuma atingir marcas em média de 20ºC negativos, com picos de até -70ºC ou -80ºC. Nos últimos dias, estações na Antártida tiveram marcas entre 20°C e 30°C acima do normal.
LEIA TAMBÉM: Neve em Gramado nos próximos dias? Veja quando há chance do fenômeno na Serra gaúcha
A estação do Polo Sul teve seu julho mais quente desde 2002, cerca de 6,3°C acima da média. Entre os dias 20 e 30 de julho, a temperatura média na estação foi -47,6°C, que é uma temperatura típica para o final de fevereiro, no fim do verão na Antártida. Vostok, no centro da camada de gelo oriental, teve seu julho mais quente desde 2009, cerca de 6,5°C acima da média.
Como o Brasil será afetado?
Com a Oscilação Antártica atipicamente negativa, ar muito frio escapa para Norte em direção às latitudes médias na América do Sul, Sul da África, Austrália e Oceania. No Brasil, ocorrerá uma incursão de ar frio no final desta semana que vai trazer muito frio para o Sul do País.
Na próxima semana, há chance de mais frio. Com o avanço do ar de origem polar mais para Norte, uma frente fria vai se deslocar mais ao Norte pelo território brasileiro e levar chuva no auge da estação seca para áreas do Centro-Oeste e do Sudeste.
O é Oscilação Antártica?
Conforme a MetSul, trata-se de um índice de variabilidade relacionado ao cinturão de vento e de baixas pressões ao redor da Antártida. A Oscilação Antártica tem duas fases. A positiva e a negativa.
- Na positiva, o cinturão de vento ao redor da Antártida se intensifica e se contrai em torno do Polo Sul.
- Na fase negativa, o cinturão de vento enfraquece e se desloca para Norte, no sentido do Equador. Com a maior ondulação da corrente de jato na fase negativa, crescem as chances de episódios de chuva mais volumosa e ciclones. Estudos mostram que na fase negativa há uma maior propensão para chuva no Sul e Sudeste do Brasil.
LEIA TAMBÉM