Um navio que partiu do Porto de Rio Grande (RS) no último dia 10 levando 19 mil cabeças de gado espalhou um “fedor inimaginável”, como informou o jornal The New York Times, na área central da Cidade do Cabo, na Áfica do Sul, no último domingo (18). A embarcação já reiniciou a viagem em direção ao Iraque, seu destino final.
O navio Al Kuwait atracou no movimentado porto da Cidade do Cabo no fim de semana para reabastecer e repor os estoques de ração para os animais. Segundo notícia distribuída a veículos de comunicação de todo o mundo pela agência Reuters, logo em seguida o mau cheiro invadiu toda a área central da cidade. O fedor era sentido a três quilômetros de distância de onde estava o navio.
As autoridades de saúde e saneamento da Cidade do Cabo foram acionadas por moradores, que imaginavam estar diante de um grande problema no sistema de esgoto da região portuária. Na tarde de domingo (18) o navio foi vistoriado por inspetores do Conselho Nacional de Sociedades para a Prevenção da Crueldade contra os Animais (NSPCA, na sigla em inglês).
Envolvida em campanhas contra o transporte de animais vivos de um continente para o outro, a NSPCA apelidou a embarcação de “navio da morte do Kuwait” e atribuiu o odor às péssimas condições que os animais enfrentaram, após passarem dias a bordo, com acúmulo de fezes.
“As fezes que o gado estava depositando já estavam basicamente até o topo de seus cascos em alguns currais”, alertou à Reuters Grace le Grange, inspetora sênior que embarcou no navio. “Em geral, o gado em si não estava em condições fisicamente ruins em termos de peso, mas nossa preocupação é o que acontece quando isso volta para o oceano”, ressaltou. Feridos, alguns animais tiveram que ser sacrificados.
Na manhã desta quinta-feira (22), o sistema de monitoramento de embarcações Marine Traffic indicava que o Al Kuwait havia partido de Cidade do Cabo na véspera e já estava novamente em alto mar, no Atlântico Sul, em direção ao Iraque. A previsão de chegada, segundo o Marine Traffic, é no dia 5 de março (ou seja, os animais ficarão pelo menos 25 dias embarcados.
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