VATICANO
Papa Francisco pede desculpas após usar termo homofóbico em reunião com bispos
Termo preconceituoso contra gays teria sido proferido para reafirmar a proibição da Igreja Católica a padres homossexuais
Última atualização: 28/05/2024 15:58
Após a mídia italiana divulgar que o papa Francisco usou um termo homofóbico em uma reunião, o pontífice pediu desculpas nesta terça-feira (28). O termo preconceituoso contra gays teria sido proferido para reafirmar a proibição da Igreja Católica a padres homossexuais.
O papa teria usado o termo "frociaggine", que em português significa algo como "viadagem" para se referir a gays. A conversa aconteceu em reunião a portas fechadas com bispos italianos no dia 20 de maio, segundo declaração do porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni.
Francisco está ciente dos relatos, disse Bruni, lembrando que o papa argentino, que fez da aproximação de católicos com LGBTQ+ uma característica marcante de seu papado, há muito tempo insiste que há "lugar para todos" na Igreja Católica.
"O papa nunca teve a intenção de ofender ou expressar-se em termos homofóbicos, e ele estende suas desculpas àqueles que foram ofendidos pelo uso de um termo que foi relatado por outros", disse Bruni.
A mídia italiana usou bispos anônimos como fontes para informar sobre o termo na segunda-feira (27).
Proibição de padres homossexuais
A proibição do Vaticano sobre padres gays foi articulada em um documento da Congregação de 2005, que tinha como intuito a promoção da Educação Católica.
Mais tarde, essa proibição foi repetida em um documento de 2016, que dizia que a igreja não pode admitir em seminários ou ordenar homens que "pratiquem homossexualidade, apresentem tendências homossexuais profundamente enraizadas ou apoiem a chamada cultura gay."
De acordo com a mídia italiana, Francisco reafirmou fortemente essa posição em sua reunião de 20 de maio com os bispos italianos, brincando que "já há um ar de viadagem" nos seminários. O italiano não é a língua materna de Francisco, e o papa argentino já cometeu gafes linguísticas no passado.
Fonte: Associated Press