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INCÊNDIO DEVASTADOR

"Nunca pensei que teria que montar uma mala emergencial": Hamburguense relata situação dos incêndios na Califórnia

Claire Kalinoski, de 41 anos, reside há 3 anos nos Estados Unidos e publicou um relato nas redes sociais nesta quarta-feira; assista

Ubiratan Júnior
Publicado em: 08/01/2025 às 23h:39 Última atualização: 08/01/2025 às 23h:39
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Milhares de bombeiros combatem, ao menos, três incêndios separados em Los Angeles, na Califórnia, nos Estados Unidos, desde a costa do Pacífico até Pasadena . As chamas se espalham rapidamente por conta da força do vento e fazem com que moradores deixem suas casas. Estima-se que mais de 1 mil estruturas tenham sido destruídas pelo fogo.

A hamburguense Claire Kalinoski mora com seu gatinho Fred há três anos na Califórnia, nos Estados Unidos | abc+



A hamburguense Claire Kalinoski mora com seu gatinho Fred há três anos na Califórnia, nos Estados Unidos

Foto: Arquivo pessoal

A situação é preocupante e as autoridades locais orientam a população a todo instante. A hamburguense Claire Kalinoski, de 41 anos, reside há 3 anos na Califórnia. Atualmente ela mora em Marina del Rey, que fica a cerca de 25 minutos de Pacific Palisades, uma das áreas atingidas pelo incêndio. “Infelizmente, o que costumava ser um refúgio cheio de memórias especiais agora enfrenta um dos desafios mais devastadores”, diz ela sobre os incêndios.

Nesta quarta-feira (8), a consultora de moda publicou nas redes sociais um relato sobre a situação que vive no país norte-americano. Claire conta que no período em que mora por lá já enfrentou outras situações, como terremotos, mas nada parecido com esse incêndio. “Nunca pensei que teria que montar uma mala emergencial”, conta. 

“Aqui estou, sentada no chão do meu closet, ouvindo o som incessante das sirenes e dos helicópteros”, descreve. Ela ainda conta que antes arrumar sua mala, arrumou os pertences do seu pet, um gatinho ao qual chama, carinhosamente, de Fred. “Arrumei a bolsinha de transporte dele”, detalha. O felino foi adotado há 12 anos, quando Claire ainda residia em Novo Hamburgo. 

A preparação é apenas cautelar, pois por enquanto a região onde ela reside está fora da rota direta do fogo. “Daqui de casa consigo ver as montanhas em chamas e um céu tomado pela fumaça”, conta.

“Alguns amigos já precisaram evacuar, e duas pessoas que amo perderam absolutamente tudo”, lamenta a hamburguense. “É doloroso pensar que lugares que frequentava com tanto carinho em Palisades onde eu jantava, caminhava, trabalhava como consultora de estilo e até fazia trabalho voluntário com gatinhos resgatados simplesmente não existem mais”, continua.

Claire relata que mesmo a respiração está difícil. “O ar está muito denso e o céu escuro. Máscaras já não são mais encontradas em lugar nenhum, e é comum ver cinzas espalhadas pelo chão em várias áreas”, descreve. “No horário da Califórnia, agora são 4:39 da tarde [21h39 no horário de Brasília], e infelizmente muitas casas continuam queimando, assim como vastas áreas de natureza. A devastação é difícil de descrever.”

De acordo com ela, as autoridades estão fazendo o melhor que podem e trabalham incessantemente. “Porém, ontem faltou água, o que complicou ainda mais os esforços para conter os incêndios”, conta.

Em maio do ano passado, quando o Rio Grande do Sul foi atingido por uma catástrofe climática, Claire conta que ajudou a enviar roupas e mantimentos ao Estado e que agora quem está na Califórnia é que precisa de suporte emocional. 

“Agora, o foco é rezar, apoiar quem precisa e encontrar forças para ajudar nossos amigos que já estão pedindo socorro. Essa tragédia deixa marcas, mas também reforça como é importante nos unirmos em momentos assim”, pondera a hamburguense. 

Contato com a família e retorno ao Brasil

Atualmente, os familiares de Claire moram em Santa Catarina. “Como é de se esperar, estão preocupados, mas mantemos contato contínuo”, diz ela sobre a relação com os parentes durante esse período dos incêndios. Para ilustrar a situação na Califórnia, nesta quarta ela enviou duas fotos para parentes e amigos: uma que mostra Santa Monica tomada por fumaça e na outra Marina Del Rey, onde ela reside, e é possível notar a fuligem do incêndio no ar. 



Antes de deixar Novo Hamburgo, ela residiu por último no bairro Vila Rosa. Com o trabalho na área da moda, Claire já fez ações com o I Fashion Outlet e também para várias marcas da cidade. Além disso, já foi curadora de desfiles promovidos pela revista Like Magazine, do Grupo Sinos. Também foi professora de de Personal Stylist, por quase 3 anos, no Senac da cidade do Vale do Sinos.

Nessa trajetória, ficaram muitas amizades, que estão fazendo diferença. “Os amigos de Novo Hamburgo têm sido incríveis, me enviando muitas mensagens. Esse carinho tem me feito sentir acolhida e muito grata nesse momento difícil.”

A hamburguense revela que pretendia ficar apenas 2 anos na Califórnia, mas que “se apaixonou e permaneceu” por lá. “Amo o Brasil e, sim, voltar faz parte dos meus planos, mas ainda sem uma data definida”, finaliza. 

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