ELEIÇÕES AMERICANAS

Nikki Haley desiste da disputa e Donald Trump será o candidato do Partido Republicano nos EUA

Trump deve enfrentar o democrata Joe Biden, atual presidente dos Estados Unidos

Publicado em: 06/03/2024 13:55
Última atualização: 06/03/2024 14:01

Donald Trump será o candidato do Partido Republicano nas eleições presidenciais dos Estados Unidos. A candidatura do ex-presidente foi confirmada por conta da desistência da pré-candidata Nikki Haley, anunciada nesta quarta-feira (6). Trump deve enfrentar o democrata Joe Biden, atual presidente. Vale lembrar que o republicano foi derrotado em 2020.


Donald Trump Foto: The White House/Divulgação


O anúncio foi feito durante um discurso final da conservadora para apoiadores em Charleston, Carolina do Sul, onde ela foi governadora. "É hora de suspender a minha campanha", afirmou. "Eu disse que queria que as vozes dos americanos fossem ouvidas. Eu fiz isso. Não estou arrependida".

Ex-embaixadora dos Estados Unidos na ONU e ex-governadora da Carolina do Sul, Haley venceu apenas em um dos 15 Estados, Vermont, que realizaram as primárias na Superterça. O restante foi vencido por Trump, que totalizou 995 delegados contra 89 da republicana. São necessários 1.215 para confirmar a nomeação.

Antes desta terça-feira, 5, Haley havia vencido Trump nas primárias de apenas um outro Estado, Washington, e possuía 43 delegados. A vitória do ex-presidente era esperada, mas havia dúvidas se Haley iria se manter na disputa até as convenções partidárias, em julho, na expectativa de Trump ser retirado da disputa por alguma questão jurídica - tese praticamente selada após a Suprema Corte decidir no dia 4 que o ex-presidente pode concorrer à reeleição.

Única mulher na corrida republicana e última grande rival de Trump, Nikki Haley se apresentou nas primárias como representante de uma mudança geracional que poderia agregar mais eleitores aos republicanos. Ela foi a primeira candidata a desafiar Trump e a última a retirar a candidatura, em uma eleição primária que possuía outros adversários, vistos no início como mais viáveis que Haley para derrotar o ex-presidente.

Sem apelo necessário

A campanha da ex-governadora da Carolina do Sul, no entanto, não encontrou o apelo necessário em uma base republicana que se tornou majoritariamente apoiadora do ex-presidente.

As pesquisas mostram que Haley teve força entre independentes e mulheres suburbanas, grupos-chave nas eleições gerais. No final da campanha, ela agregou os diferentes grupos opositores, atraindo financiadores ricos, ativistas e outros republicanos que perderam a influência nos últimos anos, mas não foi suficiente para ameaçar o domínio de Trump sobre o partido.

Agora que ela retirou a candidatura, resta a dúvida se esses grupos irão ampliar a base apoiadora de Donald Trump. Há pelo menos três grupos entre eles, identificados em uma reportagem do The New York Times após entrevistar mais de 40 eleitores de Haley na Carolina do Sul: os que não irão votar; os que votarão em Trump, apesar da insatisfação; e os que cogitam votar em Biden.

Nas primárias, o ex-presidente republicano conseguiu reverter a seu favor o dano das 91 acusações criminais que enfrenta na Justiça americana, que serviram para mobilizar a sua base. Entretanto, não se sabe se Trump terá o mesmo sucesso entre grupos que estiveram com Haley, ou mesmo se irá buscar o apoio destes.

No discurso de encerramento nesta quarta-feira, a ex-embaixadora ampliou sua agenda política para pautas mais alinhadas à agenda de Donald Trump, citando preocupações com os gastos públicos, apoio à Ucrânia e limite de mandatos, no que pareceu uma tentativa de aproximar seus apoiadores do republicano. Ela também afirmou sempre apoiar o candidato republicano, independente da escolha. "Parabenizo-o e desejo-lhe boa sorte. Desejo felicidades a qualquer um que seja o presidente da América", declarou.

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