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CONFLITO NO ORIENTE MÉDIO

"Não há lugar seguro": ONU relata que Israel avança no sul de Gaza e cerca maior cidade da região

Testemunhas afirmaram que Israel estabeleceu um novo posto de controle na entrada da cidade de Khan Younis

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Publicado em: 05/12/2023 às 16h:39 Última atualização: 05/12/2023 às 16h:39
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Dezenas de veículos militares israelenses cruzaram o sul da Faixa de Gaza, e operam nas proximidades da cidade de Khan Younis, a maior cidade do sul de Gaza, segundo novas imagens de satélite divulgadas pelo jornal The New York Times que foram vistas na segunda-feira (4) sinalizando o início esperado de uma nova fase da guerra de Israel contra o grupo terrorista Hamas no enclave palestino.

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Destruição de prédios na Faixa de Gaza, após uma das retaliações aos ataques de sábado | Jornal NH



Destruição de prédios na Faixa de Gaza, após uma das retaliações aos ataques de sábado

Foto: Palestine.at.UN/Reprodução

Testemunhas afirmaram que Israel estabeleceu um novo posto de controle na entrada da cidade de Khan Younis. Além disso, as Forças de Defesa de Israel estão batalhando terroristas do Hamas na estrada Salah al-Din, em Gaza, que Israel havia designado anteriormente como uma rota segura de deslocamento para os civis palestinos do norte para o sul do enclave palestino. Na segunda-feira, Tel-Aviv admitiu que um trecho da estrada havia se transformado em um “campo de batalha” e que os civis não deveriam se aproximar.

“Não há nenhum lugar seguro para ir e muito pouco para sobreviver para os civis palestinos em Gaza”, apontou um porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres. Um apagão de comunicações em todo o território também prejudicou a resposta humanitária durante a noite.

Grupos de ajuda humanitária afirmaram que os civis palestinos tem dificuldade de seguir as orientações de Tel-Aviv por conta das operações israelenses em toda a Faixa de Gaza. Na noite de segunda-feira, a organização humanitária Sociedade do Crescente Vermelho Palestino afirmou que havia perdido contato com suas equipes médicas em Gaza, depois que o principal provedor de telefonia e internet, Paltel, confirmou que todos os serviços de telecomunicações foram cortados.

“O nível de sofrimento humano é intolerável”, disse Mirjana Spoljaric Egger, presidente do Comité Internacional da Cruz Vermelha, em um comunicado na segunda-feira, enquanto visitava Gaza. “É inaceitável que os civis não tenham um lugar seguro para ir em Gaza e, com um cerco militar em vigor, também não há resposta humanitária adequada possível.”

Desde que uma pausa humanitária de uma semana terminou na sexta-feira, com o Hamas e Israel culpando-se mutuamente pelo seu colapso, Israel “entrou numa nova fase na nossa guerra contra o Hamas”, apontou o contra-almirante Daniel Hagari, porta-voz militar israelense, na segunda-feira, 4.

“Nós os perseguimos no norte de Gaza e agora também vamos fazer isso no sul de Gaza”, disse Hagari em um comunicado a imprensa. “Operaremos com força máxima contra os terroristas e as infraestruturas do Hamas, ao mesmo tempo que minimizaremos os danos aos civis que o Hamas coloca à sua volta como escudos.”

Bombardeios

Com o aumento dos combates em Gaza, os perigos para os civis se acumularam, incluindo ao longo da estrada Salah al-Din, a principal via que liga as partes norte e sul do enclave. Os bombardeios intensos na área começaram na sexta-feira, logo após o fim da pausa, segundo Hani Abu Mustafa, 39 anos, que mora perto da estrada ao norte de Khan Younis. “Estávamos sendo bombardeados de forma tão devastadora e assustadora por aviões que pensamos que seria a nossa última noite”, disse ele.

Na manhã de sábado, 2, um grande número de residentes estava fugindo, depois que os militares israelenses lançaram panfletos alertando-os para se deslocarem, disse ele.

A família de Abu Mustafa relutou em partir. Eles permaneceram em suas casas durante as últimas semanas e só saíram de casa quando Mustafa viu os tanques israelenses com seus próprios olhos na manhã de sábado.

Mais de 80% da população de Gaza já foi deslocada, segundo dados divulgados segunda-feira pela agência das Nações Unidas para os refugiados palestinos (UNRWA). Casas superlotadas, hospitais, abrigos e acampamentos também ajudaram a espalhar doenças e condições como diarreia e infecções de pele, afirma a ONU.

O porta-voz das FDI, Nir Dinar, afirmou que corredores humanitários ainda estão abertos para os civis palestinos que ainda estejam no norte de Gaza e queiram ir para o sul.

*Com agências internacionais

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