INGLATERRA
Mulher passa dois anos em tratamento de câncer que nunca teve; entenda o caso
Médicos afirmaram que verruga em seu braço se tratava de um melanoma
Última atualização: 20/10/2023 12:19
A maquiadora de teatro Megan Royle, de 33 anos, foi diagnosticada com câncer de pele em 2019. Dois anos após o tratamento, no entanto, a moradora de Londres descobriu que nunca teve a doença. Conforme o Uol, nesta semana, Megan conseguiu um acordo extrajudicial para ser ressarcida pelos anos de tratamento e os transtornos que acumulou desde o primeiro diagnóstico.
No ano em que recebeu o diagnóstico, os médicos do Chelsea & Westminster Hospital afirmaram que uma verruga em seu braço se tratava de um melanoma. Nisso, ela foi encaminhada a uma unidade especializada em câncer do The Royal Marsden Hospital, na capital inglesa.
Lá, ela foi submetida a imunoterapia, congelou óvulos por conta do risco para a fertilidade e passou por uma cirurgia que deixou uma cicatriz com quase 20 centímetros no braço, segundo apuração da BBC. Em 2021, a maquiadora de teatro precisou se mudar e trocou também o local de tratamento.
A nova equipe revisou todos os exames e descobriu que, na verdade, Megan nunca teve câncer. O advogado da paciente, Matthew Goascoyne, especializado em negligência médica, afirmou que o diagnóstico causou um "profundo impacto psicológico" na inglesa, de acordo com o canal TV Sky News.
Em entrevista ao jornal britânico The Independent, ela afirma que suas emoções predominantes foram frustração e raiva. "Você simplesmente não pode acreditar que algo assim possa acontecer, e até hoje não tive uma explicação de como e por que isso aconteceu. Passei dois anos acreditando que tinha câncer, passei por todo o tratamento e então me disseram que não havia câncer algum."
Um porta-voz da Royal Marsden NHS Foundation Trust pediu desculpas em comunicado encaminhado à TV Sky News. "Desejamos oferecer nossas sinceras desculpas a Megan Royle pela angústia causada por sua experiência em nosso hospital e estamos satisfeitos que um acordo tenha sido alcançado."
A North West London Pathology, parceira do Imperial College NHS Trust, também se pronunciou. "Lamentamos profundamente a angústia causada a Megan Royle e pedimos desculpas sem reservas pelo erro cometido. Embora nenhum acordo compense o impacto que isto teve, estamos satisfeitos por ser alcançado um acordo."