EM BANGKOOK
Mistério, chá e cianeto: o que está por trás das mortes em um hotel de luxo
Seis pessoas foram encontradas mortas em um quarto de hotel de luxo após demorarem mais de 24 horas para fazer o check-out
Última atualização: 18/07/2024 17:19
No centro da Tailândia, em um quarto de hotel 5 estrelas de Bangkook, funcionários foram até o 5º andar preocupados com hóspedes que deveriam ter feito o check-out há pelo menos 24 horas. Ao abrirem a porta, encontraram seis pessoas mortas.
A cena do crime
A polícia foi chamada e encontrou três homens e três mulheres sem vida no quarto, nesta terça-feira (16). As informações são do portal de notícias internacional BBC.
Junto aos corpos, mais de 10 pratos estavam na mesa, ainda cobertos de plásticos, indicando que ninguém havia sequer tocado na comida. O mesmo não pode ser dito das xícaras de chá e café, que continham apenas o resto das bebidas e um pó branco.
A porta de entrada do quarto estava trancada, mas uma segunda não, o que fez com que a polícia pensasse que uma sétima pessoa, que também estaria hospedada no hotel, poderia estar envolvida. Entretanto, essa linha de investigação não demorou muito para ser descartada.
Uma das vítimas foi encontrada próxima à mesa, onde estava a comida, e outras duas estavam no quarto da suíte. A polícia acredita que uma estava tentando fugir, já que foi encontrada na porta.
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As vítimas
O grupo havia viajado para a Tailândia em momentos diferentes e reservado quartos separados no hotel 5 estrelas Grand Hyatt Erawan. Somente no domingo (15) é que todos trocaram para o mesmo, ainda de acordo com a BBC.
Eles pediram serviço de quarto pouco antes das 14 horas, no horário local, e desde as 14h17 ninguém foi visto entrando ou saindo. Câmeras de segurança confirmam isso, conforme o jornal The Guardian.
As vítimas são dois norte-americanos, sendo Sherine Chong, de 56 anos, e Dang Hung Van, 55. Os outros quatro são vietnamitas, sendo eles Thi Nguyen Phuong, 46, Hong Pham Thanh, 49, Thi Nguyen Phoong Lan, 47, e Dinh Tran Phu, 37. Nguyen Phuong e Pham Thanh eram um casal.
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Cianeto
As investigações da polícia concluíram que o pó branco, encontrado no fundo das xícaras, se tratava de um veneno: o cianeto.
Em uma coletiva de imprensa, o chefe da Delegacia de Polícia Forense afirmou que o cianeto também foi encontrado no bule e no sangue coletado de pelo menos uma das vítimas.
Assassinato?
Na quarta-feira (17), a teoria de que uma sétima pessoa estaria envolvida no crime foi descartada e a investigação passou a questionar se uma das vítimas teria envenenado os outros ou todos teriam bebido das xícaras por livre e espontânea vontade.
Uma das autoridades encarregadas da investigação, Noppasin Poonsawat afirmou que a polícia acredita mais na primeira opção. Isso porque a comida e as bebidas foram pedidas por uma pessoa do grupo, que estava sozinha quando tudo chegou, ainda de acordo com a BBC.
Os funcionários contaram para a polícia que a suspeita, Sherine Chong, parecia estar estressada. Um funcionário, inclusive, chegou a oferecer preparar o chá, mas ela não quis. As outras cinco vítimas chegaram somente depois.
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Crime organizado?
Ainda na quarta-feira, Poosawat afirmou que o crime parecia ter sido motivado por problemas pessoais e que era improvável que estivesse relacionado com o crime organizado ou dívidas.
Entretanto, os familiares, que foram ouvidos pela polícia, afirmaram que um dos seis mortos era um investidor e que todos os outros investiram com ele, mas o negócio estava indo mal e eles teriam marcado uma reunião para discutir sobre.
De acordo com outra matéria da BBC, Sherine Chong, a mesma que pediu o serviço de quarto, recebeu "dezenas de milhões de bahts tailandeses" do casal, que também foi envenenado, para investir em um negócio de construção no Japão.
Até então, a investigação da polícia tailandesa acredita que Chong tenha envenenado os outros e depois cometido suicídio. A reportagem do ABC+ não conseguiu encontrar outras informações sobre o caso que elucidem a questão até o fechamento desta matéria.
Onde procurar ajuda?
O Centro de Valorização da Vida (CVV) realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, e-mail e chat 24 horas por dia.
O CVV tem cerca de 3 mil voluntários e atende aproximadamente 8 mil ligações por dia.
Telefone do CVV: 188.