Um vermelhidão incomum no céu, vindo do sul, chamou atenção de quem estava na região entre o Chuí, no Rio Grande do Sul, e Punta Del Diablo, no Uruguai, na noite passada. Trata-se de um fenômeno raro e que pode se repetir neste fim de semana, dependendo das condições climáticas.
A camada vermelha que cobria o céu escuro, mais ao sul, nada mais era do que a aurora austral, a aurora polar que acontece no hemisfério sul. No hemisfério norte é chamada de aurora boreal, um dos fenômenos mais impressionantes do mundo por sua beleza.
Mas afinal, o que é uma aurora polar?
Tanto a aurora austral quanto a aurora boreal são um fenômeno físico-químico que decorre do choque do plasma solar com os elementos das camadas superiores da atmosfera da Terra. Como nos polos o campo magnético é mais frágil, o plasma solar acaba tendo contato mais fácil com os gases atmosféricos, gerando as cores da aurora polar.
As auroras podem aparecer tanto como um brilho mais difuso quanto uma espécie de cortina estendida no sentido horizontal. As cores variam entre tons mais avermelhados até verde forte.
A aurora boreal é vista dos países do hemisfério norte cortados pelo círculo polar ártico, como Rússia, Noruega, Finlândia, Suécia, Islândia, Goenlândia, Canadá e Estados Unidos. Já a aurora austral é vista normalmente no continente Antártico e no extremo sul do Chile e da Argentina.
É por isso que o fenômeno da noite desta sexta-feira (10) e madrugada deste sábado (11) na América do Sul chama tanta atenção. Foi visto da fronteira do Brasil com o Uruguai, o que é absolutamente incomum.
Por que a aurora austral foi vista da fronteira do Brasil com Uruguai?
A explicação está na tempestade solar mais intensa dos últimos 20 anos. Gera uma tempestade geomagnética tão forte que as auroras podem ser observadas em latitudes médias, resume a MetSul Meteorologia.
No hemisfério norte, grande parte da Europa observou a aurora boreal nesta noite de sexta-feira, mesmo locais no Sul da Itália, perto do Mediterrâneo, o que é tão incomum como ver a aurora austral do litoral norte uruguaio.
Segundo a MetSul, a tormenta solar é resultado da chegada da primeira das seis ejeções de massa coronal lançadas em direção à Terra pela mancha solar gigante AR3664, e que atingiu hoje o campo magnético do nosso planeta.
“A ejeção sacudiu magnetômetros em todo o mundo e desencadeou uma tempestade geomagnética, que agora é extrema. Mais ejeções estão seguindo para a Terra e podem prolongar a tempestade até este fim de semana”, adianta a MetSul.
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