PROTESTOS
Lima e sul do Peru têm atos violentos contra presidente
Número de pessoas mortas aumentou para 54 desde que confrontos começaram, há cerca de 45 dias
Última atualização: 18/01/2024 09:50
O Peru voltou a ser palco de protestos violentos contra a presidente Dina Boluarte em Lima, a capital, Arequipa e Puno, duas importantes cidades do sul do país.
Pela manhã de quinta-feira (19), cerca de 200 pessoas invadiram o Aeroporto Internacional de Arequipa e entraram em confronto com os policiais no local. O número de pessoas mortas desde que os confrontos começaram – há cerca de 45 dias – aumentou para 54. Os peruanos, em grande parte pró-Pedro Castillo, pedem a renúncia da presidente e a convocação de uma Assembleia Constituinte.Em Lima, onde milhares de manifestantes chegaram nos últimos dias do interior do país, foram registrados confrontos esporádicos com a polícia no centro da capital. Os manifestantes são partidários do ex-presidente Pedro Castillo, preso após uma tentativa de golpe de Estado em dezembro.
Em Arequipa, a segunda maior cidade do Peru, os manifestantes invadiram o aeroporto depois de quebrarem a cerca de metal, munidos de pedras e pedaços de madeira. As operações do aeroporto foram suspensas por decisão do Ministério dos Transportes, que também suspendeu ontem as operações no aeroporto de Cuzco, a porta de entrada para Machu Picchu, como medida de precaução.
Além da invasão do terminal aeroportuário, a região de Arequipa, no sul, foi palco de confrontos entre manifestantes e a Polícia Nacional. Trabalhadores da construção civil bloquearam uma das entradas da cidade, na ponte de San Isidro, e entraram em choque com os policiais quando estes chegaram para desobstruir a área com o uso de gás lacrimogêneo, segundo a estação de rádio "RPP". Pelo menos três manifestantes ficaram feridos.
Na região de Puno, um homem morreu ontem no Hospital San Martín de Porres, onde estava sendo tratado após os confrontos ocorridos na quarta-feira. A vítima foi identificada como Salomón Valenzuela Chua, de 30 anos.
Marcha
Milhares de peruanos de várias cidades chegaram ontem à capital para participar de uma passeata nacional apelidada de "A Tomada de Lima", que, no início da noite, deu indícios de que se tornaria violenta. Os manifestantes - em sua maioria grupos indígenas, camponeses e estudantes - viajam principalmente das regiões de Cuzco, Ayacucho, Cajamarca, Puno e Apurimac convocados pela Confederação-Geral dos Trabalhadores do Peru.
Essas regiões, juntas, deram mais de 70% dos votos para o ex-presidente Pedro Castillo nas eleições que o levaram ao poder em 2021, retrato das divisões entre a capital e o interior do país.
Boluarte, que era vice-presidente e assumiu o poder em dezembro após a destituição e prisão de Castillo por tentativa de golpe, é a sexta presidente peruana em cinco anos e é acusada pelos manifestantes de ter usurpado o poder. (Com agências internacionais)
Governo culpa manifestantes por violência
Boluarte afirmou em um pronunciamento nacional que o governo permanece firme após as manifestações nacionais. A presidente pediu o diálogo, disse que a violência "não ficará impune" e acusou os manifestantes de não terem "agenda social". "Buscam quebrar o Estado de Direito, gerar o caos e a desordem e tomar o poder", declarou. "Ao povo peruano, aos que querem trabalhar em paz e aos que geram atos de protesto, digo: não me cansarei de chamá-los ao bom diálogo, dizendo-lhes que trabalhem pelo país", disse Boluarte.
Jornalistas feridos
Pelo menos cinco funcionários da emissora peruana América Televisión foram feridos em Lima após um grupo de manifestantes atirar pedras contra o veículo de reportagem. Nas imagens transmitidas pela emissora, um dos agredidos aparece com dois dentes quebrados e o veículo, com os vidros destruídos.
Os repórteres estavam no centro histórico da capital peruana, onde os milhares de manifestantes se reúnem. Um dos jornalistas da emissora relatou que a van em que estavam foi cercada e diversos objetos foram arremessados contra eles, incluindo blocos de cimento.
Os vídeos da emissora mostraram como um grupo de manifestantes cercou a van e jogou diversos objetos contra o veículo, inclusive blocos de cimento, segundo o jornalista que relatou o incidente.
Quase que simultaneamente, a Associação Nacional de Jornalistas do Peru (ANP) denunciou o ataque a outros dois jornalistas, também no centro de Lima. Os repórteres Lourdes Paucar e Willy Nieva foram as vítimas. "Receberam insultos, golpes de paus/tubos, lhes arremessaram objetos/pedras, agrediram com socos e tentaram roubar a câmera e o microfone", detalhou a ANP.
Mais cedo, a ANP afirmou que policiais retiraram jornalistas que cobriam os confrontos com manifestantes e denunciou a situação de risco como "uma clara restrição à atividade informativa". A entidade pediu à polícia que fornecesse segurança aos repórteres.
Os manifestantes chegaram à Lima convocados pela Confederação Geral dos Trabalhadores do Peru após saírem principalmente das regiões de Cuzco, Ayacucho, Cajamarca, Puno e Apurimac. As autoridades mobilizaram cerca de 11,8 mil policiais para conter os manifestantes.
O Peru voltou a ser palco de protestos violentos contra a presidente Dina Boluarte em Lima, a capital, Arequipa e Puno, duas importantes cidades do sul do país.
Pela manhã de quinta-feira (19), cerca de 200 pessoas invadiram o Aeroporto Internacional de Arequipa e entraram em confronto com os policiais no local. O número de pessoas mortas desde que os confrontos começaram – há cerca de 45 dias – aumentou para 54. Os peruanos, em grande parte pró-Pedro Castillo, pedem a renúncia da presidente e a convocação de uma Assembleia Constituinte.Em Lima, onde milhares de manifestantes chegaram nos últimos dias do interior do país, foram registrados confrontos esporádicos com a polícia no centro da capital. Os manifestantes são partidários do ex-presidente Pedro Castillo, preso após uma tentativa de golpe de Estado em dezembro.
Em Arequipa, a segunda maior cidade do Peru, os manifestantes invadiram o aeroporto depois de quebrarem a cerca de metal, munidos de pedras e pedaços de madeira. As operações do aeroporto foram suspensas por decisão do Ministério dos Transportes, que também suspendeu ontem as operações no aeroporto de Cuzco, a porta de entrada para Machu Picchu, como medida de precaução.
Além da invasão do terminal aeroportuário, a região de Arequipa, no sul, foi palco de confrontos entre manifestantes e a Polícia Nacional. Trabalhadores da construção civil bloquearam uma das entradas da cidade, na ponte de San Isidro, e entraram em choque com os policiais quando estes chegaram para desobstruir a área com o uso de gás lacrimogêneo, segundo a estação de rádio "RPP". Pelo menos três manifestantes ficaram feridos.
Na região de Puno, um homem morreu ontem no Hospital San Martín de Porres, onde estava sendo tratado após os confrontos ocorridos na quarta-feira. A vítima foi identificada como Salomón Valenzuela Chua, de 30 anos.
Marcha
Milhares de peruanos de várias cidades chegaram ontem à capital para participar de uma passeata nacional apelidada de "A Tomada de Lima", que, no início da noite, deu indícios de que se tornaria violenta. Os manifestantes - em sua maioria grupos indígenas, camponeses e estudantes - viajam principalmente das regiões de Cuzco, Ayacucho, Cajamarca, Puno e Apurimac convocados pela Confederação-Geral dos Trabalhadores do Peru.
Essas regiões, juntas, deram mais de 70% dos votos para o ex-presidente Pedro Castillo nas eleições que o levaram ao poder em 2021, retrato das divisões entre a capital e o interior do país.
Boluarte, que era vice-presidente e assumiu o poder em dezembro após a destituição e prisão de Castillo por tentativa de golpe, é a sexta presidente peruana em cinco anos e é acusada pelos manifestantes de ter usurpado o poder. (Com agências internacionais)
Governo culpa manifestantes por violência
Boluarte afirmou em um pronunciamento nacional que o governo permanece firme após as manifestações nacionais. A presidente pediu o diálogo, disse que a violência "não ficará impune" e acusou os manifestantes de não terem "agenda social". "Buscam quebrar o Estado de Direito, gerar o caos e a desordem e tomar o poder", declarou. "Ao povo peruano, aos que querem trabalhar em paz e aos que geram atos de protesto, digo: não me cansarei de chamá-los ao bom diálogo, dizendo-lhes que trabalhem pelo país", disse Boluarte.
Jornalistas feridos
Pelo menos cinco funcionários da emissora peruana América Televisión foram feridos em Lima após um grupo de manifestantes atirar pedras contra o veículo de reportagem. Nas imagens transmitidas pela emissora, um dos agredidos aparece com dois dentes quebrados e o veículo, com os vidros destruídos.
Os repórteres estavam no centro histórico da capital peruana, onde os milhares de manifestantes se reúnem. Um dos jornalistas da emissora relatou que a van em que estavam foi cercada e diversos objetos foram arremessados contra eles, incluindo blocos de cimento.
Os vídeos da emissora mostraram como um grupo de manifestantes cercou a van e jogou diversos objetos contra o veículo, inclusive blocos de cimento, segundo o jornalista que relatou o incidente.
Quase que simultaneamente, a Associação Nacional de Jornalistas do Peru (ANP) denunciou o ataque a outros dois jornalistas, também no centro de Lima. Os repórteres Lourdes Paucar e Willy Nieva foram as vítimas. "Receberam insultos, golpes de paus/tubos, lhes arremessaram objetos/pedras, agrediram com socos e tentaram roubar a câmera e o microfone", detalhou a ANP.
Mais cedo, a ANP afirmou que policiais retiraram jornalistas que cobriam os confrontos com manifestantes e denunciou a situação de risco como "uma clara restrição à atividade informativa". A entidade pediu à polícia que fornecesse segurança aos repórteres.
Os manifestantes chegaram à Lima convocados pela Confederação Geral dos Trabalhadores do Peru após saírem principalmente das regiões de Cuzco, Ayacucho, Cajamarca, Puno e Apurimac. As autoridades mobilizaram cerca de 11,8 mil policiais para conter os manifestantes.