O retorno do fenômeno La Niña, que durou três anos em sua última passagem e teve, entre os impactos, a estiagem no Rio Grande do Sul, foi confirmado pela Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos, a NOAA, nesta quinta-feira (9).
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O anúncio já havia sido antecipado pela MetSul Meteorologia nos últimos dias de dezembro. Conforme a NOAA, as condições de La Niña estão no Pacífico Tropical e devem persistir de fevereiro a abril deste ano (59% de chance), com probabilidade de transição para neutralidade durante março e maio (60%).
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As condições de La Niña sugiram em dezembro e o resfriamento das águas subsuperficiais no Oceano Pacífico equatorial se fortaleceu significativamente com temperaturas abaixo da média. “Coletivamente, o sistema acoplado oceano-atmosfera indicou condições de La Niña”, explica a agência norte-americana.
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Quanto tempo vai durar o La Niña neste ano?
Apesar de se encontrar nos estágios iniciais, o fenômeno não será prolongado, ao contrário do ocorrido entre 2020 e 2023, atipicamente longo. Este episódio será curto e fraco, com duração de três a cinco meses, conforme os dados de modelos de clima.
Os meteorologistas da MetSul explicam que é bastante incomum que um evento de La Niña se inicie ou seja declarado perto da virada de ano, visto que, em regra, o fenômeno se inicia no fim do inverno austral ou no começo da primavera.
Atualmente, a anomalia de temperatura da superfície do mar no Pacífico equatorial Central-Leste está em -0,7°C, o que configura La Niña fraco (-0,5°C a -0,9°C).
Efeitos do La Niña já são sentidos em 2025
O Brasil já sente o impacto do fenômeno. Sul do Brasil registra redução de chuva e déficit de precipitação, enquanto há aumento de instabilidade na Região Nordeste, condição clássica de La Niña.
“O fenômeno pode determinar períodos mais prolongados de chuva irregular e abaixo da média agora neste verão em vários pontos no Sul do Brasil, particularmente no Rio Grande do Sul e em especial no oeste e no sul gaúcho”, explica a MetSul.
Os meteorologistas acreditam que a agricultura possa ser afetada, com perda de produtividade em milho e soja, e afirma que o Rio Grande do Sul já começa a sofrer uma estiagem. Contudo, o cenário não será pior porque em muitas áreas há umidade no solo, resultante da chuva abundante no ano passado. “Em fortes estiagens de verão da história recente, a escassez de chuva começou ainda entre outubro e dezembro do ano anterior com agravamento no verão, o que não se deu na primavera deste ano.”
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