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DEZEMBRO VERMELHO

HIV/AIDS: Qual a diferença? Entenda sobre transmissão, sintomas e como se prevenir

Desde a década de 1980 até junho de 2023, foram registrados 1.124.063 casos da doença no País

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Publicado em: 07/12/2023 às 11h:11 Última atualização: 07/12/2023 às 11h:15
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Em meados de 1980, o primeiro caso de Aids foi notificado no Brasil, em um jovem de São Paulo. Desde a década de 1980 até junho de 2023, foram registrados 1.124.063 casos da doença no País, apresentando uma média de 35,9 mil novos casos nos últimos cinco anos. 

Quanto ao HIV, são 489.594 casos, de 2007 até junho de 2023, segundo o Boletim Epidemiológico de HIV e Aids 2023, lançado pelo Ministério da Saúde neste mês, em alusão ao Dezembro Vermelho.

Dezembro Vermelho é o mês dedicado à conscientização sobre HIV e outras ISTs | Jornal NH



Dezembro Vermelho é o mês dedicado à conscientização sobre HIV e outras ISTs

Foto: Freepik

Desde o princípio, a Aids foi uma preocupação constante no mundo, matando mais de 33 milhões até o momento, de acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). Hoje, continua sendo um problema de saúde pública, apesar de haver tratamento. Em 2022, foram registrados 10.994 óbitos por Aids no País.

Entenda as principais questões sobre a Aids e o HIV, como se prevenir e qual o tratamento.

Qual a diferença entre HIV e Aids?

Uma das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), o HIV é o Vírus da Imunodeficiência Humana que ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. Ele destrói e prejudica a função das células imunes, fazendo com que a pessoa se torne gradualmente imunodeficiente. 

O HIV em seu estágio mais avançado causa a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida: a Aids. Com o sistema enfraquecido, o ser humano é acometido por outras doenças e infecções oportunistas. Ou seja:

  • HIV é o vírus;
  • Aids é a doença causada pela infecção.

Como é transmitido?

O vírus pode ser transmitido pelo contato com fluídos corporais de uma pessoa soropositiva, como:

  • sangue;
  • leite materno;
  • sêmen e secreções vaginais.

As seguintes práticas e condições aumentam o risco de se expor ao vírus, segundo o Opas e Ministério da Saúde:

  • Fazer sexo vaginal, anal ou oral sem camisinha;
  • Já possuir alguma outra IST, como sífilis, herpes, clamídia, gonorreia ou vaginose bacteriana;
  • Compartilhar qualquer objeto perfurador e/ou cortante, como agulhas, seringas, alicates que possam estar contaminados;
  • Receber injeções, transfusões de sangue ou qualquer procedimento médico ou estético que envolva materiais não esterilizados;
  • Acabar se acidentando com agulhas contaminadas, como nos casos de profissionais da saúde, tatuadores e bodypiercers, por exemplo.

Transmissão vertical

A transmissão vertical do HIV é quando gestantes, que carregam o vírus, passam para o bebê durante o parto.

Como se prevenir?

Para se prevenir, não existe mágica. As melhores formas e mais eficazes são:

  • Sempre usar preservativo durante relações sexuais;
  • Fazer testagem para HIV e outras ISTs regularmente;
  • Uso de PrEP* e PEP*;
  • Testar durante o pré-natal;
  • Programas de redução de danos para pessoas que usam drogas.

PrEP para antes de se expor ao HIV*

A Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) é um antirretroviral (ARV) que pode ser utilizado antes de se expor a situações que pode haver o risco de se infectar com o HIV. 

PEP para depois de se expor ao HIV* 

A Profilaxia Pós-Exposição (PEP) é um medicamento usado como uma medida de emergência parar reduzir o risco de infecção tanto pelo HIV quanto por hepatites virais e outras ISTs. Pode ser usado em situações como:

  • Violência sexual;
  • Relação sexual sem o uso de camisinha ou em que ela rompeu;
  • Acidentes com instrumentos perfurocortantes ou contato direto com material biológico.

Quais os sintomas?

O sintomas do HIV podem variar de acordo com a fase de infecção. Nas primeiras três a seis semanas, ocorre a incubação do vírus. Ao final do período é que podem aparecer os primeiros sintomas, parecidos com uma síndrome gripal: febre, dor de cabeça, erupção cutânea e dor de garganta. 

O organismo leva 30 a 60 dias para produzir os anticorpos anti-HIV. O próximo momento, que pode durar muitos anos, é quando as células de defesa e as rápidas e constantes mutações do vírus interagem. É o período chamado de assintomático.

Com o passar do tempo, as células de defesa começam a enfraquecer, acabam sendo destruídas e o organismo vai ficando mais fraco. As características e sintomas da fase sintomática inicial são: redução dos glóbulos brancos do sistema imunológico e febres, diarreia, suores noturnos e emagrecimento.

Já com a imunidade muito baixa, as infecções e doenças oportunistas começam a se manifestar. É então que o estágio mais avançado do HIV começa: a Aids. A pessoa pode sofrer: hepatites virais, tuberculose, pneumonia, toxoplasmose e alguns tipos de câncer.

Existe tratamento?

Sim, existe um tratamento para HIV, embora não haja cura. Os medicamentos antirretrovirais (ARV) junto a outros remédios, os chamados coquetéis, diminuem a multiplicação do vírus no corpo, recuperando as defesas do organismo. É importante que a pessoa que possui o vírus mantenha o tratamento com o acompanhamento de um médico, sem parar de tomar os remédios. 

Desde 1996, o tratamento pode ser feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS), de graça, no País.

Diagnóstico

O diagnóstico é feito a partir de coleta de sangue e por fluído oral e os resultados saem em cerca de 30 minutos. O teste pode ser feito pelo SUS gratuitamente e de forma anônima, na rede pública e nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA).

A pessoa deve se atentar à janela imunológica: o HIV só pode ser detectado após pelo menos 30 dias a partir da situação de risco. A testagem regular é importante para que o vírus possa ser detectado mais rápido e o tratamento seja feito no tempo certo. Caso haja suspeita de infecção pelo HIV, em situações que possa se expor ao vírus ou que já tenha se exposto, procure uma unidade de saúde e realize o teste.

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