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PERIGO

Fúria do furacão Milton forma tornados ao tocar o solo e deixa mortos e rastro de destruição na Flórida

Ao menos quatro pessoas morreram durante a passagem do fenômeno climático na costa leste do estado norte-americano

Publicado em: 10/10/2024 às 10h:08 Última atualização: 10/10/2024 às 10h:20
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Ao menos quatro pessoas morreram após dois tornados causados pelo furacão Milton na costa leste do estado da Flórida, informaram as autoridades locais nesta quinta-feira (10).

Em um comunicado em seu site, o condado de St. Lucie confirmou “quatro mortes como resultado desses tornados”.

Furacão Milton causa mortes na Flórida | abc+



Furacão Milton causa mortes na Flórida

Foto: Noaa/Reprodução

VEJA: Gaúcho grava momento que fenômeno toca o solo nos EUA; veja vídeo

Mais de 3 milhões de casas sem luz

Mais de três milhões de casas na Flórida estão sem eletricidade devido à passagem de Milton, furacão enfraquecido para a categoria 1, mas ainda muito perigoso, que provocou graves inundações neste estado do sudeste dos Estados Unidos, que ainda se recuperava da catástrofe causada pelo ciclone Helene há duas semanas.

O Centro Nacional de Furacões (NHC) informou por volta das 20h30 de quarta-feira (21h30 no horário de Brasília) que Milton atingiu a costa “perto de Siesta Key, no condado de Sarasota”, na costa oeste da Flórida, como um furacão de categoria 3 em uma escala de 5. Durante a noite, foram registrados ventos extremos de até 165 km/h, segundo dados do NHC.

Tornados foram avistados na costa leste do estado, informou o Weather Channel.

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O xerife do condado de St. Lucie, Keith Pearson, disse ao WPBF News que viu tornados “que tocaram o solo na comunidade de Spanish Lakes”. 

Milton reduziu novamente sua força durante a madrugada, para um furacão de categoria 1, mas continuou registrando ventos fortes de até 140 km/h na manhã desta quinta-feira, segundo o NHC.

O presidente dos EUA, Joe Biden, repetiu em diversas ocasiões que Milton tinha força para se tornar “a pior tempestade na Flórida em um século”.

Acompanhada por “ventos extremos” e chuvas fortes, a mega tempestade causou inundações “instantâneas” na chegada, afirmou o relatório do NHC.

Também provocou tornados antes de atingir o centro e sul do estado, segundo o Weather Channel.

Pouco antes de Milton chegar ao continente, o governador da Flórida, Ron DeSantis, pediu aos habitantes do estado que “ficassem dentro de casa e longe das estradas”.

O Milton deve se mover agora em direção ao Oceano Atlântico, com a turística Orlando – sede do Walt Disney World – em seu caminho.

Os aeroportos de Tampa e Sarasota estão fechados até novo aviso.

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“Nervoso”

Por onde Milton passou, os moradores confinaram-se antecipadamente, em suas residências ou em centros autorizados. Antes da tempestade chegar a Tampa, Randy Prior, 36 anos, estava “nervoso”. “Ainda estamos nos recuperando” do furacão Helene, que deixou “o solo encharcado”, disse.

Em outra cidade grande, Fort Myers, Debbie Edwards, que decidiu não sair, observou que todos estavam “ansiosos”. “É como se a síndrome de estresse pós-traumático tivesse se instalado” após outro furacão devastador, o Ian, há dois anos.

Milton mostra sua fúria apenas duas semanas após outro grande furacão, Helene, devastar a Flórida e outros estados do sudeste, deixando pelo menos 236 mortos.

No México, o Helene causou pequenos danos à costa, mas deixou dezenas de pescadores à deriva.

Milton “será uma tempestade mortal e catastrófica”, alertou Deanne Criswell, diretora da Agência Federal de Gerenciamento de Emergências (Fema).

A Flórida, terceiro estado mais populoso do país e destino turístico frequente, está acostumada com furacões.

Segundo os cientistas, a mudança climática desempenha um papel na rápida intensificação dos furacões, porque as superfícies oceânicas mais quentes liberam mais vapor d’água, o que dá mais energia às tempestades e intensifica os seus ventos.

As chuvas e ventos provocados pelo furacão Helene foram 10% mais intensos devido à mudança climática, segundo um estudo publicado na quarta-feira pela World Weather Attribution (WWA).

Eleições e teorias da conspiração

O presidente Biden foi informado sobre os “impactos iniciais” do Milton, segundo a Casa Branca, já que a resposta do governo democrata será acompanhado de perto pelos republicanos a quatro semanas da eleição presidencial.

Donald Trump e seus aliados republicanos de extrema direita fizeram dos desastres de Helene e Milton um tema de campanha.

Rapidamente se propagaram teorias da conspiração sobre o impacto do governo no clima e desinformação sobre o suposto fracasso do governo Biden e da candidata democrata, Kamala Harris, em sua resposta à emergência.

“O oeste da Carolina do Norte, e todo o estado, aliás, foram totalmente e incompetentemente mal administrados por Harris e Biden”, disse Trump na quarta-feira em sua rede Truth Social.

“Aguente firme e vote para que esses horríveis ‘funcionários públicos’ saiam do cargo”, acrescentou.

Harris provocou Trump em um programa de TV na noite de terça-feira: “Você não tem empatia pelo sofrimento das pessoas?”, questionou.

 

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