Na segunda-feira (8), o mundo viu o que seria um dos primeiros passos concretos de uma nova ida do homem à Lua desde 1972, com o lançamento do Peregrine I para estudar o astro. Infelizmente, as coisas não parecem estar dando tão certo. A Nasa e a Astrobotic, empresa que construiu o módulo, divulgaram atualizações da missão, afirmando que as coisas não estão saindo como esperado.
O foguete Vulcan foi lançado para o espaço com o módulo Peregrine, que deveria ir até a Lua em cerca de 46 dias para investigar o terreno e solo para a futura missão Artemis, onde a primeira mulher e homem negro pisarão no vizinho distante. A Nasa afirma estar trabalhando com a Astrobotic para solucionar os problemas da Peregrine. “Ciência é difícil”, disse a agência espacial norte-americana.
Uma ótima notícia que levou a uma terrível descoberta
Por volta das 18 horas de ontem, a Astrobotic divulgou um relatório com uma ótima notícia que levou a uma não tão boa. A primeira imagem do Peregrine I já no espaço chegou. A câmera foi acoplada na plataforma de carga do módulo lunar e, a partir disso, foi detectado o primeiro sinal de que havia uma “anomalia no sistema de propulsão”.
Tempo a tempo
Update 1: Primeiras informações – cerca de 5 horas após lançamento
Quando chegou ao espaço, o Peregine se separou do Vulcan normalmente. Os dados recebidos mostravam que o sistema operacional estava performando como esperado. O sistema de propulsão do módulo lunar foi ativado e ele entrou em um modo de operação completo.
As coisas então começaram a não parecer tão boas. Uma anomalia ocorreu, evitando que a Astrobotic conseguisse alcançar uma “orientação estável voltada para o Sol”, de acordo com a empresa. A equipe começou a trabalhar de acordo com as ocorrências em tempo real.
Update 2: Equipe tenta arrumar problema com improviso – cerca de 7 horas após lançamento
Nesse momento, uma equipe já estava reunindo dados sobre o que poderia estar acontecendo. Eles acreditavam, segundo a Astrobotic, que uma anomalia na propulsão estava atrapalhando a estabilidade na orientação pelo Sol e, caso estivessem corretos, isso atrapalharia na hora em que o Peregrine fosse aterrissar na Lua.
Enquanto isso, a bateria da espaçonave estava chegando a níveis operacionais muito baixos. Antes de entrar em um período já sabido de falha de comunicação, a equipe improvisou uma manobra de reorientação dos painéis solares em direção ao Sol. Pouco tempo depois, a comunicação com a espaçonave cessou.
Update 3: Comunicação reestabelecida, sucesso do improviso – cerca de 8h30 após lançamento
A comunicação com o Peregrine foi reestabelecida e a manobra improvisada foi um sucesso. As baterias começaram a ser recarregadas. Chamado de “Missão Anomalia a Bordo”, dados continuaram a ser reunidos para avaliação e, com isso, a Astrobotic acreditava ter chego à raiz do problema: uma falha no sistema de propulsão. Todos que trabalharam – e continuaram – agradeceram o apoio recebido pelas redes.
Update 4: Notícias desanimadoras – cerca de 9 horas após lançamento
A atualização 4 foi a mais curta de todas e começou em um tom desanimador: “Infelizmente, parece que a falha no sistema de propulsão está causando perda crítica de combustível.” O time continuou tentando estabilizar as perdas, “mas por conta da situação, nós priorizamos maximizar os dados e ciência que podemos conseguir”. Eles começaram a tentar encontrar uma alternativa que fizesse mais sentido para a missão.
Update 5 – A primeira imagem que confirmou problemas – cerca de 12 horas após lançamento
A Astrobotic recebeu a primeira imagem do Peregrine I no espaço, que mostrou pistas visuais de que havia, de fato, uma anomalia no sistema de propulsão. Porém, agora a espaçonave estava com a bateria completamente carregada e a empresa estava usando a energia restante para performar tanto quanto aguentasse de operações.
Eles afirmaram que a maioria da equipe continuava acordada por mais de 24 horas tentando solucionar o problema, e iriam continuar.
Update 6 – cerca de 17 horas após o lançamento
Um vazamento contínuo de combustível é o que está fazendo com que o Controle de Atitude (ACS) dos propulsores do Peregrine continuem operando além do ciclo de vida útil esperada, evitando que ele acabe “tombando”. Se eles conseguirem continuar operando, a Astrobotic acredita que a espaçonave pode permanecer em uma orientação na direção do Sol por mais 40 horas, aproximadamente, baseado na quantidade consumida de combustível.
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O objetivo agora é fazer com que Peregrine chegue o mais perto da Lua possível antes de perder a habilidade de se manter na direção do Sol e subsequentemente acabar sem energia.
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