No ano em que, por coincidência, uma das superproduções em destaque nos cinemas foi Oppenheimer, sobre o desenvolvimento da bomba atômica, os Estados Unidos estão propondo construir um novo explosivo nuclear baseado na mesma técnica. A administração Joe Biden apresentou em Washington agora no final de outubro o projeto para construir a B61-13, uma nova bomba atômica descrita como “gravitacional”, ou seja, não embarcada em um míssil e sim lançada de um bombardeiro. É o mesmo método usado pelas bombas nucleares lançadas contra Hiroshima e Nagasaki em 1945.
Pelos atuais tratados de não proliferação nuclear, as superpotências não podem ampliar seus arsenais atômicos. Entretanto, o projeto proposto pela administração federal norte-americana não acrescenta novos explosivos, mas substitui antigos. O arsenal dos EUA é descrito como em envelhecimento, necessitando atualizações periódicas. Esta seria uma delas.
A medida é realizada de tempos em tempos. A última bomba do tipo, a B61-12, havia sido construída pela administração Barack Obama. Tecnicamente, não seria uma nova bomba nuclear construída do zero, mas uma reengenharia de alguma das atuais ogivas que já estão no arsenal. Por exemplo, um míssil seria desmantelado e a ogiva seria transformada em uma bomba a ser lançada de um avião.
A administração federal norte-americana anunciou que o plano é que a B61-13 seja 24 vezes mais poderosa do que a bomba que atingiu Hiroshima. Mesmo com esse número, ainda seria um explosivo menos possante do que algumas das ogivas construídas pelos Estados Unidos e União Soviética durante os anos 1970 e 1980, durante a corrida nuclear.
O projeto ainda precisa de aprovação do Congresso e dotação orçamentária. Na justificativa do projeto, o presidente Joe Biden afirmou que é preciso, além de atualizar o arsenal norte-americano, também fazer frente a “novas ameaças” no cenário internacional.
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