As urnas na eleição presidencial da Argentina fecharam às 18 horas deste domingo (22). A participação, segundo a Justiça eleitoral, foi de 74%, a menor desde a redemocratização do país, em 1983. Apesar disso, mais gente apareceu para votar que nas primárias.
Os resultados da votação devem ser conhecidos até às 22 horas, segundo a imprensa local. Os principais candidatos na disputa são o libertário Javier Milei, o peronista Sergio Massa e Patricia Bullrich, de centro-direita. Acompanhe os últimos desdobramentos da eleição no país vizinho.
Quem é Sergio Massa
O advogado Sergio Massa, 51anos, tem a difícil missão de disputar a presidência da Argentina como candidato do governo mais impopular em duas décadas. O cargo ocupado por ele também não ajuda: ministro da economia do país onde a inflação anual se aproxima dos 140%. Depois de se afastar dos peronistas, ele foi chamado para socorrer o governo Alberto Fernandez e se consolidou como nome para sucessão.
O então presidente da Câmara assumiu a Economia ano passado no lugar de Silvina Batakis, tida como nome próximo a Cristina Kirchner. Na época, a nomeação da economista chegou a ser considerada uma vitória para a vice-presidente, que criticava abertamente o primeiro titular da pasta, Martín Guzmán, pelo acordo com o FMI, o Fundo Monetário Internacional, que previa uma política econômica mais austera. Alvo da fritura, Guzmán acabou deixando o cargo e, cerca de um mês depois, Batakis também caiu. Leia mais no perfil.
Quem é Javier Milei
O libertário Javier Milei surgiu como uma terceira força política, virou o jogo e virou o protagonista da eleição, marcada para 22 de outubro. O deputado do pequeno partido Liberdade Avança era um desconhecido até ser eleito para Câmara em 2021, mas logo chamou a atenção de eleitores frustrados com a política e surpreendeu com o primeiro lugar nas primárias.
Javier Milei é a mais nova expressão dos outsiders que irromperam na política nos anos recentes. O economista de 51 anos, autodenominado anarcocapitalista, disse que iria acabar com a classe dominante, reduzir o governo e fechar o banco central, cuja política monetária ruim, segundo ele, “rouba” dinheiro dos argentinos por meio da inflação. Leia mais no perfil.
Segundo turno e resultados
Autoridades eleitorais disseram ao jornal Clarín não há uma previsão para a divulgação do resultado final da eleição. Na imprensa argentina, a expectativa é a de que haja uma definição no começo da noite. Haverá segundo turno se nenhum candidato obtiver mais de 45% dos votos, ou se obtiver entre 40% e 45%, desde que a diferença para o segundo seja inferior a dez pontos porcentuais.
Filas para votar
Ainda há filas nas principais cidades da Argentina para votar. Todo mundo que chegou antes das 18h no centro de votação poderá depositar seu voto na urna. Os candidatos já se recolheram para os bunkers de campanha, de onde acompanharão a apuração.
Argentinos residentes no Brasil foram à embaixada para eleger presidente
A Sala Malvinas, próxima à entrada da Embaixada Argentina em Brasília, estava movimentada neste domingo. O local abriga a seção eleitoral do primeiro turno das eleições argentinas na capital federal.
Cerca de 23 mil cidadãos argentinos estavam habilitados a votar na embaixada e nos 10 consulados do país vizinho no Brasil. Em Brasília, são 365 eleitores aptos, dos quais de 70 a 80 pessoas costumam votar. Isso porque, para os argentinos residentes no exterior, o voto é facultativo.
A votação é feita em uma cédula única de papel, na qual o eleitor registra as preferências.
Estão habilitados a votar no Brasil todos os argentinos que mudaram o domicílio eleitoral até 25 de abril. A seção eleitoral da embaixada em Brasília abrange eleitores que moram no Distrito Federal e em seis estados: Acre, Amazonas, Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Roraima, assim como o pessoal diplomático e suas famílias.
Ameaça de bomba
Uma suposta ameaça de bomba na Casa Rosada, sede do governo argentino em Buenos Aires, gerou um alerta da polícia local a poucos minutos do fechamento das urnas, enquanto os argentinos ainda saíam para decidir o futuro da nação no primeiro turno da disputa pela presidência. A existência da bomba ainda não foi confirmada.
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De acordo com as autoridades, a ameaça de bomba foi comunicada por telefone.