Nos Estados Unidos, no interior do estado de Nova York, um homem foi acusado de perseguir e assediar uma mulher usando um avião durante quatro anos. Michael Arnold, de 65 anos, se declarou inocente na quinta-feira (5), após comparecer pela primeira vez no tribunal de Bennington, em Vermont, na quarta-feira (4).
“Ele está nos aterrorizando”, foi o que Cassie Wilusz, moradora de Schuylerville, disse ao portal Times Union em junho. Ela e a sua família estariam sendo perseguidas pelo homem, que sobrevoava sua casa e até mesmo jogava tomates no seu quintal. A mulher era acordada todos os dias, às sete da manhã, pelo menos três vezes na semana com o barulho da aeronave. O voo seria tão baixo que chegava perto do telhado da casa e balançava as vidraças.
Arnold foi preso em Vermont, onde ele guardava seu avião, por stalking agravado, violar uma ordem de restrição, dar falso testemunho a um policial e resistir à prisão, na terça-feira (3). Na ocasião, ele estava se dirigindo ao aeroporto da cidade, entretanto, o homem estava proibido de voar, segundo o portal Times Union.
No momento da prisão, Michael Arnold afirmou não ter perseguido ninguém e negou que estava pilotando seu avião no dia anterior, um 1976 Cessna 180. Ele ainda afirmou não ter contato com a mulher e que, se quisesse fazer algum mal para ela, poderia ter feito facilmente. As informações são do The Guardian.
Ele estava sob uma ordem temporária de proteção, que foi emitida em maio. Uma das condições específicas era que cessasse e desistisse de voar, independente da aeronave. Porém, a polícia de Bennington afirmou que, naquele dia, ele foi visto sobrevoando em direção à Nova York. A medida vale até 30 de novembro, segundo o portal Estadão.
Outros termos incluíam não ter qualquer tipo de contato com a Wilusz, não stalkear ela e manter pelo menos 91 metros de sua casa e estabelecimento.
A polícia já tinha sido notificada pelo FBI em Albany, capital do estado norte-americano, e estava investigando Arnold por suspeitas de estar stalkeando a mulher em Schuylerville por anos, disse o noticiário The Guardian.
Como tudo começou
Tudo começou em outubro de 2019, quando Michael Arnold foi tomar uma sopa no Revolution Café, propriedade de Wilusz. Na mesma tarde, ele teria mandado uma foto sua parcialmente vestido e amarrado na cama por e-mail para a vítima. Foram enviadas também imagens de mulheres jovens seminuas e, no corpo da mensagem, o homem falava sobre ir para Costa Rica, em uma praia de nudismo, com duas namoradas pois seria “divertido”.
E então começaram os voos incessantes e dos assédios. Arnold começou a enviar fotos para a vítima da sua própria casa, da sua piscina, quintal, dela e de sua família e amigos. “Ele me disse que o karma iria me pegar, que eu matei meu pai”, que morreu em um incêndio em 2017, “e que vou matar meu marido”.
A ordem de restrição não impediu que o homem continuasse a passar frequentemente em frente à casa e ao café de Wilusz, até junho deste ano.
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