Você já pensou em ter um nova cor de olho? Pois é, um homem decidiu fazer esse procedimento. No entanto, oftalmologistas não aprovam a prática e fazem alertas sobre os seus riscos.
“O que este médico está fazendo é um procedimento chamado queratopigmentação, que começou a se desenvolver para casos em que a pessoa tinha um olho totalmente cego. É um procedimento usado quando a córnea está comprometida e, para não ficar um olho muito diferente esteticamente do outro, se desenvolveu essa técnica para tatuar a córnea. Basicamente, se coloca pigmentos no tecido da córnea para ficar parecido com o olho natural”, disse o médico oftalmologista Renan Ferreira Oliveira, em entrevista ao G1.
Quem divulgou o vídeo foi Alexander Movshovich, médico especialista de Nova York, nos Estados Unidos, que afirma que o procedimento é seguro e permanente.
Veja os riscos de pintar a córnea
- Infecção nos olhos
- Restrição do campo visual
- Desenvolvimento de fotofobia
“Esse procedimento pode reduzir o campo visual do paciente, a visão periférica pode ficar comprometida. Quando você colore toda a periferia da córnea, você pode restringir o campo visual da pessoa. Os pacientes podem desenvolver fotofobia. A luz bate nos micropigmentos e estouram. Além disso, a queratopigmentação é totalmente irreversível. Esse não é um procedimento aprovado pelo Conselho Federal de Medicina”, disse Oliveira.
No Brasil, o procedimento só é permitido para fins de “reconstrução” em pessoas cegas, não sendo indicado para estética em pessoas com visão saudável.
O diretor da Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO), César Motta, afirmou que todas as técnicas utilizadas para alterar a cor do olho não são indicadas para fins estéticos.
“Existem algumas maneira de você mudar artificialmente a cor do olho. Você não consegue isso de uma maneira natural. As principais maneiras que existem são: implante de íris artificial, laser para despigmentar a íris e pigmentação de córnea”, disse Motta.
“Para fins estéticos, nenhuma prática é indicada. Todas oferecem risco para a saúde ocular do paciente. O principal risco quando é realizado a laser é o desenvolvimento de glaucoma. O principal problema do implante de íris artificial é danificar as células da córnea. A pigmentação da córnea, por outro lado, pode causar infecções”, continuou.
Além do procedimento não ser recomendado, ele é irreversível.
“Vale muito mais a apena adaptar uma lente colorida ao paciente do que expor ele a uma situação de risco. Eu não recomendo e a Sociedade Brasileira de Oftalmologista também não recomenda esses métodos de práticas para fins estéticos. A relação risco/benefício não vale”, concluiu Motta.
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