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ORIENTE MÉDIO

Deposto na Síria, Bashar Assad fugiu para Moscou e ganhou asilo, dizem agências russas

Sírios invadiram as ruas, que ecoavam com tiros de comemoração neste domingo, depois que um impressionante avanço rebelde chegou à capital

Publicado em: 08/12/2024 às 20h:21 Última atualização: 08/12/2024 às 20h:21
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As agências de notícias estatais russas afirmam que o presidente sírio deposto Bashar Assad chegou a Moscou com sua família e recebeu asilo.

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Queda de Bashar al-Assad na Síria | abc+



Queda de Bashar al-Assad na Síria

Foto: OMAR HAJ KADOUR/AFP

As agências Tass e RIA citaram uma fonte não identificada do Kremlin. A reportagem da agência Associated Press não conseguiu verificar os relatos, mas entrou em contato com o Kremlin para que a informação fosse comentada.

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A RIA também citou uma fonte anônima do Kremlin, dizendo que Moscou havia recebido garantias dos insurgentes sírios sobre a segurança das bases militares e postos diplomáticos russos na Síria. O relatório não forneceu mais detalhes. Assad teria deixado a Síria no início deste domingo, 8.

Sírios foram às ruas comemorar fim do regime

Os sírios invadiram as ruas, que ecoavam com tiros de comemoração neste domingo, depois que um impressionante avanço rebelde chegou à capital, pondo fim aos 50 anos de governo férreo da família Assad, mas levantando questões sobre o futuro do país e da região em geral.

Multidões alegres se reuniram em praças de Damasco, agitando a bandeira revolucionária da Síria em cenas que lembraram os primeiros dias do levante da Primavera Árabe, antes que uma repressão brutal e o surgimento de uma insurgência mergulhassem o país em uma guerra civil de quase 14 anos.

Outros saquearam o palácio e a residência presidencial depois que Assad e outras autoridades importantes desapareceram. A Rússia, um aliado próximo, disse que Assad deixou o país após negociações com grupos rebeldes e que havia dado instruções para transferir o poder pacificamente.

Abu Mohammed al-Golani, um ex-comandante da Al-Qaeda que cortou os laços com o grupo há anos e diz que abraça o pluralismo e a tolerância religiosa, lidera a maior facção rebelde e está pronto para traçar o futuro do país.

Em sua primeira aparição pública desde que os combatentes entraram nos subúrbios de Damasco no sábado, Al-Golani visitou a extensa Mesquita Umayyad e chamou a queda de Assad de “uma vitória para a nação islâmica”. Chamando-se pelo seu nome de batismo, Ahmad al-Sharaa, e não pelo seu nome de guerra, ele disse a centenas de pessoas que Assad havia transformado a Síria em “uma fazenda para a ganância do Irã”.

Os rebeldes enfrentam a difícil tarefa de curar as amargas divisões em um país devastado pela guerra e ainda dividido entre facções armadas. Os combatentes da oposição apoiados pela Turquia estão lutando contra as forças curdas aliadas dos Estados Unidos no norte, e o grupo Estado Islâmico ainda está ativo em algumas áreas remotas.

A televisão estatal síria transmitiu uma declaração dos rebeldes no início do domingo, dizendo que Assad havia sido derrubado e que todos os prisioneiros haviam sido libertados. Eles conclamaram a população a preservar as instituições do “Estado sírio livre”. Mais tarde, os rebeldes anunciaram um toque de recolher em Damasco das 16h às 5h.

Os rebeldes disseram que libertaram as pessoas detidas na famosa prisão de Saydnaya, onde grupos de direitos humanos afirmam que milhares de pessoas foram torturadas e mortas. Um vídeo que circulou na Internet mostrava os rebeldes quebrando as portas das celas e libertando dezenas de prisioneiras, muitas das quais pareciam chocadas. Pelo menos uma criança pequena foi vista entre elas.

“Essa felicidade não será completa até que eu possa ver meu filho fora da prisão e saber onde ele está”, disse um parente, Bassam Masr. “Estou procurando por ele há duas horas. Ele está detido há 13 anos.”

O comandante rebelde Anas Salkhadi apareceu mais tarde na TV estatal e procurou tranquilizar as minorias religiosas e étnicas da Síria, dizendo: “A Síria é para todos, sem exceções. A Síria é para drusos, sunitas, alauítas e todas as seitas”.

“Não lidaremos com as pessoas da mesma forma que a família Assad fez”, acrescentou.

*Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado pela equipe editorial do Estadão. Saiba mais em: https://www.estadao.com.br/link/estadao-define-politica-de-uso-de-ferramentas-de-inteligencia-artificial-por-seus-jornalistas-veja/

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