SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Como obras de Monet e Van Gogh se tornaram peça chave de uma investigação envolvendo nazismo

Obras serão retiradas de um dos principais museus da Suíça para investigação

Publicado em: 20/06/2024 16:33
Última atualização: 20/06/2024 16:33

Obras de artistas como Van Gogh e Monet irão deixar as salas de um dos principais museus da Suíça, para servir como peça chave de uma investigação sobre nazistas ladrões de arte na Segunda Guerra Mundial.


Museu Kunsthaus Zürich, no cantão de Zurique, suspeita que haja obras no acervo roubadas por nazistas Foto: Presse Kunsthaus Zürich/Divulgação

O museu Kunsthaus Zürich, no cantão de Zurique, suspeita que cinco pinturas da coleção Emil Burhle foram saqueadas de famílias mortas pelo nazismo durante a Segunda Guerra Mundial - Emil foi um dos principais fornecedores de armas para a Alemanha. As obras da coleção são parte de um empréstimo de 20 anos ao museu.

O acervo sob suspeita inclui A Estrada Ascendente, de Paul Gauguin, Jardim de Monet em Giverny, de Claude Monet, A Velha Torre, de Vincent van Gogh, Retrato do escultor Louis-Joseph, de Gustave Coubert e La Sultane, de Edouard Manet.

A iniciativa pode indenizar as famílias de judeus assassinados na guerra, como Max Silber, um industrial que teria sido morto no campo de concentração de Auschwitz e dono de quadros de artistas famosos.

As obras eram leiloadas entre oficiais nazistas e passavam de mão em mão até chegarem aos museus europeus e a acervos particulares. Em março, o Departamento de Estados dos Estados Unidos apresentou um tratado para identificar, indenizar e investigar peças roubadas pelos nazistas no mundo todo.

Os americanos calculam que mais de 600 mil pinturas foram usurpadas, além de 100 mil livros, manuscritos, objetos espirituais e outros bens nunca devolvidos aos donos. A Suíça assinou o tratado.

O objetivo é entender quais obras foram roubadas ou foram vendidas à força ou por razões financeiras.

A fundação da Coleção Emil Bührle afirmou em comunicado que está empenhada em uma "solução justa e equitativa para as obras com os herdeiros legais". Apesar disso, a lei suíça determina que as obras não podem ser reivindicadas porque os possíveis crimes foram prescritos.

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