Saúde
Cientistas tentam descobrir por que os homens vivem menos que as mulheres
Pesquisa investiga contraste de gêneros na expectativa média de vida, que inclusive está aumentando em alguns lugares
É um dado consolidado internacionalmente que a expectativa de vida masculina é mais curta que a feminina. No Brasil, a diferença em média fica por volta de 7 anos, levando em conta dados de 2021. Nos Estados Unidos, a diferença é menor, 5,8 anos, mas está, inclusive, aumentando, o que intriga cientistas.
Pesquisa conjunta da Universidade da Califórnia e de Harvard mostra que, nos Estados Unidos, a diferença tem aumentado há mais de uma década. A tendência está sendo impulsionada pela pandemia de Covid-19 e pela epidemia de overdose de opioides, entre outros fatores.
Em artigo publicado em 13 de novembro de 2023, no periódico científico Jama Internal Medicine, os autores apontam que a diferença entre a expectativa de vida de homens e mulheres americanos aumentou para 5,8 anos em 2021, a maior desde 1996. Em 2010 a diferença era 4,8 anos, menor nível na história recente.
A pandemia, que teve um impacto desproporcional sobre os homens, foi o maior contribuinte para o aumento da diferença de 2019 a 2021, seguida por lesões não intencionais e envenenamentos (principalmente overdoses), acidentes e suicídio.
"Houve muita pesquisa sobre o declínio da expectativa de vida nos últimos anos, mas ninguém analisou sistematicamente por que a diferença entre homens e mulheres está aumentando desde 2010", disse Brandon Yan, médico e principal autor da pesquisa.
"Embora as taxas de morte por overdose de drogas e homicídio tenham aumentado para homens e mulheres, é claro que os homens constituem uma parcela cada vez mais desproporcional dessas mortes", disse Yan.
(Com informações de Science Daily)
A estratégia metodológica dos cientistas
Utilizando dados do Centro Nacional de Estatísticas de Saúde dos EUA, Yan e colegas pesquisadores identificaram as causas de morte que mais baixaram a expectativa de vida. Em seguida, eles estimaram os efeitos em homens e mulheres para ver quanto diferentes causas estavam contribuindo para a diferença.
Antes da pandemia de Covid-19, os maiores contribuintes foram lesões não intencionais, diabetes, suicídio, homicídio e doenças cardíacas. Mas durante a pandemia, os homens tinham mais chances de morrer do vírus.
Isso provavelmente se deveu a uma série de razões, incluindo diferenças nos comportamentos de saúde, bem como fatores sociais, como o risco de exposição no trabalho, relutância em procurar cuidados médicos, encarceramento e instabilidade habitacional.
Distúrbios metabólicos crônicos, doenças mentais e violência armada também contribuíram. Yan disse que os resultados levantam questões sobre se um atendimento mais especializado para homens, como na saúde mental, deve ser desenvolvido para abordar a crescente disparidade na expectativa de vida.
"Trouxemos insights para uma tendência preocupante", disse Yan. "Pesquisas futuras devem ajudar a concentrar as intervenções de saúde pública em ajudar a reverter esse declínio na expectativa de vida."
O artigo observa que análises adicionais são necessárias para ver se essas tendências mudam após 2021, após a estabilização da Covid-19.
Acompanhar é importante
"Precisamos acompanhar essas tendências de perto à medida que a pandemia diminui", disse o coautor Howard Koh, de Harvard. "E devemos fazer investimentos significativos em prevenção e cuidados para garantir que essa disparidade crescente, entre muitas outras, não se torne entrincheirada."
É um dado consolidado internacionalmente que a expectativa de vida masculina é mais curta que a feminina. No Brasil, a diferença em média fica por volta de 7 anos, levando em conta dados de 2021. Nos Estados Unidos, a diferença é menor, 5,8 anos, mas está, inclusive, aumentando, o que intriga cientistas.
Pesquisa conjunta da Universidade da Califórnia e de Harvard mostra que, nos Estados Unidos, a diferença tem aumentado há mais de uma década. A tendência está sendo impulsionada pela pandemia de Covid-19 e pela epidemia de overdose de opioides, entre outros fatores.
Em artigo publicado em 13 de novembro de 2023, no periódico científico Jama Internal Medicine, os autores apontam que a diferença entre a expectativa de vida de homens e mulheres americanos aumentou para 5,8 anos em 2021, a maior desde 1996. Em 2010 a diferença era 4,8 anos, menor nível na história recente.
A pandemia, que teve um impacto desproporcional sobre os homens, foi o maior contribuinte para o aumento da diferença de 2019 a 2021, seguida por lesões não intencionais e envenenamentos (principalmente overdoses), acidentes e suicídio.
"Houve muita pesquisa sobre o declínio da expectativa de vida nos últimos anos, mas ninguém analisou sistematicamente por que a diferença entre homens e mulheres está aumentando desde 2010", disse Brandon Yan, médico e principal autor da pesquisa.
"Embora as taxas de morte por overdose de drogas e homicídio tenham aumentado para homens e mulheres, é claro que os homens constituem uma parcela cada vez mais desproporcional dessas mortes", disse Yan.
(Com informações de Science Daily)
A estratégia metodológica dos cientistas
Utilizando dados do Centro Nacional de Estatísticas de Saúde dos EUA, Yan e colegas pesquisadores identificaram as causas de morte que mais baixaram a expectativa de vida. Em seguida, eles estimaram os efeitos em homens e mulheres para ver quanto diferentes causas estavam contribuindo para a diferença.
Antes da pandemia de Covid-19, os maiores contribuintes foram lesões não intencionais, diabetes, suicídio, homicídio e doenças cardíacas. Mas durante a pandemia, os homens tinham mais chances de morrer do vírus.
Isso provavelmente se deveu a uma série de razões, incluindo diferenças nos comportamentos de saúde, bem como fatores sociais, como o risco de exposição no trabalho, relutância em procurar cuidados médicos, encarceramento e instabilidade habitacional.
Distúrbios metabólicos crônicos, doenças mentais e violência armada também contribuíram. Yan disse que os resultados levantam questões sobre se um atendimento mais especializado para homens, como na saúde mental, deve ser desenvolvido para abordar a crescente disparidade na expectativa de vida.
"Trouxemos insights para uma tendência preocupante", disse Yan. "Pesquisas futuras devem ajudar a concentrar as intervenções de saúde pública em ajudar a reverter esse declínio na expectativa de vida."
O artigo observa que análises adicionais são necessárias para ver se essas tendências mudam após 2021, após a estabilização da Covid-19.
Acompanhar é importante
"Precisamos acompanhar essas tendências de perto à medida que a pandemia diminui", disse o coautor Howard Koh, de Harvard. "E devemos fazer investimentos significativos em prevenção e cuidados para garantir que essa disparidade crescente, entre muitas outras, não se torne entrincheirada."