As suposições foram confirmadas: 2023 foi o ano mais quente em 100 mil anos, com uma temperatura média de 14.98°C, 0.60°C acima de 1991-2020, superando 2016. A informação foi divulgada pela Copernicus, o serviço de Mudança Climática da unidade de observação da Terra do programa espacial da União Europeia, nesta terça-feira (9).
O serviço divulgou também um vídeo mostrando as anomalias na temperatura do ar de janeiro até dezembro:
?????????2023 is confirmed as the warmest calendar year on record, with a global average temperature of 14.98°C, 0.60°C above the 1991-2020 level, overtaking 2016, the previous warmest year.
Learn more in the #C3S Global Climate Highlights report ???? https://t.co/i7ZDNIrPvj pic.twitter.com/rwSzdfpclP
— Copernicus ECMWF (@CopernicusECMWF) January 9, 2024
A vice-diretora do Serviço Copernicus para as Alterações Climáticas Samantha Burgess afirmou que 2023 foi um “ano excepcional, com os recordes climáticos caindo como dominós”. “Não apenas 2023 foi o ano mais quente que se tem registro, mas também o primeiro em que todos os dias foram 1ºC mais quentes do que o período pré-industrial. As temperaturas provavelmente excederam as de qualquer período nos últimos 100 mil anos, no mínimo”, explicou.
Outros apontamentos feitos pelo relatório mostram o impacto do calor nas geleiras da Antártica, que bateram recordes de diminuição em sua extensão, chegando ao mínimo histórico em fevereiro. Quanto o aumento das temperaturas da superfície do ar, a média anual bateu o recorde de mais quente em 2023.
Período pré-industrial
Além de todos os dias registrarem 1ºC a mais do que o período pré-industrial (1850-1900), em novembro dois chegaram a 2ºC pela primeira vez desde que as medições começaram. Além disso, cerca de 50% de 2023 teve um aumento de 1,5ºC. É provável que o período de 12 meses, que acaba em janeiro ou fevereiro de 2024, exceda os 1,5ºC acima do nível pré-industrial.
Recordes de temperatura todo mês
- De junho a dezembro, cada mês foi mais quente do que o correspondente em qualquer ano anterior.
- Julho e agosto registraram as maiores temperaturas na história.
- A estação que quebrou recordes com o maior registro de calor do mundo foi o verão boreal, de junho a agosto.
- O ano teve o dezembro mais quente já registrado mundialmente, 0,85ºC acima de 1991-2020 e 1,78ºC do período industrial.
Temperatura da superfície do mar
Durante o ano, as temperaturas da superfície do mar permaneceram altas de forma fora do comum, atingindo recordes entre abril e dezembro. Esse aumento foi um dos motivos dos recordes climáticos de calor experenciados em 2023.
O oceano esquentou por conta do aumento da concentração dos gases do efeito estufa, que atingiram os maiores níveis na atmosfera em 2023, afirma o relatório, mas o fator adicional foi o fenômeno El Niño. O dióxido de carbôno chegou a 2.4 ppm acima de 2022 e metano aumentou 11 ppb.
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Ainda assim, o planeta não passou dos limites estabelecidos pelo Acordo de Paris.