Um asteroide recém-descoberto passará “próximo” à Terra nesta quarta-feira (24). Trata-se do asteroide 2023 CL3, que possui entre 87 e 200 metros de diâmetro. Ele foi adicionado à lista de objetos que farão encontros próximos com a Terra, que é mantida pela Nasa através de um programa que tem como objetivo divulgar e monitorar rochas espaciais, especialmente asteroides, que se aproximam da Terra.
De acordo com informações divulgadas pela agência espacial dos Estados Unidos, o asteroide passará a uma distância segura de aproximadamente 7,2 milhões de quilômetros da Terra, ou cerca de 0,04834 unidades astronômicas — uma unidade astronômica corresponde a cerca de 150 milhões de quilômetros.
Doutor em astronomia pelo Observatório Nacional, Filipe Monteiro fala que é esperado que o asteroide atravesse o espaço próximo à Terra a uma velocidade de mais de 7,33 quilômetros por segundo ou 26.388 quilômetros por hora.
Apesar da proximidade e tamanho do corpo celeste serem consideráveis, ainda segundo o especialista, não há motivos para preocupações. “Os cálculos científicos indicam que ele não representará uma ameaça para o nosso planeta”, destaca Monteiro.
“É importante lembrar que todos os asteroides com uma distância mínima de 0,05 unidades astronômicas, ou menos, e um diâmetro maior ou igual a 140 metros são considerados Asteroide Potencialmente Perigoso (PHAs). Neste caso, embora o objeto 2023 CL3 faça uma aproximação com órbita da Terra menor do que 0,05 UA, o seu tamanho não é completamente conhecido para que ele seja classificado como um PHA”, explica.
Monteiro ressalta que são necessárias observações contínuas desse asteroide para que consigam compreender a sua caracterização física completa. Ele exemplifica que “por exemplo, assumindo um albedo (medida da quantidade de radiação solar refletida por um corpo) de 14% e uma magnitude absoluta de 22,4 (segundo o JPL), o objeto 2023 CL3 pode ter um diâmetro de aproximadamente 120 metros, sendo menor do que o limite dos PHAs”.
Para o astrônomo, a inclusão do asteroide 2023 CL3 na lista reforça a importância da vigilância e monitoramento de objetos espaciais que se aproximam da Terra. Com essas ações, os cientistas obtêm dados que os ajudam a melhor entender a origem e comportamento dessas rochas espaciais, além de avaliar eventuais riscos que possam representar para a vida no planeta. Conforme Monteiro, a partir disto, diversas agências espaciais têm estudado alguns mecanismos de proteção.
“É o caso da Missão DART que, no dia 26 de setembro de 2021, conseguiu desviar o asteroide Dimorphos de sua órbita ao redor do asteroide Didymos por meio da técnica de deflexão por impacto cinético. Tal missão espacial foi o primeiro ‘teste de defesa planetária’ da história, e poderá, eventualmente, proteger o nosso planeta. No entanto, é importante destacar que se a ameaça de impacto de um asteroide contra a Terra fosse real, seria necessário lançar, com alguns anos de antecedência, uma missão tal qual a DART para enfrentar um asteroide pequeno”, concluiu.
*Com informações de Observatório Nacional
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