A revista científica Ecology and Evolution publicou, agora no final de novembro, as primeiras imagens do rato gigante de Vangunu. A espécie, das Ilhas Salomão, era desconhecida até poucos anos atrás.
O roedor vive nas Ilhas Salomão, na Oceania, e um rato pode pesar cerca de um quilo e medir 45 centímetros. Trata-se de quase o triplo do tamanho dos maiores ratos conhecidos. Outros roedores podem ter dimensões maiores, como a capivara, mas não se trata, tecnicamente, de um rato.
A história da descoberta do animal é curiosa. Cientistas começaram a investigar sua existência em 2017, após anos recebendo relatos de moradores locais das Ilhas Salomão reportando ratos gigantes em área de mata.
Os pesquisadores não tinham, inicialmente, sequer a certeza de que as histórias fossem verdadeiras. Também havia incerteza sobre se eram animais de alguma espécie conhecida ou se era uma espécie nova não catalogada.
Um grupo de cientistas se embrenhou na mata das Ilhas Salomão em 2017 e conseguiu localizar e colher amostras de um dos animais, que foi analisado. Era mesmo uma espécie nova, batizada de Uromys vika. A espécie ficou mais conhecida como rato gigante de Vangunu, a ilha onde o animal foi achado..
Não havia registro fotográfico
Apesar de catalogado, o animal não havia sido fotografado em ambiente natural. O grupo havia apenas feito desenhos e trazido amostras. Então, outro grupo multidisciplinar, reunindo especialistas das Ilhas Salomão e da Universidade de Melbourne, na Austrália, fez nova expedição em busca do rato. Foram espalhadas câmeras de captura de movimento na mata, na região frequentada pelo animal.
O esforço do grupo deu resultados e foram feitas fotos do rato gigante. Foram identificados quatro animais. Os resultados foram publicados agora em novembro. O artigo é assinado por Tyrone H. Lavery, Adrian Holland, Nixon Jino, Atuna Judge, Hikuna Judge, Pandakai Onga e Kevin Sese.
Apesar do êxito da identificação, o grupo de cientistas faz um alerta. O rato gigante corre sério risco de extinção. Seu habitat está sendo depredado rapidamente por desflorestamento e exploração predatória da mata. A espécie só foi localizada em zonas de floresta primária, ou seja, de mata virgem e original, não reflorestada. É o tipo de vegetação mais ameaçado no planeta.
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