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Informe Especial

Veja o que a indústria alimentícia tem feito para garantir mais qualidade

Consumidores estão mais exigentes com a alimentação

Tim Mossholder 

 

Existe um comportamento mundial que é a maior preocupação com a saúde. Pessoas de todas as regiões já perceberam o quanto é importante adotar hábitos saudáveis, em especial a prática de atividades físicas e a alimentação mais nutritiva. No Brasil, por exemplo, segundo pesquisa da Fiesp, cerca de 80% dos brasileiros se esforçam para se alimentar de maneira adequada.

Apesar do desejo, todos sabem que nem sempre é uma tarefa fácil. Além de evitar as tentações, que são alimentos mais gordurosos e pouco nutritivos, é necessário tomar cuidado com os produtos escolhidos. Há muitos que podem transmitir uma ideia de serem mais saudáveis do que de fato são, apenas para induzir a compra.

Por outro lado, as indústrias estão aperfeiçoando seus métodos para a produção de alimentos, e buscando alternativas para garantir uma entrega de qualidade. Mais do que uma diversidade maior de itens, que inclui até opções para quem é alérgico a algum ingrediente, existe uma preocupação em criar produtos com menos riscos à saúde.

Como o processamento de alimentos costuma envolver conservantes e outras substâncias que podem ser nocivas, as indústrias têm apostado em tecnologias cada vez mais avançadas para medir e ter o controle nessas situações.

Modernização da titulação

A titulação é uma técnica usada na área química para determinar a quantidade de substância contida em uma amostra. Para isso, é necessário ter a substância que deseja analisar e um reagente padrão. Essa reação irá apresentar uma mudança química ou física mensurável, ou seja, uma alteração da cor, por exemplo.

Por meio dessa técnica, as indústrias podem identificar se um produto tem alguma substância nociva e em qual quantidade. Vale notar ainda que existem substâncias que somente causam danos a partir de determinada quantidade e, por esse motivo, é necessário que análises precisas sejam feitas.

Muito se fala, por exemplo, sobre os efeitos nocivos dos produtos ultraprocessados para o organismo. Diversos estudos inclusive já apontaram quais podem ser os possíveis vilões contidos nesses alimentos. Esse conhecimento ocorreu graças à titulação, que permite monitorar a qualidade alimentar no geral.

Durante vários anos, a titulação foi realizada de maneira mais simples, pois não se conhecia todos os seus benefícios e não havia uma tecnologia tão automatizada. Atualmente, no entanto, a indústria pode desfrutar de aparelhos modernos que auxiliam no dia a dia dos profissionais e trazem resultados mais confiáveis.

Na titulação manual, é necessário realizar uma série de cálculos que podem, eventualmente, não estarem certos por completo. Já com os equipamentos específicos para isso, as indústrias têm obtido medições mais exatas e rápidas.

Acompanhamento de indicadores de desempenho

Ao contrário do que muitos podem supor, os fabricantes de alimentos não têm como único objetivo vender. Embora seja importante ter sempre números altos de vendas, as indústrias possuem diversos indicadores que esperam alcançar para ter sucesso.

Entre os números que são acompanhados estão desde movimentações no fluxo de caixa até a qualidade dos produtos entregues. Durante todo o processo, os alimentos são monitorados e têm uma série de parâmetros medidos, como aroma, sabor, textura e, claro, níveis de determinados componentes, como sódio e açúcar.

Por meio desse acompanhamento, as indústrias podem identificar se existe alguma falha no processo, ou se algo pode ser feito de maneira diferente. Assim, correções podem ser feitas, antes que produtos de baixa qualidade cheguem aos supermercados.

Determinação de pontos críticos de qualidade

Há ainda medidas preventivas para preparar os produtos, também chamadas de pontos críticos de qualidade. Basicamente, tratam-se de regras que devem ser respeitadas por toda a cadeia produtiva para garantir a padronização da entrega.

Uma fábrica que usa o leite como matéria-prima, por exemplo, costuma ter diversos fornecedores. Embora o leite seja algo natural, ele pode ter diferentes qualidades, a depender da alimentação do gado, da forma que é extraído, etc.

Por conta dessas particularidades, as empresas determinam os pontos críticos de qualidade, e formas de padronizar o processo completo. Assim, elas conseguem ter mais controle dos materiais que irão utilizar e realizam as mesmas etapas até a fabricação do produto.

Manutenção mais preditiva

Outro aspecto que tem mudado na indústria, inclusive na alimentícia, é o uso de tecnologias preditivas, capazes de prever falhas. Enquanto antes, as empresas tinham mais acesso a dados descritivos, ou seja, que mostravam como algo tinha passado, agora, existem recursos que conseguem analisar processos e trazer soluções em tempo real.

Na prática, esse tipo de avanço traz muitos benefícios, como diminuir o número de paradas não programadas, reduzir os custos com manutenção de aparelhos e aumentar os lucros. A utilização de recursos preditivos também é capaz de reduzir acidentes de trabalho e economizar o consumo de energia.

No final do dia, o que as indústrias alimentícias estão fazendo é melhorar os processos para crescer o lucro. Porém, não são apenas elas que ganham, os consumidores também estão tendo acesso a produtos de melhor qualidade, seja porque a matéria-prima passou por um rigoroso procedimento ou porque há tecnologias capazes de testar se algo é nocivo à saúde.

O artigo publicado neste espaço é de inteira responsabilidade de seu autor.
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