Já faz muito tempo que as criptomoedas saíram do obscurantismo da internet, para se tornar um mercado em si. Atualmente, tantas pessoas utilizam e investem em criptomoeadas que é quase como se elas estivessem aqui desde sempre. Segundo estimativas recentes, aproximadamente 1,6 milhão de brasileiros utilizam criptos e investem no setor; um número que tende a subir.
Apesar das estatísticas encorajadoras, o número de “criptocéticos” ainda é alto. Cerca de 55% dos entrevistados pela agência FSB afirmaram que “não confiam” em criptos. Pior ainda, apenas 2% dos que de fato investem neste ativo, compreendem e acompanham este mercado.
Porém, o preconceito é uma doença oportunista da ignorância e muito deste receio pode ser dissipado com informação. Confira aqui porque é importante estar de olho no mercado de criptos e como ele funciona.
Um Pouco de História
Para os que hoje estão mal-acostumados com plataformas como a TradingView Brasil, vale lembrar dos tempos em que o criptomercado era mato. O primeiro Bitcoin surgiu na internet em 2008, mas apenas em 2009, começou a ser utilizado. Não era a primeira tentativa de se criar uma moeda digital, mas foi a primeira que deu certo, graças a tecnologia blockchain, lançada junto com ela.
Em 2010, este ativo foi usado pela primeira vez para comprar algo que ao fosse digital: neste caso, duas pizzas. O lanche custou a Lazlo Hanyecz, morador da Flórida, 10.000BTC. Pouco mais de uma década depois, o mesmo valor hoje teria deixado Lazlo bilionário. Esta pequena história conta mais de mil palavras sobre a volatilidade dos criptoativos, de um modo geral.
De Olho Na Maré
Acompanhar a flutuação dos preços em tempo real é a parte mais fácil. Plataformas como a TradingView Brasil podem te manter informado minuto a minuto, além apontar possíveis tendências. Ainda assim, cabe ao investidor fazer o dever de casa e se informar sobre os ativos que possui ou pretende investir.
A melhor parte é que não precisa ser um economista para sentir a temperatura destas águas. Mesmo assim, acima de tudo, é indispensável estar bem-informado. Veja algumas dicas que podem te ajudar a enxergar mais longe.
Mudanças na Legislação
As criptomoedas são um fenômeno recente em instituições governamentais. Trata-se de um mercado ainda pouco regulamentado, o que significa que novas regras podem surgir a qualquer momento.
Além disso, a adoção, ou rejeição, de um criptoativo por parte de uma instituição governamental pode afetar os preços drasticamente. Quando um país, ou mesmo uma instituição financeira com a JP Morgan anunciam que vão adotar Bitcoins, a alta é quase imediata.
Segurança
Questões de segurança podem abalar gravemente a confiabilidade de um criptoativo. Quando a plataforma Poly Network foi hackeada em 2021, os prejuízo chegou a USD 600 milhões. O ataque levou, em valores da época, USD 252 milhões em binance, USD 267 milhões em ether, e USD 85 milhões em USDC.
O rombo sacudiu o mercado. A situação levou às empresas responsáveis por estes ativos a se envolverem nas investigações e localizar os culpados. Mesmo assim, os preços despencaram pouco depois, com bolsas de valores ao redor do mundo recusando transações nestes ativos, até que a situação fosse esclarecida.
Atualizações
No início deste ano, a blockchain da Ethereum passou por uma atualização em seus protocolos, na qual novas funções foram também adicionadas. A atualização, chamada “Shanghai”, valorizou a moeda em mais de 6% em 24 horas. Mais uma vez, é preciso estar atento às notícias do setor, para ter a chance de planejar seus investimentos de acordo.
Novos Players
O mercado de criptos também pode ser aquecido, quando empresas multinacionais resolvem operar com criptoativos. Na verdade, um simples tweet de Elon Musk fez com que o interesse por Dogecoins disparasse. Mesmo assim, crescimentos mais estáveis dependem de ações mais sólidas.
Instituções como Black Rock, MicroStrategy e JP Morgan resolvem se abrir para o mercado de criptos, são sempre um sinal positivo. Os investidores vêem esses movimentos de grandes players do mercado como uma forma de validação da confiabilidade destes ativos.
Criptomoedas no Brasil
Com a chegada do novo governo, é esperada uma legislação mais transparente para o setor. O Projeto de Lei 4.401, que foi aprovado em dezembro de 2022 nos últimos dias do governo Bolsonaro, tinha um prazo de seis meses para implementação. Este prazo venceu em junho passado.
No dia 14 de junho, o presidente Lula assinou o Marco Legal das Criptomoedas (Decreto Nº 11.563), que regulamenta o setor e institui o Banco Central como responsável por fiscalizar as empresas que prestam serviços neste setor, enquanto a CVM ficará encarregada dos ativos que configuram valores mobiliários. Caberá também ao BC coibir crimes financeiros envolvendo criptomoedas, além criar regulamentações para defesa dos consumidores.
O mercado de criptomoedas recebeu a notícia com entusiasmo. Afinal, a regulamentação significa maior segurança e confiabilidade para os investidores. Atualmente, o país ocupa a 5ª posição no ranking mundial de países com mais criptoinvestidores. Portanto, o potencial deste mercado é imenso. Empresas, investidores e agências reguladoras terão até seis meses para se adaptar às novas regras.
