Existe aquele ditado que diz: política, futebol e religião não se discute. Apesar da frase popular, o brasileiro sempre foi bastante religioso e apaixonado por ver a bola correr em campo. Para muitos, a política era algo complicado, chato e que terminava sempre da mesma forma, ou seja, em corrupção.
Os tempos mudaram e os últimos movimentos políticos mostram isso. Desde o descontentamento, que culminaram com o impeachment da presidente Dilma Rousseff, até a apuração das eleições é possível ver que o brasileiro está mais presente e atento. Assim como esporte, religião e televisão, a política não está apenas nas manchetes dos jornais, mas, mais do que nunca, nas rodas de conversa por todo o país.
Redes sociais viraram campo de batalha
Como 2022 foi um ano de eleições, era de se esperar que assuntos políticos fossem discutidos. A novidade é que, por conta das redes sociais, hoje qualquer pessoa pode dizer o que pensa, mesmo que seja para um grupo pequeno de pessoas.
Atualmente, muitas decisões que vêm a público na imprensa são debatidas, ainda que não dependam da opinião da população. Por exemplo: um projeto de lei que vise diminuir impostos de uma área e capturar de outra pode virar debate. Da mesma forma, as ações que os políticos tomam, como com quem eles se encontram, a forma que se expressam, se têm ou não processos judiciais, etc.
De acordo com uma pesquisa divulgada pela Unifesp, em 2010 cerca de 22% afirmavam que tinham interesse em assuntos políticos. Já em 2022 aproximadamente 52% da população se interessa em debater essa temática.
O levantamento é uma comprovação do que se vê na internet, com milhares de pessoas divulgando informações e até fake news sobre os candidatos que gostam e os que não gostam. Como a nova geração é ainda mais tecnológica, a tendência é que o interesse só aumente, ainda que muitos dos debates não sejam aprofundados. Ou seja, boa parte das conversas e compartilhamentos tendem a ficar mais no aspecto emocional do que no racional, com uma análise técnica por trás.
Apostar nas eleições vira febre
Outro reflexo de como a política entrou na vida dos brasileiros pode ser vista nas casas de apostas. Cada vez mais populares, esses sites costumam ter destaque por conta dos esportes. O mais comum é apostar em qual time poderá ganhar um campeonato, por exemplo.
Porém, a polaridade política destas eleições era tão grande que muitos brasileiros foram para esses ambientes dar o palpite sobre quem achavam que iria ganhar. Na prática, as apostas políticas, como são conhecidas, funcionam da mesma maneira que outros palpites. O interessado se cadastra em um site, observa as regras e quais são os melhores bônus de apostas, coloca um valor e aguarda o resultado. Caso o cenário que se imaginou se concretize, então, o apostador vence.
A diferença pode estar no número de variáveis a serem analisadas. No esporte, existem muito mais situações que não se pode prever, como a saída de um jogador importante e que poderia fazer muitos gols, por exemplo.
Na política, existem as pesquisas de opinião que ajudam a dar um dimensionamento de como os eleitores estão reagindo às campanhas políticas e às atitudes dos candidatos. É importante notar que nos dois casos o jogador pode optar por apostar em quem tem menos chance de vencer. Ou seja, no time ou político que as casas de apostas calculam que não irá ganhar. Se acontecer o contrário, então, quem se arriscar ganha mais dinheiro.
Este ano, por exemplo, o mercado de apostas indicava que o candidato Luiz Inácio Lula da Silva iria ganhar. Ele tinha 62% de chance de levar, enquanto o presidente e candidato Jair Bolsonaro estava com 38%. Como é possível ver neste levantamento feito antes das eleições, o mercado de apostas acertou o palpite.
Seja nas redes sociais ou nas casas de apostas, a política está presente e sendo acompanhada pela população. Mais do que um assunto da moda, ela se tornou uma preocupação, já que boa parte das pessoas entendeu como ela impacta na vida de todos.
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