Esporte

Como as equipes de Fórmula 1 ganham dinheiro?

Publicado em: 30/08/2023 14:53
Última atualização: 29/12/2023 16:42

formula 1

 

Conhecida por ser o apogeu do esporte a motor, a Fórmula 1 atrai não apenas entusiastas da velocidade, mas bilhões de espectadores no mundo todo. Por trás do brilho das corridas e da emoção das ultrapassagens no asfalto, existe uma luta constante para que as equipes se mantenham financeiramente saudáveis e capazes de disputar vitórias e pontos no campeonato.

Diferentemente de outros esportes, nos quais as fontes de receita são predominantemente oriundas de patrocínios e bilheteria, o modelo econômico da F1 é excepcionalmente complexo. Para cobrir os enormes custos que envolvem a criação, desenvolvimento e operação de seus carros, as escuderias possuem pelo menos quatro mecanismos distintos de faturamento.

Patrocínios

Um dos meios mais tradicionais de se obter verba na principal categoria do automobilismo é através de patrocínios. Esse tipo de parceria pode ser firmado de duas formas: acordos diretos entre empresas e equipes de corrida ou pela contratação de pilotos pagantes, um recurso utilizado já há muitas décadas por diferentes times e atletas.

Atual dona do título de construtores e bicampeã de pilotos com o holandês Max Verstappen, a Red Bull Racing é quem possui hoje a maior carteira de patrocinadores no paddock: são 42 marcas, entre fornecedores técnicos e empresas de diversos ramos que apoiam a equipe. Dentre elas está a principal parceira, a Oracle, além da Honda, Mobil 1, Tag Heuer, Rokt e PokerStars.

A famosa plataforma de jogos de cassino online, aliás, tem um case interessante de negócios. Isso porque o contrato com a RBR prevê diversas ações que vão muito além da inserção de logomarca nos carros, capacetes e macacões dos pilotos. A parceria vem desde 2022 promovendo jogos, séries de vídeos e eventos para promoção do poker e da F1, atraindo novos fãs para ambas as modalidades e inovando com games próprios de corrida e carteado.

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Já no caso de pilotos pagantes, a fórmula é a seguinte: um atleta apoiado por uma grande empresa é contratado por uma equipe desde que leve consigo as cifras deste patrocínio. Ao longo da história, vários “pay drivers” passaram pela F1 e super campeões como Niki Lauda e Michael Schumacher são exemplos famosos de quem precisou de ajuda financeira para garantir um cockpit.

No grid atual, esse modelo é utilizado por figuras como o canadense Lance Stroll, bancado pelo próprio pai, que se tornou dono da Aston Martin, e o mexicano Sergio Perez, que tem apoio da companhia de telecomunicações Telcel. Num passado recente, o russo Nikita Mazepin (Haas) e o também canadense Nicholas Latifi (Williams) adotaram a estratégia para correr na maior categoria do mundo.

Direitos de transmissão

No caso dos direitos de transmissão, há uma conta ainda mais complexa que define quanto cada equipe deve receber em cada temporada. Para isso, os gestores da categoria dividem as quantias provenientes das receitas televisivas em quatro partes:

1. Fatias iguais para todos os times
2. Distribuição equivalente à classificação final do campeonato anterior
3. Bônus para equipes campeãs de construtores (atualmente Ferrari, Williams, McLaren, Mercedes e Red Bull)
4. Bônus para a Ferrari como escuderia mais antiga e/ou única a ter participado de todos os Mundiais de F1

Investimentos próprios

Naturalmente, marcas como Ferrari, Aston Martin e outras acabam se tornando as principais provedoras de suas próprias equipes de corrida. Afinal, há um interesse genuíno de investir no principal laboratório automobilístico do mundo, tradicionalmente conhecido como uma extensão das fábricas que produzem os carros que vão para as ruas.

Um exemplo disso é a Mercedes, que recebeu um aporte milionário da Daimler, empresa que encabeça o poderoso grupo alemão, para melhorias no design e acabamento do W10, modelo vencedor de 15 das 21 provas da temporada de 2019. A partir de 2022, a instituição do teto de gastos na Fórmula 1 limitou bastante esse tipo de ação.

Licenciamento

Trata-se de um modelo clássico de negócios e que é utilizado por times e empresas de todos os esportes e ramos do mercado. Basicamente, esse recurso funciona a partir da venda de produtos licenciados, como roupas, acessórios, brinquedos, jogos e outros itens físicos e digitais com a marca das equipes. A partir disso, todo ou parte do lucro obtido vai direto para o caixa das escuderias.

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