Foi para ressignificar o nome da escola que a equipe diretiva da Emei Negrinho do Pastoreio, em Hamburgo Velho, começou a fomentar a cultura étnico-racial entre os alunos e a comunidade. Com 46 anos de história, essa é a primeira vez que a instituição que atende da Faixa Etária zero a três anos deixa de lado a lenda triste de uma criança escravizada para falar sobre a valorização da cultura afro e indígena.
Primeiro, no ano passado, a diretora Mylena Paz Boll e a coordenadora pedagógica Pâmela Gonçalves lançaram o desafio de recriar a logo da escola a partir da visão dos pequenos — deixando de lado a figura caricata do pequeno escravo.
Já neste ano, foi a vez da concepção do Kisambu Literário, composto por elementos das duas culturas, além de livros com referência antirracista e, claro, um casal de bonecos negros — nomeados pelas crianças como a Amara e o Kauê. Kisambu, inclusive, é uma palavra de origem africana que quer dizer cesto grande.
“Começamos com o projeto piloto entre os alunos da FE3. Mas, a partir de 2025, ele se transformará numa ação institucional e cada turma terá o seu próprio kisambu, passando por cada uma das quase 100 famílias da escola”, detalha Mylena.
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