Natural de Estância Velha, o zagueiro Eduardo Bauermann, que atua pelo Santos, é citado em novos desdobramentos da Operação Penalidade Máxima 2, do Ministério Público de Goiás, que investiga manipulação em jogos do futebol brasileiro envolvendo atletas e casas de apostas.
Nesta segunda-feira (8), a Veja divulgou conversas entre o jogador gaúcho e um apostador envolvido na quadrilha investigada pelas manipulações.
Segundo o Ministério Público, o jogador teria recebido R$ 50 mil para receber cartão amarelo no jogo Santos x Avaí, pelo Brasileirão do ano passado, mas não foi advertido. Em uma conversa antes do jogo, que terminou empatado, Bauermann foi cobrado por não ter sido punido.
Em nota divulgada nesta terça-feira (9), o Santos informou que afastou o Bauermann preventivamento dos treinos com o elenco profissional. “O jogador permanecerá fazendo atividades físicas no CT Rei Pelé. O Clube aguardará se a Justiça aceitará a denúncia para definir novas ações, sempre com o pensamento voltado à preservar a instituição. O Santos FC não tolera desvios de conduta e de ética”, diz trecho do posicionamento do clube.
Veja partes da conversa do jogador com o apostador:
Eduardo Bauermann: “Mano, só me avisa antes se realmente vai dar pra fazer, senão nem tomo cartão a toa, entende”.
Apostador: “Fica em paz, irmão. Vai dar certo. Nois (sic) sempre dá um jeito. Mano se você falou pra alguém (da) aposta manda não apostar mais, demoro (sic). Tmj vamos pra cima”.
Eduardo Bauermann: “Não, não, nem falei nada mano… quem comentou que faria uma aposta também foi o Luiz Taveira (empresário do zagueiro), mas ele falou brincando.. acho que não iria fazer. Mas se alguém me chamar aqui pra fazer vou cortar já”.
(Horas depois)
Apostador: “Truta, o que você fez da sua vida, mano? Qual a fita? Truta, você foi pago para fazer o que, mano???? Você vai pagar todo meu prejuízo, mano. E aí, truta?????”.
Após não cumprir o acordo e ter recebido o dinheiro, Bauermann aceitou ser expulso na próxima partida, que foi contra o Botafogo, mas só recebeu o vermelho, ao final da partida.
Apostador: “Olha a p… da m… que você fez. Mano, por que você não fez a p… que eu te falei. Mano, por que não tomou essa p… no primeiro tempo. Por que não deu uma p… de uma cutuvelada (sic). Mano, por que você não me escuta, mano. Você me f… de novo mano. Mais (sic) dessa vez você vai resolver. Mano, você vai me pagar, tudo. Eu te pedi, eu confiei em você mano. E você me desonrou. De novo mano. Não tô acreditando nisso. Não deu certo porque você não escuta os outros. Era uma p… de uma curuvelada (sic), um tapa na cara do jogador. Só isso, você não fez mano, por que você não quis”.
Eduardo Bauermann: “Mano, de coração, não foi porque eu não quis, eu te juro! Senão não tinha tomado nem no final e teria inventado uma desculpa para você…”.
Apostador: “Por que você não deu uma cotovelada no cara???? O barato vai ficar louco para você”.
Eduardo Bauermann: “Mas estou correndo atrás pra conseguir te pagar esses 800 mil que você falou”.
Apostador: “Cadê os 50 (mil) que eu já te mandei mano?”.
Eduardo Bauermann: “Tá aqui, nem mexi nesse dinheiro”.
Apostador: “Já vê aí pra já mandar esse dinheiro mano”.
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