Neymar voltou a disputar uma partida oficial nesta segunda-feira, mais de um ano após se lesionar enquanto defendia a seleção brasileira. Ele entrou em campo aos 32 minutos, quando o duelo entre Al-Hilal e Al-Ain, pela Liga dos Campeões da Ásia, já estava 5 a 3 para o primeiro, sei time. Do banco na maior parte do tempo, o atacante acompanhou a boa atuação de seus companheiros no estádio Hazza bin Zayed, nos Emirados Árabes Unidos. Ele pôde jogar quase 29 minutos em seu retorno ao futebol, em partida que terminou 5 a 4.
O brasileiro estava afastado dos gramados já pouco mais de um ano. No dia 17 de outubro do ano passado, ele rompeu o ligamento cruzado anterior e do menisco do joelho esquerdo durante partida da seleção brasileira contra o Uruguai, pelas Eliminatórias Sul-Americanas da Copa do Mundo de 2026. Inicialmente, a previsão era de retorno aos gramados em seis meses. Depois aumentou para nove e acabou superando os 12.
Nesta segunda, Neymar entrou em campo aos 31 minutos do segundo tempo. E pouco precisou fazer nos minutos em que esteve em campo. Ele entrou no lugar de Salem Al-Dawsari, grande destaque do Al-Hilal na partida contra o Al-Ain, com um hat-trick. Sergej Milinkovic-Savic e Renan Lodi, que entrou na vaga de Neymar no time para o Campeonato Saudita, marcaram os outros gols da equipe. Bruna Biancardi, sua namorada, e a filha Mavie acompanharam o retorno do atacante no estádio Hazza bin Zayed.
Em campo, Neymar observou a expulsão de Ali Al-Bulaihi e ficou próximo de marcar seu primeiro gol desde a lesão. O atacante se movimentou bem, criou oportunidade e finalizou com a perna esquerda, exigindo a boa defesa de Khalid Eisa. O árbitro, que se atrapalhou em diversas decisões ao longo da partida, não observou a intervenção do goleiro – sob reclamação do atacante brasileiro.
Ainda longe do seu ritmo ideal, mesmo que tenha mostrado ao longo do último ano vídeos de sua recuperação nas redes sociais, ficou próximo ao campo de ataque, sem voltar para buscar ou recuperar a bola do Al-Ain. Com um jogador a menos, os comandados de Jorge Jesus sofreram com as transições da equipe dos Emirados Árabes Unidos e cederam mais um gol, já com o brasileiro em campo.
Mesmo com Neymar, essa ausência de Al-Bulaihi fez com que o brasileiro não pudesse mostrar tanto do seu futebol quanto era esperado. Ele ficou justamente como um falso 9, à frente do ataque do Al-Hilal, e foi acionado principalmente com lançamentos a partir do campo defensivo. Sem conseguir criar, observou a pressão do Al-Ain na reta final da partida, ameaçando o 100% de aproveitamento dos sauditas no Grupo B da Liga dos Campeões asiática.
Pelo Al-Hilal, desde que foi contratado, em 2023, Neymar disputou seis partidas, com um gol marcado e duas assistências.
Volta à Seleção?
Neymar se tornou o grande assunto da seleção desde o início da trajetória de Dorival Júnior no comando da equipe, em janeiro. Muito pela ausência do camisa 10 e a preocupação com sua recuperação física, mas também pela má fase que a seleção vive nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. Foram duas vitórias na última Data Fifa, mas a eliminação precoce na Copa América nas quartas de final, diante do Uruguai, e o desempenho em campo preocupavam a CBF.
A expectativa da entidade era de que Neymar estivesse apto a retornar a partir de agosto. No início da temporada, no entanto, tanto o Al-Hilal quanto os médicos da CBF, em comissão liderada pelo médico Rodrigo Lasmar, perceberam que o atacante não teria condições de entrar em campo naquele momento. Ele passou por cirurgia após romper o ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo e machucar dois meniscos.
“Estamos tendo a percepção do quanto esse jogador (Neymar) é importante. Nos próximos anos, se Deus quiser, nós poderemos desfrutar de um dos grandes jogadores do futebol mundial em um momento que pode ser marcante na carreira dele e da nossa seleção”, afirmou Dorival Júnior, em setembro. “Vamos aguardar, temos paciência. Não tem importância se volta outubro, novembro ou só em fevereiro. Tem de estar confiante, atuando e, principalmente, zerado da seleção. Demanda tempo e procedimentos naturais que são feitos.”
O plano de Dorival e da CBF era aguardar a reestreia de Neymar para, então, debater seu retorno à seleção. Durante os últimos meses, o técnico do Al-Hilal, Jorge Jesus, chegou a afirmar que Neymar só retornaria a campo em 2025. Tanto que o time saudita não o inscreveu para a disputa do Campeonato Saudita até dezembro, pelo limite de estrangeiros no elenco – o clube optou por manter o lateral Renan Lodi, já que ele teria condições de defender a equipe na primeira metade da temporada. Na Liga dos Campeões da Ásia, no entanto, o camisa 10 pôde fazer sua estreia, nesta segunda, por não haver essa restrição na competição.
Em 2023, quando havia sido recém-contratado pelo clube saudita, o atacante foi convocado por Fernando Diniz para os duelos com Bolívia e Peru, pelas Eliminatórias. Ele entrou em campo, foi titular e se tornou o maior artilheiro da história da seleção brasileira, superando a marca de Pelé. No entanto, o episódio gerou um atrito com Jorge Jesus e o Al-Hilal. “Não sei porque está na convocação da seleção brasileira um jogador que está lesionado. Não vai jogar, porque não tem condições de jogar. Nem treinar, quanto mais de jogar”, afirmou o treinador português à época.
Neymar se recuperava de lesão após deixar o Paris Saint-Germain. À época, a equipe médica da seleção negou que o atacante não teria condições de jogo. “O departamento médico da seleção brasileira masculina de futebol informa que vem monitorando há alguns dias as condições clínicas do jogador Neymar Jr. A comissão técnica está ciente da situação e tem mantido contato constante com o atleta, acompanhando a sua evolução”, informou por meio de nota oficial.
As próximas partidas da seleção brasileira serão em novembro, contra Venezuela, dia 14, e Uruguai, dia 19, em Salvador. Uma convocação de Neymar vai depender da evolução do atacante nos treinamentos. Por não estar inscrito no Campeonato Saudita, ele só pode entrar em campo em mais uma oportunidade antes da próxima convocação de Dorival, em duelo com o Esteghlal, do Irã, pela Liga dos Campeões.
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