FUTEBOL

Símbolos nazistas e um uniforme de time de futebol alemão: a história da camiseta proibida

O uniforme da federação alemã que foi proibido por referências nazista; entenda

Publicado em: 03/04/2024 11:18
Última atualização: 03/04/2024 11:19

O que era para ser apenas uma camiseta, parte de um novo uniforme da Federação Alemã de Futebol (DFB), acabou sendo proibida pela Adidas após uma grande polêmica envolvendo símbolos nazistas.


Camiseta da Federação Alemã de Futebol foi proibida pela Adidas por símbolos nazistas Foto: Redes Sociais/Reprodução

O uniforme foi recém-lançado e já se envolveu em mais de uma polêmica, mas essa foi a mais grave. Acontece que a DBF trabalha com parceiros para o design do uniforme. Isso inclui a tipografia das letras e números. E é aí que entra o problema.

O design escolhido fazia com que o número 4 fosse muito parecido com um dos símbolos nazistas. A partir disso, pessoas começaram a encomendar o uniforme, personalizando para que viesse com o número 44.

Conforme foi apontado mundialmente, o 44 na tipografia usada na camiseta é muito semelhante ao SS nazista, levando críticas aos responsáveis a ponto da Adidas proibir a personificação, segundo o portal BBC News. A marca fabrica os uniformes alemães desde 1950.

Agora, um novo design para o número 4 será desenvolvido, segundo a DFB afirmou no X, antigo Twitter.

A SS de Adolf Hitler e Heinrich Himmler

Durante a Segunda Guerra Mundial, um grupo especial foi criado para, até então, ser o guarda costas de Adolf Hitler e outras pessoas do partido nazista. Eles eram o esquadrão de proteção Schutzstaffel, conhecidos como SS.

Usando camisas pretas para se diferenciarem de outros grupos militares, mais tarde viraram também policiais auxiliares e guardas de campos de concentração.

Depois de 1934, acabaram se tornando o exército particular do partido nazista, de acordo com a Enciclopedia do Holocausto.

O chefe era ninguém mais que Heinrich Himmler, responsável pela criação da Geheime Staatspolizei, a polícia secreta do estado - a temida Gestapo.

A repercussão da camiseta até a proibição

A semelhança foi apontada por um historiador chamado Michael König, que chamou o design de "muito questionável", segundo o jornal.

Segundo o porta-voz da Adidas Oliver Brüggen, a semelhança não foi intencional. "Nós, como empresa, estamos comprometidos em nos opor à xenofobia, ao antissemitismo, à violência e ao ódio em todas as formas", afirmou.

À BBC News, a Adidas reforçou que a DFB e os parceiros é quem desenharam. Já a federação alemã, no X, afirmou que os designs foram enviados para a revisão da União das Associações Europeias de Futebol (Uefa). "Nenhuma das partes envolvidas viu qualquer proximidade com o simbolismo nazista", escreveram.

Outras polêmicas

O uniforme completo já havia sido alvo de uma outra polêmica, mas desta vez sobre a cor. Um dos kits foi anunciado em cor-de-rosa, o que fez com que o público ficasse divido.

Uma parte achou bonito e falou sobre diversidade, enquanto outro ficou revoltado por não conter as cores da Alemanha e acusou de ser apenas uma forma de "vender".

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