FUTURO DO FUTEBOL BRASILEIRO
Saiba o que está em jogo na reunião da CBF com clubes sobre o calendário do Brasileirão
Ednaldo Rodrigues, presidente da entidade, afirma que não pretende estender a competição para além da data prevista; campeonato está paralisado por causa das chuvas no Rio Grande do Sul
Última atualização: 26/05/2024 19:44
O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, afirmou neste domingo (26) que não pretende estender o calendário do Brasileirão. A intenção do dirigente é finalizar a competição em 8 de dezembro, como programado inicialmente. Nesta segunda-feira (27) a entidade se reúne com os 20 clubes do Brasileirão em Conselho Técnico Extraordinário para discutir soluções para atender a demanda dos times, especialmente os gaúchos Grêmio, Inter e Juventude.
“A proposta da CBF é exatamente a de manter o calendário de 2024 até o dia 8 de dezembro. Lógico que vamos conversar com todos os clubes. A CBF vai dar várias soluções para que a competição possa terminar dentro daquilo que foi planejado no calendário de 2024″, declarou, em entrevista ao canal SporTV.
Inicialmente, a CBF rechaçou a ideia de paralisar o Brasileirão e lidou com a situação adiando os jogos dos times do Rio Grande do Sul — equipes em disputa na Copa Verde e na Copa do Nordeste também têm partidas a serem remarcadas. A pressão de parte dos clubes e da opinião pública, argumentando que a continuidade feria o princípio de isonomia da competição, fez a entidade voltar atrás e suspender os confrontos de todos os 20 clubes pelo menos até o dia 1º de junho.
Os clubes favoráveis ao adiamento das partidas foram Atlético-GO, Atlético-MG, Athletico-PR, Criciúma, Cruzeiro, Cuiabá, Bahia, Juventude, Vitória, Fluminense, Fortaleza, Grêmio, Botafogo, Inter e Vasco.
“Teremos uma reunião amanhã (segunda) com todos os clubes da Série A, num Conselho Técnico Extraordinário, para exatamente buscar ali a melhor solução. Para que a competição não tenha uma extensão além do calendário. A proposta da CBF é conciliar de uma forma que não traga nenhuma consequência para todos os envolvidos: os clubes, os patrocinadores, os atletas, para não acrescerem seu período de férias. E também para não impactar no calendário de 2025″, explicou o presidente da CBF.
Sem entrar em detalhes, Ednaldo disse que a entidade vai “propor soluções” para repor as datas perdidas num calendário já apertado. Questionado sobre se pretende colocar mais jogos dos times brasileiros durante a Copa América, o dirigente se esquivou, sem antecipar maiores informações.
“A CBF vai propor soluções. A gente sabe que é um momento crítico e que cada um tem que dar um pouco, cada um tem que ter um pouco de desprendimento para que possamos conciliar. A CBF vai procurar a melhor alternativa possível para que isso não aconteça de uma forma tão extensa. A diretoria de competições e a presidência vão estar à disposição para conciliar da melhor maneira possível com os clubes essas reposições de jogos.”
O que está em jogo?
O maior temor dos times no momento é que a CBF acrescente mais partidas durante a disputa da Copa América, que será realizada entre 21 de junho e 15 de julho. A entidade já havia decidido anteriormente que não pararia o Brasileirão durante a competição de seleções, o que gerou incômodo nos clubes por perderem jogadores convocados para a seleção brasileira e para as demais equipes sul-americanas. Agora há o risco de crescer esse número de jogos em que os times não terão alguns dos seus principais atletas.
A CBF paralisou o Brasileirão na metade do mês de maio, por duas rodadas, em razão das dificuldades enfrentadas pelos clubes gaúchos em meio à tragédia do Rio Grande do Sul. Grêmio e Internacional tiveram estádios e CTs inundados, sem poderem treinar ou mandar jogos em Porto Alegre. Ao mesmo tempo, os jogadores se envolveram nas operações de cuidado e resgate das pessoas afetadas diretamente pelas enchentes.
Também presente na Série A, o Juventude não chegou a sofrer perdas por inundação, mas também enfrenta dificuldades logísticas para se deslocar pelo Brasil porque o Aeroporto Salgado Filho, na capital gaúcha, foi inundado e fechado, com previsão de reabertura somente no segundo semestre.