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"Não tem como segurar": Alberta Guerra fala sobre interesse do Palmeira em Villasanti

Presidente do Grêmio também revelou bastidores sobre negociação com Pedro Caixinha

Publicado em: 27/12/2024 às 19h:51 Última atualização: 27/12/2024 às 19h:52
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O Grêmio está próximo de anunciar Gustavo Quinteros, campeão argentino com o Vélez Sarsfield, como treinador para 2025. Apesar de ter sido sondado pelo Atlético-MG, o técnico tem um pré-contrato com o clube gaúcho. A contratação de um treinador virou dor de cabeça para os gremistas depois da saída de Renato Gaúcho. Após negociações com Fábio Carille e conversas com Tite, Pedro Caixinha quase fechou, mas parou no Santos, o que foi mal-visto pela direção gremista. Em entrevista ao Estadão, o cartola também falou sobre o possível interesse do Palmeiras em Villasanti.

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Villasanti tem contrato com o Grêmio até o fim de 2027  | abc+



Villasanti tem contrato com o Grêmio até o fim de 2027

Foto: Renan Jardim/Grêmio FBPA

O técnico português estava apalavrado com o Grêmio, mas fez novas exigências. O presidente Alberto Guerra revelou que havia entendimento de que Caixinha não queria mais fechar com o clube nos últimos dias de negociação. Entre os pedidos do staff estavam: antecipar custas de um processo, caso o Grêmio não o pagasse; recebimento integral de dois anos de contrato; comissão sobre multa, independentemente de demissão e depósitos líquidos em euro em uma conta de Portugal.

Alberto Guerra revelou que o staff de Caixinha chegou a ficar dois dias sem responder. O dirigente então autorizou que todas as exigências fossem atendidas, prevendo que o técnico não iria mais para o clube gaúcho. Quando foi dado um ultimato para ter a resposta, o treinador encerrou finalmente o negócio, cerca de duas horas antes de o Santos anunciá-lo.

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Tudo isso, claro, após uma saída tensa de Renato Gaúcho. O ídolo gremista livrou o time do rebaixamento, mas tinha dificuldades em emplacar um bom futebol na equipe. “Ele (Renato) me expõe a vontade de querer sair. Eu disse que lamentava, mas que, como amigo, eu entendia que ele tinha que descansar mesmo. Estava estressado, briguento, choroso. Se permanecesse, não teria bem férias. Concordei, apesar de lamentar. Para nós, dirigentes, ter o Renato do lado é bom. É um símbolo do Grêmio”, conta Guerra.

Por enquanto, essa foi a única mudança no clube, que deve ter as saídas de Reinaldo, Rodrigo Caio e Diego Costa, e espera chegadas, principalmente para as laterais. O Palmeiras já demonstrou interesse em Villasanti. “Ninguém é inegociável no Grêmio. Vindo de uma proposta boa para o que a gente quer e boa para o jogador, acaba saindo. Pelo que sei, (o Palmeiras) está em cima do Andreas Pereira, chegaram nos 20 milhões de euros, mas (Fulham) não quer liberar. Se vem (uma proposta) com valor considerável, não tem como segurar”, avalia Guerra.

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É esperado também um reforço financeiro para 2025. O contrato do Grêmio com o Banrisul, patrocinador máster que paga R$ 30 milhões anuais, acaba neste ano. A casa de aposta KTO será a nova marca no espaço nobre da camisa, por R$ 50 milhões por ano. A marca do banco irá para as costas, por R$ 18 milhões. O mesmo modelo deve seguir no Inter, que também tem o mesmo acordo com o Banrisul até o fim de 2024. No caso do Grêmio, ainda falta negociar a multa de R$ 15 mi com a Esportes da Sorte, atual bet patrocinadora, pela rescisão.

Guerra, contudo, não quer que o clube se limite as formas atuais de receita. Ele defende modelos de capitalização e avalia que torcedores e conselheiros estão “maduros” para discutir SAF, mas prega cautela e defende que cada clube reage de uma forma, citando Botafogo, Bahia, Cruzeiro e Vasco.

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“Ainda que seja um sucesso pelos títulos, o Botafogo não é um bom pagador. Tem clubes que reclamam… Vejo que cada SAF é diferente. Não tem nenhuma igual a outra. Algumas têm dinheiro fixo e ‘se vira com isso’. Outra tem o John Textor, que coloca dinheiro até ganhar. E outros que têm mecenas por trás, o caso do Cruzeiro. O Bahia tem ‘dinheiro infinito’, embora não seja fácil colocar a mão no dinheiro”, opina.

Além de SAF, Guerra cita que há outras formas de capitalização e cita a proposta recebida pelo São Paulo para a “venda do Centro de Formação de Atletas, em Cotia. “São meios de botar dinheiro para dentro. Se não for dessa forma, o Grêmio fica para trás. Depois desse ano, já vejo conselheiros e torcedores mais abertos a esse tipo de solução. Cabe a gente discutir qual o nosso melhor modelo”, conclui, Guerra, que também defende a ideia de um fair-play financeiro, para que clubes não gastem mais do que arrecadam.

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Recentemente voltou à tona a história da saída de Luis Suárez do Grêmio, em 2023. Foi revelada a carta em que o uruguaio pede para deixar o clube. Guerra revela que acreditou que o jogador queria de fato se aposentar, mas mudou a postura ao entender que Suárez forçava a saída sem multa para ir mais cedo para o Inter Miami, de Messi.

“A surpresa maior era de que ele estava querendo sair mesmo. Foi muito dura a negociação. Fomos muito claros de que ele não iria sair até o final do ano. Mesmo que não jogasse, ficasse na maca. Claro, resmunga, briga… até que a janela fecha e acaba. Não tem mais o que fazer. Está vinculado. Já tinha feito um acordo de liberá-lo sem multa no final do ano. Acho que o que ele falou coincide com a verdade. O joelho sempre incomodou, o Campeonato Brasileiro não tem jogo fácil. Ele queria baixar a bola. Achei justo. Jogou o segundo semestre melhor que o primeiro, foi eleito melhor jogador do campeonato”, conta Guerra.

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Apesar do imbróglio, a relação profissional foi mantida. “Prefiro ficar com a última cena, depois da vitória por 3 a 2 contra o Fluminense no Maracanã. Ele me abraça, pede desculpa por qualquer coisa que ele tenha feito e agradece por eu não o ter deixado sair. Não expus ele para torcida. Eu brinco dizendo que eu não queria contar para as crianças que Papai Noel não existe. Não podia contar que o Suárez estava fazendo sacanagem”, lembra.

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