NA HISTÓRIA
Marcelo Grohe: o campo-bonense que conquistou a América e a Arábia
Ídolo do Grêmio, o goleiro também conseguiu a confiança do torcedor do Al-Ittihad
Última atualização: 22/01/2024 14:55
"Campo Bom é a minha cidade, é onde estão a minha família e os meus amigos. Sempre que estou aí, eu sou muito feliz", diz o goleiro Marcelo Grohe, de 36 anos, bem orgulhoso. Nascido no município campo-bonense em 13 de janeiro de 1987, o jogador deu os seus primeiros passos no futebol ainda na infância.
"Comecei a jogar no JC Juventus, com 11 anos, em 1998, no futsal. Em 1999, eu fui para o Cairú, em Sapiranga, para jogar no campo de 11. Mas não deixei as quadras. No verão de 2000, tinha um campeonato praiano em Capão da Canoa e, na oportunidade, um olheiro do Grêmio me convidou para fazer um teste no Tricolor. Era março de 2000. Fiz e passei. Daí começou a minha história."
Anos depois, em 2005, foi promovido ao profissional do Grêmio. Era reserva de Galatto. Na temporada seguinte veio a estreia com o time principal sob o comando de Mano Menezes. Deste período em diante, Grohe precisou ter paciência e trabalhar muito, pois, quando surgia a oportunidade de ser titular, o Grêmio contratava um goleiro. Foi assim quando chegou o argentino Saja, em 2007, Victor, em 2008, e Dida, em 2013.
"Acredito que esses anos de reserva me amadureceram. Foram tempos difíceis, mas que me prepararam para 2014, para que eu pudesse estar pronto neste ano que fui oficializado como titular."
Nssa época, em 2009, Marcelo se casou com a também campo-bonense Paula da Silva. Os dois se conheceram em 2006, na Festa do Sapato da cidade, onde ela era a Rainha do evento.
Paredão
Ao longo de sua carreira profissional defendendo as cores do Tricolor, o goleiro atuou em 408 partidas, e suas principais conquistas foram: Campeonato Brasileiro Série B em 2005, Gauchão de 2006, 2007, 2010 e 2018, Copa do Brasil em 2016, Libertadores em 2017 e a Recopa Sul-Americana de 2018.
Além dos títulos, em 2014, o goleiro gremista ficou 819 minutos consecutivos sem tomar gols. Também foi campeão do Superclássico das Américas com a seleção brasileira. Em 2018, a marca foi ainda maior. Foram 870 minutos sem ser vazado. Na passagem de ano para 2019, acertou a sua saída de Porto Alegre. O destino? A Arábia Saudita.
Adversários, sim. Inimigos, jamais! A amizade com a família Becker
Marcelo relembra de uma época, no início de sua carreira, em que, para treinar, pegava o mesmo transporte que dois goleiros hamburguenses, até então, também guris, que tinham um sonho em comum: ser profissionais, só que do Inter.
"De 2000 a 2003, eu estudava de manhã em Campo Bom e todo dia, à tarde, ia para Porto Alegre de van. Aí entra a história com Muriel e Alisson Becker. Nós íamos juntos todos os dias. Tanto a galera do Inter quanto a do Grêmio. Às vezes nos enfrentando nos Gre-Nais da base, eu e Muriel, já que somos da mesma idade. O Alisson é um pouco mais novo", conta.
"Sempre tivemos uma relação bem legal de amizade, de meninos que sonhavam em ser jogadores de futebol. Não tinha nada de rivalidade. Éramos muito amigos. Uma convivência muito legal, com muitas histórias e companheirismo", revela.
Campeão da Supercopa da Arábia Saudita pela primeira vez, Marcelo Grohe fala da experiência no futebol internacional
Desde janeiro de 2019 jogando pelo Al-Ittihad, da Arábia Saudita, Marcelo Grohe virou também ídolo por lá e diz estar "muito feliz e com a família adaptada." Na quinta-feira (27), o goleiro parou o português Cristiano Ronaldo na vitória sobre o Al-Nassr por 3 a 1, em um duelo pela semifinal da Supercopa da Arábia Saudita. "É um clássico. E teve esse componente extra do Ronaldo, mas o time jogou muito bem e, graças a Deus, pude ajudar a equipe naquele momento da cabeçada do Cristiano."
O goleiro conta um pouco sobre o futebol árabe, ainda pouco conhecido pelo público brasileiro. "Muitos pensam que é um futebol mais fraco do que no Brasil, mas quando a gente vem para cá, nos deparamos com um futebol forte. Hoje, todos os times podem contar com oito estrangeiros e isso eleva muito o nível do campeonato. Além dos locais terem qualidade. Isso foi provado na Copa do Mundo. Deu para ver na vitória da Arábia Saudita sobre a Argentina. O futebol evoluiu muito. Infelizmente, as pessoas não conhecem na sua totalidade."
O ídolo gremista comenta sobre a ida do craque português para o futebol da Arábia. "Claro que a vinda do Cristiano Ronaldo traz um holofote grande para a liga, dando mais visibilidade. As pessoas vão ter a oportunidade de conhecer um pouco mais."
No domingo (29), o campo-bonense levantou o seu primeiro troféu em solo árabe ao vencer o Al-Fayha por 2 a 0, pela Supercopa. "Foi um título muito importante para o clube." Grohe tem contrato com o Al-Ittihad até o meio do ano que vem.
'MilaGrohe' na história
O arqueiro foi um personagem importante na conquista gremista da Libertadores de 2017, principalmente na vitória por 3 a 1 diante do Barcelona de Guayaquil, na semifinal. No jogo de ida, no Equador, Grohe fez um milagre. A defesa rendeu repercussão mundial e o apelido de 'MilaGrohe'. Após o título contra o Lanús, o jogador desfilou pelas ruas de sua cidade natal. "Ter desfilado no carro de bombeiros foi um momento mágico. Aquele menino que tinha um sonho de ser jogador de futebol conseguiu se tornar o goleiro titular do Grêmio. Toda a cidade estava muito feliz pela conquista de um cidadão campo-bonense, um conterrâneo, claro, principalmente os gremistas. Foi realmente inesquecível."
"Campo Bom é a minha cidade, é onde estão a minha família e os meus amigos. Sempre que estou aí, eu sou muito feliz", diz o goleiro Marcelo Grohe, de 36 anos, bem orgulhoso. Nascido no município campo-bonense em 13 de janeiro de 1987, o jogador deu os seus primeiros passos no futebol ainda na infância.
"Comecei a jogar no JC Juventus, com 11 anos, em 1998, no futsal. Em 1999, eu fui para o Cairú, em Sapiranga, para jogar no campo de 11. Mas não deixei as quadras. No verão de 2000, tinha um campeonato praiano em Capão da Canoa e, na oportunidade, um olheiro do Grêmio me convidou para fazer um teste no Tricolor. Era março de 2000. Fiz e passei. Daí começou a minha história."
Anos depois, em 2005, foi promovido ao profissional do Grêmio. Era reserva de Galatto. Na temporada seguinte veio a estreia com o time principal sob o comando de Mano Menezes. Deste período em diante, Grohe precisou ter paciência e trabalhar muito, pois, quando surgia a oportunidade de ser titular, o Grêmio contratava um goleiro. Foi assim quando chegou o argentino Saja, em 2007, Victor, em 2008, e Dida, em 2013.
"Acredito que esses anos de reserva me amadureceram. Foram tempos difíceis, mas que me prepararam para 2014, para que eu pudesse estar pronto neste ano que fui oficializado como titular."
Nssa época, em 2009, Marcelo se casou com a também campo-bonense Paula da Silva. Os dois se conheceram em 2006, na Festa do Sapato da cidade, onde ela era a Rainha do evento.
Paredão
Ao longo de sua carreira profissional defendendo as cores do Tricolor, o goleiro atuou em 408 partidas, e suas principais conquistas foram: Campeonato Brasileiro Série B em 2005, Gauchão de 2006, 2007, 2010 e 2018, Copa do Brasil em 2016, Libertadores em 2017 e a Recopa Sul-Americana de 2018.
Além dos títulos, em 2014, o goleiro gremista ficou 819 minutos consecutivos sem tomar gols. Também foi campeão do Superclássico das Américas com a seleção brasileira. Em 2018, a marca foi ainda maior. Foram 870 minutos sem ser vazado. Na passagem de ano para 2019, acertou a sua saída de Porto Alegre. O destino? A Arábia Saudita.
Adversários, sim. Inimigos, jamais! A amizade com a família Becker
Marcelo relembra de uma época, no início de sua carreira, em que, para treinar, pegava o mesmo transporte que dois goleiros hamburguenses, até então, também guris, que tinham um sonho em comum: ser profissionais, só que do Inter.
"De 2000 a 2003, eu estudava de manhã em Campo Bom e todo dia, à tarde, ia para Porto Alegre de van. Aí entra a história com Muriel e Alisson Becker. Nós íamos juntos todos os dias. Tanto a galera do Inter quanto a do Grêmio. Às vezes nos enfrentando nos Gre-Nais da base, eu e Muriel, já que somos da mesma idade. O Alisson é um pouco mais novo", conta.
"Sempre tivemos uma relação bem legal de amizade, de meninos que sonhavam em ser jogadores de futebol. Não tinha nada de rivalidade. Éramos muito amigos. Uma convivência muito legal, com muitas histórias e companheirismo", revela.
Campeão da Supercopa da Arábia Saudita pela primeira vez, Marcelo Grohe fala da experiência no futebol internacional
Desde janeiro de 2019 jogando pelo Al-Ittihad, da Arábia Saudita, Marcelo Grohe virou também ídolo por lá e diz estar "muito feliz e com a família adaptada." Na quinta-feira (27), o goleiro parou o português Cristiano Ronaldo na vitória sobre o Al-Nassr por 3 a 1, em um duelo pela semifinal da Supercopa da Arábia Saudita. "É um clássico. E teve esse componente extra do Ronaldo, mas o time jogou muito bem e, graças a Deus, pude ajudar a equipe naquele momento da cabeçada do Cristiano."
O goleiro conta um pouco sobre o futebol árabe, ainda pouco conhecido pelo público brasileiro. "Muitos pensam que é um futebol mais fraco do que no Brasil, mas quando a gente vem para cá, nos deparamos com um futebol forte. Hoje, todos os times podem contar com oito estrangeiros e isso eleva muito o nível do campeonato. Além dos locais terem qualidade. Isso foi provado na Copa do Mundo. Deu para ver na vitória da Arábia Saudita sobre a Argentina. O futebol evoluiu muito. Infelizmente, as pessoas não conhecem na sua totalidade."
O ídolo gremista comenta sobre a ida do craque português para o futebol da Arábia. "Claro que a vinda do Cristiano Ronaldo traz um holofote grande para a liga, dando mais visibilidade. As pessoas vão ter a oportunidade de conhecer um pouco mais."
No domingo (29), o campo-bonense levantou o seu primeiro troféu em solo árabe ao vencer o Al-Fayha por 2 a 0, pela Supercopa. "Foi um título muito importante para o clube." Grohe tem contrato com o Al-Ittihad até o meio do ano que vem.
'MilaGrohe' na história
O arqueiro foi um personagem importante na conquista gremista da Libertadores de 2017, principalmente na vitória por 3 a 1 diante do Barcelona de Guayaquil, na semifinal. No jogo de ida, no Equador, Grohe fez um milagre. A defesa rendeu repercussão mundial e o apelido de 'MilaGrohe'. Após o título contra o Lanús, o jogador desfilou pelas ruas de sua cidade natal. "Ter desfilado no carro de bombeiros foi um momento mágico. Aquele menino que tinha um sonho de ser jogador de futebol conseguiu se tornar o goleiro titular do Grêmio. Toda a cidade estava muito feliz pela conquista de um cidadão campo-bonense, um conterrâneo, claro, principalmente os gremistas. Foi realmente inesquecível."