Quem conhece a história do adolescente hamburguense Dionatan Micael, de 14 anos, diz que o guri é um vencedor e reconhece que o esporte pode ser a salvação para muitas pessoas. As vitórias no tatame, a superação, e os adversários não se comparam com as lutas que já enfrentou na vida. E foi vencendo as batalhas que ele chegou, por quatro vezes, como campeão da Copa Prime de Jiu-Jitsu (1ª a 4ª etapa de 2023 na categoria faixa branca sub-14) e também foi 3º lugar na AJP South America, em março.
Foto: Lisiane Fernandes/Especial
Antes de conhecer a luta e representar a academia Sul Jiu Jitsu Novo Hamburgo, Dionatan morava com sua mãe e seus nove irmãos, três deles com deficiência. Quando tinha sete anos a matriarca faleceu. O guri teve toda a sua família separada e, com o irmão menor, autista, foi morar com uma tia.
O que parecia uma solução virou um problema. Segundo o menino, os dois tiveram os cuidados negligenciados. Depois de uma audiência, os irmãos foram para uma casa de acolhimento. Foi lá, aos nove anos, que Dionatan começou na capoeira e no judô.
Após quatro anos, veio a pandemia e o lar onde estava fechou. Mudança. No novo abrigo, onde outras 20 crianças são amparadas, Dionatan sugeriu para a diretora convidar o professor de capoeira para ensinar no local. Porém, o lar já tinha uma parceria com a Sul Jiu Jitsu. Foi o momento em que ele começou na modalidade. “Foi aí, em maio de 2022, que conheci o esporte que mais amo”, conta o jovem.
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“Fui treinando e gostando não só das aulas, mas também dos meus colegas de treino, da Thaty Araújo (sócia da academia), do mestre Henrique Seibert, e com eles senti como se eu tivesse uma família.”
Em setembro de 2022, o guri competiu pela primeira vez na Copa Prime e ficou em terceiro. No mês seguinte, levou a prata. Na última etapa do ano, em novembro, subiu no lugar mais alto do pódio, de onde não saiu mais.
“Entrei para o jiu-jítsu e me encontrei no esporte o que quero para minha vida. A luta me ajudou a superar os meus medos e ter mais disciplina. Sigo treinando duro e dando o meu melhor para evoluir.”
O jovem também é grato por tudo que a academia fez por ele. “Nunca vou deixar a Sul Jiu Jitsu. Eles que me ajudaram e fizeram tudo por mim. O carinho que eles têm por mim é incrível.”
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