RS NA ELITE
Gaúcha briga por título inédito para o surfe feminino brasileiro
Tati Weston-Webb é natural de Porto Alegre e é a única surfista nascida no Brasil no Circuito Mundial
Última atualização: 01/02/2024 15:15
A única mulher nascida no Brasil que faz parte da Liga Mundial de Surfe (WSL) é a gaúcha Tatiana Weston-Webb, de 26 anos. O sangue brasileiro e o amor pelo País pesaram na hora da surfista escolher qual nacionalidade representar nas competições, já que a atleta nasceu em Porto Alegre, mas logo cedo se mudou para o Havaí, nos Estados Unidos.
Filha da ex-bodyboarder gaúcha Tanira Guimarães e do surfista inglês Doug Weston-Webb, Tati foi aos dois meses de vida para a Ilha de Kauai, mas nunca esqueceu de suas origens.
A atleta participava dos campeonatos representando o Havaí, mas em 2018 tudo mudou. Após receber um convite da Confederação Brasileira de Surf (CBSurf) e do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), a surfista assumiu seu lado brasileiro.
"O Brasil é o País que eu nasci, fiz essa escolha com o coração, eu amo a nossa cultura e também tenho muitas pessoas importantes na minha vida que são brasileiras. Eu não precisei de muita motivação para escolher o Brasil, sempre tive essa vontade", iniciou.
"Tenho um orgulho enorme em vestir as cores brasileiras, fico muito feliz e sei da responsabilidade de representar um País tão forte no surfe. De certa forma, acabou sendo um processo rápido, sinto que fiz a escolha certa e busco estar sempre motivada para conseguir conquistar vitórias e representar o Brasil da melhor forma possível", completou.
Temporada 2023
O Circuito Mundial de Surfe chegou na sua terceira etapa na última quarta-feira. O ano começou em Pipeline, no final de fevereiro, e no meio do mesmo mês houve a etapa em Sunset, ambas no Havaí. Tati não teve bons resultados. Foi eliminada nas quartas e nas oitavas de final, respectivamente.
Agora, o campeonato está em Peniche, Portugal, local de sorte para a surfista, que há um ano vencia a prova nas águas portuguesas.
"Vou buscar manter a regularidade para conquistar a classificação para o Finals. A expectativa é sempre tentar o título para coroar a temporada com chave de ouro. Em 2022, fui a única que ganhou em duas etapas. Venci em Peniche e J-Bay, na África do Sul, espero conseguir vencer etapas e no final buscar o título mundial, que é inédito para o surfe feminino do Brasil", frisou a gaúcha, vice-campeã mundial em 2021 e quarta colocada no ano passado.
Falta incentivo para as mulheres
Atual 9ª colocada no ranking mundial, a surfista fala sobre o pouco apoio que as mulheres têm no Brasil, apesar de o País ter nomes consolidados, como Silvana Lima (vice-campeã mundial em 2008 e 2009) e Maya Gabeira (referência quando o assunto é surfar ondas gigantes), além de muitas promessas.
"Falta, sim, mais incentivo para uma mudança notável nesse cenário, até mesmo das marcas. Espero conquistar vitórias e marcos importantes para também poder contribuir cada vez mais, aumentando a visibilidade de surfistas brasileiras e ver mais meninas na elite mundial", comenta.
"Existem várias surfistas talentosas, com possibilidade de representar o Brasil. Hoje é muito importante que tenhamos mais visibilidade e também mais respaldo para podermos acrescentar mais meninas no surfe, já podemos ver grandes nomes como a Sophia Medina (irmã do tricampeão mundial Gabriel Medina), e a Luana Silva (filha de pais brasileiros, que nasceu no Havaí e representa o Brasil) brilhando e também temos outras futuras promessas", diz.
Lugar especial
Coincidentemente, Tati estreou na elite do esporte na etapa do Rio de Janeiro, em 2014. Desde então, sempre esteve na prova brasileira. "Surfar no Brasil é muito bom, competindo é melhor ainda. A diferença é que a nossa torcida é impressionante e eles vibram a cada onda durante a bateria. É algo muito especial, pois além de estar surfando no meu país, sei que tem brasileiros torcendo por mim, esse apoio é muito legal, faz você elevar o nível de concentração e focar ainda mais em pegar boas ondas." As melhores colocações dela em solo nacional foram dois terceiros lugares (2018 e 2022).
Além das experiências de dentro d'água no Rio, a atleta conta sobre a ligação com sua cidade natal. "Tenho uma ótima relação com Porto Alegre. Normalmente quando estamos no Brasil visitamos meus parentes lá. Eu gosto muito da cidade, pois me traz ótimas lembranças e memórias, e claro que tem vários restaurantes gaúchos que eu amo, especialmente churrascarias", revela Tati, que aumentou seu vínculo com o Brasil ao casar-se com o também surfista Jessé Mendes, natural de São Paulo.
O esporte na vida da atleta
Com os pais vivendo na água, não foi difícil para Tati começar no esporte. As primeiras braçadas foram ainda na infância. "Eu tive uma relação muito espontânea e intensa, tudo me atraiu, eu adoro praia e mar, então foi um esporte que eu não precisei de esforço para amar, o surfe é essencial no meu dia-a-dia e me faz feliz, representa minha felicidade e meu estilo de vida."
Calendário do Circuito Mundial
Pipeline, Havaí
Campeã: Carissa Moore
Sunset, Havaí
Campeã: Molly Picklum
Peniche, Portugal
8 a 16 de março
Bells Beach, Austrália
4 a 14 de abril
Margaret River,
Western Austrália
20 a 30 de abril
Surf Ranch, EUA
27 e 28 de maio
Punta Roca, El Salvador
9 a 18 de junho
Saquarema, Brasil
23 de junho e 1º de julho
Jeffreys Bay, África do Sul
13 a 22 de julho
Teahupo'o, Tahiti
11 a 20 de agosto
Finals (Trestles, EUA)
7 a 15 de setembro
(As cinco surfistas que somarem mais pontos durante a temporada vão para a final na Califórnia)
A única mulher nascida no Brasil que faz parte da Liga Mundial de Surfe (WSL) é a gaúcha Tatiana Weston-Webb, de 26 anos. O sangue brasileiro e o amor pelo País pesaram na hora da surfista escolher qual nacionalidade representar nas competições, já que a atleta nasceu em Porto Alegre, mas logo cedo se mudou para o Havaí, nos Estados Unidos.
Filha da ex-bodyboarder gaúcha Tanira Guimarães e do surfista inglês Doug Weston-Webb, Tati foi aos dois meses de vida para a Ilha de Kauai, mas nunca esqueceu de suas origens.
A atleta participava dos campeonatos representando o Havaí, mas em 2018 tudo mudou. Após receber um convite da Confederação Brasileira de Surf (CBSurf) e do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), a surfista assumiu seu lado brasileiro.
"O Brasil é o País que eu nasci, fiz essa escolha com o coração, eu amo a nossa cultura e também tenho muitas pessoas importantes na minha vida que são brasileiras. Eu não precisei de muita motivação para escolher o Brasil, sempre tive essa vontade", iniciou.
"Tenho um orgulho enorme em vestir as cores brasileiras, fico muito feliz e sei da responsabilidade de representar um País tão forte no surfe. De certa forma, acabou sendo um processo rápido, sinto que fiz a escolha certa e busco estar sempre motivada para conseguir conquistar vitórias e representar o Brasil da melhor forma possível", completou.
Temporada 2023
O Circuito Mundial de Surfe chegou na sua terceira etapa na última quarta-feira. O ano começou em Pipeline, no final de fevereiro, e no meio do mesmo mês houve a etapa em Sunset, ambas no Havaí. Tati não teve bons resultados. Foi eliminada nas quartas e nas oitavas de final, respectivamente.
Agora, o campeonato está em Peniche, Portugal, local de sorte para a surfista, que há um ano vencia a prova nas águas portuguesas.
"Vou buscar manter a regularidade para conquistar a classificação para o Finals. A expectativa é sempre tentar o título para coroar a temporada com chave de ouro. Em 2022, fui a única que ganhou em duas etapas. Venci em Peniche e J-Bay, na África do Sul, espero conseguir vencer etapas e no final buscar o título mundial, que é inédito para o surfe feminino do Brasil", frisou a gaúcha, vice-campeã mundial em 2021 e quarta colocada no ano passado.
Falta incentivo para as mulheres
Atual 9ª colocada no ranking mundial, a surfista fala sobre o pouco apoio que as mulheres têm no Brasil, apesar de o País ter nomes consolidados, como Silvana Lima (vice-campeã mundial em 2008 e 2009) e Maya Gabeira (referência quando o assunto é surfar ondas gigantes), além de muitas promessas.
"Falta, sim, mais incentivo para uma mudança notável nesse cenário, até mesmo das marcas. Espero conquistar vitórias e marcos importantes para também poder contribuir cada vez mais, aumentando a visibilidade de surfistas brasileiras e ver mais meninas na elite mundial", comenta.
"Existem várias surfistas talentosas, com possibilidade de representar o Brasil. Hoje é muito importante que tenhamos mais visibilidade e também mais respaldo para podermos acrescentar mais meninas no surfe, já podemos ver grandes nomes como a Sophia Medina (irmã do tricampeão mundial Gabriel Medina), e a Luana Silva (filha de pais brasileiros, que nasceu no Havaí e representa o Brasil) brilhando e também temos outras futuras promessas", diz.
Lugar especial
Coincidentemente, Tati estreou na elite do esporte na etapa do Rio de Janeiro, em 2014. Desde então, sempre esteve na prova brasileira. "Surfar no Brasil é muito bom, competindo é melhor ainda. A diferença é que a nossa torcida é impressionante e eles vibram a cada onda durante a bateria. É algo muito especial, pois além de estar surfando no meu país, sei que tem brasileiros torcendo por mim, esse apoio é muito legal, faz você elevar o nível de concentração e focar ainda mais em pegar boas ondas." As melhores colocações dela em solo nacional foram dois terceiros lugares (2018 e 2022).
Além das experiências de dentro d'água no Rio, a atleta conta sobre a ligação com sua cidade natal. "Tenho uma ótima relação com Porto Alegre. Normalmente quando estamos no Brasil visitamos meus parentes lá. Eu gosto muito da cidade, pois me traz ótimas lembranças e memórias, e claro que tem vários restaurantes gaúchos que eu amo, especialmente churrascarias", revela Tati, que aumentou seu vínculo com o Brasil ao casar-se com o também surfista Jessé Mendes, natural de São Paulo.
O esporte na vida da atleta
Com os pais vivendo na água, não foi difícil para Tati começar no esporte. As primeiras braçadas foram ainda na infância. "Eu tive uma relação muito espontânea e intensa, tudo me atraiu, eu adoro praia e mar, então foi um esporte que eu não precisei de esforço para amar, o surfe é essencial no meu dia-a-dia e me faz feliz, representa minha felicidade e meu estilo de vida."
Calendário do Circuito Mundial
Pipeline, Havaí
Campeã: Carissa Moore
Sunset, Havaí
Campeã: Molly Picklum
Peniche, Portugal
8 a 16 de março
Bells Beach, Austrália
4 a 14 de abril
Margaret River,
Western Austrália
20 a 30 de abril
Surf Ranch, EUA
27 e 28 de maio
Punta Roca, El Salvador
9 a 18 de junho
Saquarema, Brasil
23 de junho e 1º de julho
Jeffreys Bay, África do Sul
13 a 22 de julho
Teahupo'o, Tahiti
11 a 20 de agosto
Finals (Trestles, EUA)
7 a 15 de setembro
(As cinco surfistas que somarem mais pontos durante a temporada vão para a final na Califórnia)
Filha da ex-bodyboarder gaúcha Tanira Guimarães e do surfista inglês Doug Weston-Webb, Tati foi aos dois meses de vida para a Ilha de Kauai, mas nunca esqueceu de suas origens.