DEPOIMENTO
Torcedor do Inter que invadiu campo com filha no colo diz que cometeu agressões para proteger a criança
Morador de Canoas foi ouvido pela Polícia Civil na tarde de segunda-feira; ele é investigado por três crimes
Última atualização: 29/02/2024 08:54
O torcedor que invadiu o gramado do Beira-Rio com a filha no colo após eliminação do Internacional para o Caxias na semifinal do Gauchão foi ouvido pela Polícia Civil na tarde de segunda-feira (27). De acordo com o delegado Vinicius Nahan, o homem alegou que "agrediu as duas pessoas para se proteger e proteger a filha" após se sentir "acuado e com medo" por causa do tumulto. Sobre a invasão, o delegado relata que o morador de Canoas disse que "não teria invadido o campo, mas acessado pelo portão que foi aberto por um dos seguranças do Inter". Nahan explica que as alegações do investigado serão "confrontadas com as imagens". O delegado conta que, além do torcedor de 33 anos, foram ouvidas a mãe da criança e seguranças do clube, nas condições de testemunhas.
Na manhã desta terça-feira (28), a Polícia fez uma coletiva de imprensa para divulgar detalhes sobre os inquéritos instaurados contra o torcedor. Ele é investigado por lesão corporal e invasão de campo, pela 2ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre (2ª DP), e por submeter criança a situação vexatória e expô-la a perigo iminente, pela 2ª Delegacia de Polícia de Proteção à Criança e ao Adolescente (2ªDPCA).
Conforme Nahan, titular da 2ª DP, na noite de domingo (26), ao fim da partida em Porto Alegre, o homem desferiu um chute no lateral-esquerdo Dudu Mandai, do Caxias, e outro no repórter cinematográfico Gabriel Bolfoni, da RBS TV. Somente a agresão contra o cinegrafista é investigada pela Polícia, pois o jogador optou por não representar contra o investigado.
À frente da investigação do crime contra a criança, a delegada Elisa Ferreira diz que aguarda os resultados das perícias que vão apurar se a filha do investigado sofreu algum dano psicológico ou físico durante o evento.
De acordo com o Nahan, o homem, que não teve o nome divulgado, tem 33 anos, é sócio do Inter desde fevereiro deste ano e não faz mais parte da torcida organizada "Camisa 12", da qual foi membro até 2019.
A reportagem tenta contato com a advogada que representa o investigado, que não teve o nome divulgado pela Polícia. O espaço está aberto para manifestação da defesa.