Em uma noite de votação acalorada no Conselho Deliberativo do Inter, dois votos de diferença definiram a proposta de debêntures, ação de renda fixa emitida para captação de recursos financeiros. A reunião no Beira-Rio teve início por volta das 20 horas desta segunda-feira (16). Cerca de duas horas e meia depois, os conselheiros já haviam votado e começavam a deixar o local. A proposta foi recusada com 161 votos contrários e 159 a favor.
Antes da pauta ir a votação, o Inter esclareceu aos torcedores o que são as debêntures e o que o projeto do clube previa, sendo que é tratado como um mecanismo de enfrentamentos as dívidas. Em vídeo [abaixo] divulgado nas redes sociais do clube, o diretor executivo de finanças do colorado, Aldoir Pinzkoski Filho, elencou dúvidas a cerca da operação.
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“São operações bancárias, como empréstimo bancário tradicional. A diferença é o mercado de acesso. As debêntures são ações reguladas pelo mercado de capitais que permitem que a instituição, no caso o nosso clube, possa lém dos bancos, acessar fundos de investimentos e investidores profissionais. Em outras palavras, é o tamanho do pote de recursos que clube pode acessar”, explica Pinzkoski no vídeo. “Estamos falando de um mercado de capitais que representa quase 10 meses o mercado tradicional bancário. Isso reflete em melhores condições de juros e prazo para a operação”, completa.
De acordo com ele, o projeto permite oferece alívio ao fluxo de caixa, além de permitir a renegociação das dívidas existentes. Somente as enchentes entre abril e maio, causaram prejuízo de R$ 90 milhões ao Inter.
Uma das questões que gerou polêmica, especialmente na oposição da direção, são as garantias. O Beira-Rio seria uma delas, motivo que gerou preocupação. Porém, o diretor financeiro garantiu que desde o começo a preocupação é em proteger o clube e que a medida atenda as condições de mercado.
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No vídeo, Pinzkoski enfatiza que existem camadas de garantias: receitas sociais, bilheteria, fundo de reserva e alienação fiduciária. De acordo com ele, o clube fez análises e testes. “Utilizamos dados históricos auditados do clube, simulando caso a operação tivesse ocorrido em período anterior. Os estudos mostram que as garantias são mais que o suficiente, mesmo em períodos como a pandemia e recentemente as enchentes”, garantiu. Ele ainda reforçou que a ação não tem relação com SAF e que clubes como Atlético Mineiro e São Paulo já aderiram as debêntures.
A direção do Inter previa a arrecadação de R$ 200 milhões, que seriam pagos em cinco anos, com um de carência.
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